outubro 2011 - Blog ContabilidadeMQ

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Faleceu Charles T. Horngren. Nascido em 1926, Horngren era conhecido pelos livros de contabilidade e de custos. Alguns destes livros foram traduzidos para o português e serviram de objeto de estudo de muitos alunos brasileiros.

Entre os títulos, Horngren estava no Accounting Hall of Fame (1990).

No livro The History of Accounting, Horngren é reconhecido como o mais influente contador de custo e gerencial da segunda metade do século XX. Sua obra Cost Accounting é de 1962.

Horngren apresentou duas ideias importantes para o ensino e prática nos dias de hoje. A primeira é o conceito de que precisamos de "diferentes custos para diferentes propósitos". Isto o levou a desenvolver o conceito de "custos relevantes", que foram a base do ensino de custos nos dias de hoje. O segundo legado é que os sistemas de custos são produtos econômicos sujeitos ao critério de custo-benefício. Isto significa que ao adotar um sistema de custo precisamos confrontar os benefícios das melhores decisões em relação ao custo da informação.

Estas ideias mudaram a visão da contabilidade de custos, de uma "verdade absoluta" para um "produto econômico".

Horngren foi doutor por Chicago (1955), membro do AICPA, do Fasb e FAF. Foi presidente da AAA.

Fonte: Contabilidade Financeira

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Prezados, Boa tarde!
Aos concluintes do curso de Ciências Contábeis do Estado da Paraíba, solicito colaboração no preenchimento do questionário disponível no link abaixo, que servirá de base para um estudo referente ao conhecimento dos discentes matriculados no último período do curso de Ciências Contábeis das IES do Estado da Paraíba, em relação às disciplinas da área de métodos quantitativos.
Aos colegas professores solicito apoio na divulgação.
Segue o link:
 
Na certeza da colaboração, agradeço desde já.
 
Fabiano Ferreira Batista
Mestrando em contabilidade
UnB/UFPB/UFRN



 Nós do blog tivemos, recentemente, o prazer (apesar das noites sem dormir) de ter aulas de Finanças com esse que é um dos grandes pesquisadores na área, aqui no Brasil.

Leiam a entrevista do professor e, se puderem, leiam seus trabalhos. Muito interessantes.

Obs.: ele não é só professor do PPGA, mas também do Programa Multiinstitucional e Interregional de Pós-graduação em Contabilidade UnB/UFPB/UFRN (mais conhecido como Multi).


Trabalhos de Contabilidade e Finanças levaram o professor Márcio André Veras Machado, do Programa de Pós-Graduação em Administração, ao reconhecimento em dois dos principais eventos nessas áreas. Um deles foi conquistado com a mestranda Rebeca Albuquerque, do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA).

Conjuntamente com o professor Fernando Dal-Ri Murcia, da Universidade São Paulo (USP), o professor da UFPB teve o trabalho “Impacto do Nível de Disclosure Corporativo na Liquidez das Ações de Companhias Abertas no Brasil” reconhecido como o melhor na área de Contabilidade para Usuários Externos, no Congresso Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (ANPCONT).

Já em autoria com a mestranda Rebeca Albuquerque Cordeiro, do Programa de Pós-Graduação em Administração da UFPB, o professor Márcio André Veras Machado teve o artigo “Estratégia de Valor ou de Crescimento? Evidências Empíricas no Brasil” eleito como o melhor trabalho de Finanças, e o melhor trabalho geral do XIV Seminários em Administração (Semead), realizado na USP. Veja a entrevista:
Agência UFPB– Sobre o que trata seu trabalho premiado na ANPCONT?

Professor – O trabalho teve por objetivo analisar a relação entre a divulgação de informações por parte de empresas brasileiras de capital aberto e a liquidez de suas ações. A ideia é verificar se existe relação entre a divulgação de informações por parte das empresas e a negociação das ações no mercado de capitais, ou seja, se o fato de a empresa divulgar informações (sociais, ambientais, econômicas e financeiras, por meio de relatórios anuais) faz com que ocorra um aumento na procura de suas ações na bolsa de valores de São Paulo.

A disponibilidade de informações é um elemento-chave para a alocação eficiente de recursos e crescimento da economia. A ideia é que a ausência de informações confiáveis impede a alocação de capital humano e financeiro na economia, sendo que o funcionamento eficiente do mercado de capitais depende, significativamente, do fluxo de informações entre a companhia e investidores.

Logo, percebe-se que um mercado de capitais líquido e abrangente demanda que as empresas que emitem títulos e valores mobiliários divulguem informações acuradas sobre suas operações.
Agência UFPB- Que significado tem essa premiação para o PPGA da UFPB?

Professor- Mostra que as pesquisas desenvolvidas pelos pesquisadores da UFPB estão alinhadas com as desenvolvidas em âmbito nacional. Como um dos objetivos dos programas de pós-graduação é formar pesquisadores, mesmo dispondo de menos recursos, menos incentivos institucionais e menos infraestrutura de trabalho, comparado com outras instituições de grandes centros, como sul e sudeste do país, esse prêmio demonstra que o PPGA/UFPB não deixa nada a desejar em relação aos outros programas de pós-graduação no Brasil. Adicionalmente, é uma maneira de divulgar o nome da UFPB nacionalmente, garantindo mais credibilidade e respeito da comunidade acadêmica.
Agência UFPB– Com quantos trabalhos o seu concorreu?

Professor- Inicialmente, o evento trabalha com uma taxa de aceitação de 30% apenas, ou seja, a cada dez trabalhos enviados, são aceitos apenas três para publicação.

Foram submetidos 302 trabalhos, conforme o site do evento, sendo aceitos apenas 95 para publicação. O trabalho de minha autoria foi submetido para a área de contabilidade para usuários externos, a mais concorrida delas, onde foram aceitos apenas 33 trabalhos de 106 submetidos.

Portanto, concorremos, de fato, com 106 trabalhos. No entanto, concorreram diretamente os 33 trabalhos que foram aprovados na área temática contabilidade para usuários externos, pois os outros 73 não foram aprovados para publicação.

Agência UFPB– O Sr. esperava ter seu trabalho na área de Finanças reconhecido como o melhor?

Professor– Não. Por se tratar de um dos principais eventos nacionais de administração, organizado pela melhor escola de administração do país (USP). Confesso que foi surpresa, não somente por ter sido o melhor trabalho da área de finanças, mas, principalmente, por ter sido o melhor trabalho geral do evento. Esse foi conquistado juntamente com a mestranda Rebeca Albuquerque Cordeiro, do PPGA da UFPB.
Agência UFPB– Quantos trabalhos concorreram ao prêmio do XIV Semead?

Professor– Em virtude do Semead ter ocorrido agora (13 e 14/10/11), o evento ainda não divulgou no site as estatísticas de submissão. Contudo, foram aprovados para publicação 405 trabalhos. Assim, concorreram diretamente ao prêmio esses 405 trabalhos.

Fonte: Agência de Notícias da UFPB – Fernando Caldeira




Este trabalho de Fama e French (1993) se propõe a identificar cinco fatores de risco comuns no retorno das ações e de bonds. Os autores testam três fatores ligados ao mercado de ações, sendo um fator mais geral e fatores relacionados com o tamanho da empresa (market value of equity – ME) e a relação do valor contábil e valor de mercado do PL (book to market equity – BE/ME). Quanto ao mercado dos títulos do governo ou empresariais (bonds), os autores testaram dois fatores, ligados ao vencimento e ao risco de perda por não recebimento (default risk). O retorno das ações tem variações devido a fatores do mercado de ações, e estes fatores estão ligados ao retorno dos bonds através das variações comuns no mercado de bonds. Exceto para empresas low-grade (aquelas pouco confiáveis), os fatores do mercado de bonds capturam as variações comuns no retorno dos bonds.

Baseado em algumas evidências que apontam que algumas variáveis que não têm “ligação especial” com a teoria de precificação de ativos e que mostraram significância estatística (ME; BE/ME; E/P e.g.) e os betas como tendo relacionados com os retornos do mercado. Com base nisso, Fama e French (1992a) estudaram em conjunto os betas de mercado, ME, E/P, alavancagem e book-to-market equity no cross-section da média de retorno das ações. Eles encontraram que o beta, usado sozinho ou em conjunto com outras variáveis, possui pouca informação sobre retornos médios. Usados sozinhos, ME, E/P, alavancagem e BE/ME possuem poder explicativo. O valor de mercado (tamanho - ME) e o BE/ME aparentemente cumprem a função da alavancagem e do E/P, nos retornos médios. Os autores concluem que as variáveis ME e BE/ME fazem um bom trabalho na explicação dos retornos médios das empresas listadas na NYSE, AMEX e NASDAQ, entre 1963-1990. Porém o estudo analisado aqui amplia esse trabalho anterior de Fama e French.

Os autores dividiram as variáveis explicativas em dois grupos, ambos provavelmente seriam importantes para as ações e para os bonds. Isso possibilitou os autores a testar se fatores importantes para o retorno das ações ajudam a explicar o dos bonds e vice-versa. Com base nisso, eles fizeram os testes e chegaram às suas conclusões.

Um ponto que chamou atenção, por ser interessante, do trabalho é que, no final, os autores deixam algumas “interpretações e aplicações” e finalizam com algumas “questões abertas”, como propostas para pesquisadores no futuro. As interpretações dizem respeito a uma espécie de resumo dos resultados que foram encontrados na pesquisa, isso facilita a leitura dos resultados. A seção de “interpretações e aplicações” é finalizada com algumas sugestões de aplicações, tais como: seleção de carteiras e mensuração dos retornos anormais.

Os autores finalizam com as limitações e questões deixadas em aberto. O principal, que eles chamaram de “mais gritante” foi quanto a relação dos retornos com o ME e BE/ME, porque a escolha dessas variáveis se deu pela experiência empírica dos autores e não por uma base teórica. Com isso, eles dizem que a escolha de “qualquer versão particular dos fatores é algo arbitrário”.

FAMA, E F; FRENCH, K. R. Common risk factors in the returns on stocks and bonds. Journal of financial economics,v.33, n.1, p3-56, 1993.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011




Esse post traz os principais pontos relacionados à Hipótese de
Eficiência dos Mercados, discutida por Fama (1970) em seu trabalho. O objetivo desse artigo é revisar a literatura que trata do modelo de mercado eficiente, tanto no âmbito teórico quanto empírico. Após a revisão da literatura, Fama discute três formas de mercado eficiente e seus testes empíricos: fraca, semi-forte e forte. Segundo a revisão da literatura feita por Fama, não podemos descartar a hipótese de mercado eficiente.

Fama inicia seu trabalho falando do “papel principal” do Mercado de capitais, que é a alocação dos recursos. Para que haja a alocação de recursos entre agentes superavitários e deficitários, é necessário que o mercado, por meio do preço das ações, dê sinais de que os investidores devem ou não alocar seus recursos em determinada empresa. Para isso, o preço dos títulos deve estar, a qualquer momento, refletindo totalmente todas as informações disponíveis; nesse mercado, onde todas as informações disponíveis estão sendo refletidas no preço dos ativos, Fama chama de mercado “eficiente”.

Como definido anteriormente, mercado eficiente é aquele que reflete todas as informações disponíveis. Não havia, até aquela época, como testar essa eficiência do mercado por ser muito geral. Para desenvolver um modelo testável, precisa-se deixar o termo “refletir completamente” mais específico. Então, Fama baseia-se no conceito de fair game para poder dar início aos trabalhos empíricos sobre a Hipótese de Mercado Eficiente (HME).

Então ele expressa, matematicamente, os retornos esperados de uma ação, com vistas a expressar que as informações estão “totalmente refletidas” no preço. Com isso, de acordo com o modelo de fair game, os retornos anormais dos preços das ações é igual a zero, pois todas as informações passadas já estão refletidas no preço da ação. O modelo do fair-game diz que, na média, em relação a um grande número de amostras, o retorno esperado de um ativo é igual ao retorno atual.

No modelo submartingale, o preço do ativo amanhã será maior ou igual ao preço de hoje. Já o Random walk está baseado em dois pressupostos: (a) as informações disponíveis estão “fully reflected” no preço corrente do ativo; e (b) que as mudanças de preços, ou retornos, têm a mesma distribuição de probabilidade.

O random walk diz que a média da distribuição de RJ,t+1 é independente da informação disponível em t. Com isso, o modelo não diz que as informações passadas têm valor nulo na distribuição dos retornos futuros, porém a sequência dos retornos passados não determina a distribuição dos retornos futuros.

Fama determina três condições “suficientes” para a eficiência do mercado de capitais: (i) não existem custos de transação nas negociações; (ii) todas as informações disponíveis são gratuitas para todos os participantes do mercado e (iii) todos os investidores concordam com as implicações das informações correntes no preço corrente dos ativos. Essas condições são suficientes, mas não são necessárias para que o mercado atue de forma eficiente. Basta que haja um "número suficiente" de participantes com acesso a tais informações.

O autor diz que os primeiros estudos estavam concentrados em avaliar apenas os preços ou retornos históricos, com isso poderia testar a forma fraca de mercado eficiente. Não foram encontradas fortes evidências contra a forma fraca ou semiforte, porém contra a forma forte, as evidências não são muito positivas.

O modelo de eficiência forte, segundo Fama, é um extremo e não se pode considerá-lo como sendo uma descrição exata do mercado. Logo, ele servirá de referência, apontando a importância de tê-lo como meta. Testes de forma fraca do modelo de mercado eficiente são os mais volumosos e parece justo afirmar que os resultados são fortemente suportados. Os autores dizem que a hipótese de mercado eficiente na forma forte não pode ser totalmente rejeitada porque só existem evidências contra ela por dois grupos de agentes do mercado: os insiders (SCHOLES, [39]) e os especialistas (NIEDERHOFFER; OSBORNE [32]) que trabalham no mercado.

Fama encerra o estudo ressaltando que as evidências a favor da eficiência do mercado são muito extensas, e o contrário não. Porém, o trabalho não está encerrado, ainda precisa-se testar modelos de equilíbrio de mercado em um ambiente de incerteza. Quando isso for resolvido, ter-se-á uma estrutura conceitual mais robusta.

Referência: FAMA, E. F. Efficient markets: a review of theory and empirical work. Journal of finance, v. 25, n. 2, p. 383-417, 1970.