abril 2013 - Blog ContabilidadeMQ

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segunda-feira, 29 de abril de 2013



Estamos de volta com a série sobre conceitos iniciais de finanças, com uma revisão sobre as pesquisas em Contabilidade e Mercado de Capitais.


Negakis (2005) comenta que havia, àquela época, um crescimento nas pesquisas sobre contabilidade e mercados de capitais, principalmente em três grandes áreas: (1) the earnings post announcement drift in stock prices (variações nos preços das ações após o anúncio dos resultados), doravante EPAD; (2) o value relevance dos lucros; e (3) disclosure. Aqui no Brasil nós temos percebido esse crescimento principalmente a partir dos anos 2000 com a defesa da tese de doutorado do Professor Alexsandro Broedel Lopes, sobre value relevance das informações contábeis, muito depois do que aconteceu nos grandes centros de pesquisa na área contábil, como evidenciou o trabalho ora analisado – em meados da década de 1960, “um pouco depois do desenvolvimento da hipótese de mercados eficientes e da metodologia de estudos de eventos, na Universidade de Chicago” (p.1).

Assim, pressupondo que as informações contábeis divulgadas pelas empresas têm auxiliado os usuários das informações e do mercado de capitais a prever os fluxos de caixa futuros da empresa, bem como na estimação dos riscos e retornos futuros dos ativos, Negakis (2005) dividiu sua pesquisa em o que ele chamou de “três estágios” da pesquisa na área de contabilidade e o mercado de capitais.

O primeiro estágio está relacionado com os trabalhos que avaliam as variações dos preços das ações ou dos retornos após o anúncio dos resultados das companhias, com o auxílio da hipótese de mercados eficientes (HME). Essas pesquisas utilizam-se geralmente de uma metodologia denominada de estudos de eventos (event studies).

O segundo estágio busca estabelecer a relação entre o conteúdo informativo dos números contábeis e os preços das ações, buscando avaliar o value relevance dos números contábeis e desenvolver modelos de avaliação de empresas (valuation) baseados em números contábeis.

O terceiro estágio está relacionado com os estudos sobre disclosure. Esses trabalhos buscam avaliar se as informações contábeis divulgadas pelas empresas são confiáveis e informativas para os investidores. Relacionando com a HME, Negakis (2005) diz que esses trabalhos analisam se a “essência” (substance) no lugar da “forma” é mais importante para os investidores.

O autor inicia de fato o paper fazendo uma revisão sobre o desenvolvimento do mercado de capitais, relacionando com as pesquisas contábeis, desde “a evolução dos modelos de precificação de ativos em equilíbrio” até “a base teórica da hipótese de mercados eficientes”. Quanto aos modelos de precificação de ativos, o autor cita apenas o CAPM padrão e o APT (além do modelo de três fatores de Fama e French, baseado nos outros citados), complementando, ainda, que apesar das críticas ao CAPM, o APT “não tem o pedigree econômico do CAPM”. Passando por essa revisão dos conceitos fundamentais que dão base à moderna teoria financeira e às pesquisas relacionadas às informações contábeis e o mercado de capitais, o autor enfatiza a importância dos trabalhos seminais de Ball e Brown (1968) e Beaver (1968), que introduziram as pesquisas relacionadas ao value relevance (associação entre os números contábeis e o mercado de capitais) e a metodologia de estudos de eventos (que é um teste conjunto da HME e de algum modelo, geralmente baseado no CAPM, de precificação de ativos) na pesquisa contábil.

Para analisar as pesquisas sobre EPAD, Negakis utilizou as seções 3, 4 e 5. Na seção 3 o autor apenas enfatizou o papel de Ball, Beaver e Brown, já citados. Na seção 4 deu-se destaque à pesquisa realizada por Fama et al. (1969), pois ela foi a primeira a utilizar a metodologia de estudos de eventos nas pesquisas relacionadas à finanças, além de explicar como foi feita a pesquisa de Ball e Brown (1968) e Beaver (1968). A análise dos trabalhos relacionados aos EPADs é encerrada com alguns artigos que trabalharam com informações trimestrais (quartely earnings), onde foi destacado que as informações trimestrais são mais tempestivas para os usuários da informação, fazendo com que essas informações sejam “muito interessantes”.

No que tange às informações trimestrais, alguns erros de mensuração são incorridos nas demonstrações contábeis dos três primeiros trimestres do ano, sendo então compensados no quarto trimestre, fazendo com que os pesquisadores possam explorar o efeito da reversão desses erros. É enfatizado ainda que, também por esse motivo, as informações trimestrais são melhores para se testar a teoria positiva da contabilidade[1]. Na página 6 o autor traz uma série de vantagens para a utilização dos resultados trimestrais em pesquisas, dentre elas o efeito da sazonalidade de alguns setores. Nas pesquisas realizadas no Brasil não tem-se visto muito a utilização de demonstrações trimestrais, mas sim as anuais. Um problema relacionado à utilização das informações trimestrais, pelo menos no Brasil, é que elas não são auditadas. Na seção sobre disclosure e auditoria, Negakis fala um pouco sobre isso.

Os itens 6 e 7 trazem alguns comentários sobre as pesquisas relacionadas ao value relevance das informações contábeis. O item 6 busca especificar a relação entre retorno e números contábeis trazendo com foco principal o trabalho de Easton e Harris (que demonstraram que tanto o nível de lucros quanto as mudanças nos lucros ajudam a explicar os retornos das ações, no caso deles nos EUA) e os de Ohlson e Feltham. No que tange ao value relevance especificamente, as pesquisas são classificadas como (a) estudos de associação (por exemplo a comparação de números divulgados em GAAPs diferentes), (b) associação incremental (na avaliação do incremento de value relevance de uma variável, dadas outras variáveis, eg minha dissertação); e (c) conteúdo informativo marginal (geralmente usa estudos de eventos para verificar se uma informação divulgada é associada com as variações dos preços. Se os preços reagirem, a informação é value relevant. Os modelos de avaliação que são mais usados na literatura (que geralmente são usados para avaliar o value relevance) são o “balance-sheet model”, “earnings model” e o “Ohlson model”. Contudo, na prática, alguns trabalhos podem trazer evidências empíricas fracas da relação entre números contábeis e preço/retorno das ações. Lev (1989) apud Negakis (2005) atribui esse fato à baixa qualidade das demonstrações contábeis.

Finalizando a revisão do que foi proposto na introdução, Negakis efetuou uma análise sobre a literatura na área de disclosure, segregando em “financial reporting e regulação do disclosure”, “a importância dos auditores no processo de disclosure” e “métodos contábeis, mudanças de métodos”. Sobre a auditoria, o autor destaca que, principalmente, em mercados emergentes, esse tema precisa ser adequadamente estudado. Sobre as mudanças contábeis, algumas pesquisas evidenciam que elas são percebidas pelo mercado de capitais.

Negakis finaliza seu trabalho afirmando que desde o final da década de 1960 os trabalhos na área de contabilidade e mercado de capitais buscaram analisar a influência dos números contábeis nas ações das empresas, porém essa ainda é uma questão aberta, complementando que a área de disclosure pode ser um campo “frutífero” e que precisa ser mais explorado.

NEGAKIS, Christos J. Accounting and capital markets research: a review. Managerial Finance, v.31, n.2, 2005.



Leia mais sobre a série de posts sobre Finanças: 




[1] Negakis sugere a leitura de Salamon e Stober (1994) e Hayan e Watts (1997) para uma discussão sobre isso.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Segue o resumo do artigo orientado por mim e pelo Professor Edilson Paulo, aprovado no 10º Congresso USP de Iniciação Científica em Controladoria e Contabilidade:

Com o advento das redes sociais, a propagação da informação instantânea possibilitou aos investidores a agilidade na busca de informações e a liberdade para navegar e descobrir notícias financeiras sobre entidades que lhe interessam investir recursos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho, foi de verificar se a utilização das redes sociais (Wikipédia, Youtube e Facebook) pelas empresas diminuiu a assimetria de informação existente entre os que as divulgam e os que as utilizam para finalidade de investimento. Para atingir-se o objetivo proposto, utilizaram-se os testes não paramétricosde Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e a correlação de Spearman, através de uma pesquisa exploratória e descritiva. A amostra compreendeu 126 empresas de capital aberto, de 2006 a 2011, que disponibilizaram informações na base de dados da Economática®, da Thomson ONE Analytics® e nas redes sociais citadas. Os resultados desta pesquisa apontam que a utilização das redes sociais não tem influência nos erros de previsão dos analistas, considerando os grupos das que utilizam e das que não utilizam essas ferramentas, porém quando segregados em grupos de utilização foi percebido que os erros de previsão das que usam muito foi mais baixo do que os erros das demais, porém não contendo significância estatística nessas diferenças ao nível de 5%. Ressalta-se que esses resultados podem ter sofrido influência da baixa utilização das redes sociais no Brasil, quando comparadas com as empresas dos Estados Unidos da América, pelos períodos de crises e de mudanças nas normas contábeis.


PALAVRAS-CHAVE:
Assimetria Informacional; Internet; Redes Sociais; Previsão dos Analistas

Para acessar o artigo completo, clique aqui.


O objetivo desta pesquisa foi analisar se as informações contábeis, referentes a ativos 
financeiros mensurados a valor justo, são valores relevantes e apresentam evidências de 
mensuração confiável. Foram utilizados os títulos financeiros disponíveis para negociação de 
curto e longo prazo e os títulos financeiros mantidos para venda de curto e longo prazo. Para 
os testes empíricos dos atributos da informação analisados, utilizou-se o modelo de Feltham e Ohlson (1995). Os resultados evidenciaram que ambos os títulos de curto prazo, mensurados a valor justo, apresentaram value relevance. As evidências indicaram também que a mensuração desses títulos, mesmo sendo vista pelo mercado como conservadora, não 
interferiu na confiabilidade da informação referente aos mesmos. Por outro lado, os títulos de 
longo prazo mensurados a valor justo não apresentaram evidência de value relevance. Tais 
resultados convergem com alguns achados do estudo de Khurana e Kim (2003) e Jing e Li 
(2011), onde verificaram que alguns títulos financeiros de longo prazo, por não serem 
negociados ativamente, muitas vezes, envolve mais subjetividade em relação aos métodos e 
pressupostos usados na estimativa de seus valores justos e, por isso, compromete a relevância de tais informações. Outra explicação essas evidências é a de que a mensuração dos títulos de longo prazo pode ser vista pelo mercado como não confiável ou o montante dessas informações são pouco representativas. Por fim, ressalta-se que a presente pesquisa não teve a intenção de avaliar qual o melhor critério de mensuração, se valor justo ou custo histórico, mas o de avaliar se a mensuração a valor justo de ativos financeiros fornece informações relevantes e livres de vieses contábeis. 

Este é o resumo de nossa pesquisa, selecionada para apresentação e publicação no Congresso da USP.

Para acessar o trabalho completo, clique aqui!

A monografia do aluno Alan Santos do UNIPÊ, desenvolvida sob minha orientação, está entre as 10 finalistas do 11° Prêmio FUCAPE de Excelência Acadêmica. O Evento ocorrerá no próximo dia 7 de maio, em Vitória-ES. 

Caso a monografia fique entre as 3 primeiras, o aluno ganhará uma bolsa integral para cursar o mestrado acadêmico na FUCAPE BUSINESS SCHOOL. 

O Prêmio Excelência Acadêmica é realizado pela Fucape Business School, promovido pela ArcelorMittal Brasil e conta com o apoio dos Conselhos Regionais de Administração (CRA-ES), Contabilidade (CRC-ES) e Economia (CORECON-ES), além do apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES).


O trabalho ainda concorre ao Voto Popular, onde irá concorrer a outra premiação. 

Portanto, pedimos seu voto, para que o mesmo seja contemplado pelo prêmio.

O Título da Monografia é: NÍVEIS DIFERENCIADOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA E A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL: EVIDÊNCIAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS ANTES, DURANTE E APÓS O PROCESSO DE CONVERGÊNCIA ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE.

CONTAMOS COM O SEU VOTO!!!

Para votar, clique aqui!

Para acessar a monografia completa, Clique aqui!

Desde já, agradecemos o seu voto!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Dois alunos da graduação da UFPB que eu orientei tiveram seu artigo aprovado no congresso. Em breve postarei o link para o artigo.
Por enquanto, segue a lista dos artigos aprovados: clique aqui.

Se você é formado em Contabilidade, você é um dos profissionais mais procurados no mundo! Segue a lista dos países em que há maior demanda dos profissionais contábeis:

Austrália
Dinamarca
Finlândia
França
Grécia
China
Irlanda
Nova Zelândia
Noruega
Cingapura
Suécia
(Fonte da informação: Infomoney)
Para mais detalhes Clique aqui.

Outra pesquisa divulgada por um site norte-americano, especializado em carreiras, revelou que profissões, tais como o atuário e o consultor financeiro, estão entre as 20 melhores de 2013.

(Fonte: Infomoney)

Para mais detalhes clique aqui!

Hoje eu tinha planejado não postar aqui no blog sobre isso (geralmente eu planejo sobre o que vou postar). Em algum momento da minha vida eu tive que organizar uma espécie de homenagem a todos os dias relacionados à Contabilidade, mesmo sem concordar muito com tudo isso. Porém algumas coisas têm me deixado menos empolgado a cada dia com esse tipo de comemoração (e não está relacionado apenas com os usuários da informação contábil, mas com os elaboradores da informação e outras "pessoas" que têm papel fundamental para a produção da informação).

Particularmente hoje, eu, infelizmente, tive contato com duas mensagens um tanto quanto "sem noção", feitas por duas "pessoas" que deveriam ser de fundamental importância para a nossa profissão. E isso aumentou ainda mais minha indignação, justamente no ano da forte campanha que vem sendo feita sobre "O ano da Contabilidade no Brasil".

Então me questionei: por que existem tantos dias relacionados à contabilidade, se os contadores não se valorizam? Consequentemente, não podemos cobrar que o governo (inclusive os contadores trabalham de graça para ele), empresas, ou os demais usuários da informação contábil valorizem nosso trabalho. É impossível isso acontecer!

Porém até então continuei com a ideia de não postar nenhuma homenagem, muito menos nenhuma indignação (não quis ser o único a fazer isso). Até que meu orientador, Professor Edilson Paulo, me indicou um texto publicado no Jornal do Comércio (clique aqui), escrito pelo contador Salézio Dagostim (leia também o comentário de Antônio Carlos), que fala, brevemente, sobre a história do dia 25 de abril (especificamente a partir de 1926). Sendo assim, hoje deveria ser o dia da Contabilidade, já que temos ainda as seguintes datas comemorativas durante o ano:

  1. 12/01 - Dia do Empresário Contábil;
  2. 22/09 - Dia do Contador; e
  3. 20/11 - Dia do Técnico em Contabilidade.
Proponho que os demais dias do ano sejam os dias da VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO CONTÁBIL, porque parece que hoje é o dia das frases feitas, das imagens montadas e das festas sem muito sentido. Do jeito que está, não faz sentido ter tandos dias para a contabilidade.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Hoje eu e os Prof. Orleans Martins e Adriana Vasconcelos participamos da Mesa Redonda sobre metodologia da pesquisa aplicada à Contabilidade. Neste post eu disponibilizo os slides usados na apresentação. Clicando aqui você pode baixar a minha apresentação (ferramentas de pesquisa).

Por algum motivo (espero que seja para aumentar o tempo de debate dos artigos) a organização do congresso resolveu aumentar a nota de corte dos artigos para 4. O impacto dessa decisão foi muito forte: pouquíssimos artigos foram aprovados no congresso (algo em torno de 30).

Até o momento, ainda não foram divulgados os resultados do congresso de iniciação científica, nem dos ensaios teóricos. Será que tem a ver com isso?! Em breve saberemos (ou "muito em breve", como site diz desde ontem). Mas vamos ao que interessa. Para acessar a lista dos artigos aprovados, clique aqui.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Desde que eu comecei a estudar contabilidade e soube da obrigatoriedade da divulgação dos relatórios em jornais, passei a me questionar sobre o porquê de as empresas terem que publicar nos jornais.

Ora, vivemos na Era da Internet. Um investidor que não usa a internet não tem como alocar seus recursos de forma minimamente racional. Se para termos informações sobre as empresas e se para comprarmos ou vendermos as ações, nós precisamos de internet, por que a divulgação das informações financeiras tem que ser publicadas, obrigatoriamente, em jornais?

Eu até iniciei a ideia geral para escrever um artigo criticando isso, mas devido aos meus outros projetos acabei deixando de lado, mas sempre que posso eu toco nesse assunto, seja aqui no blog, no facebook ou nas aulas.

Levando em consideração a racionalidade e a eficiência dos gastos da empresa, não faz sentido publicar em jornal . Eu, como acionista, se tivesse a opção, não gostaria de ter as demonstrações publicadas em meio físico, já que o custo é alto (principalmente após a adoção das IFRS - veja aqui um exemplo) e eu tenho a internet e leitores de PDF para ter acesso de forma muito mais rápida e fácil de ler (uso muito o "control + F" para me ajudar nisso).

Além disso, imaginem o custo ambiental que é produzido todo início de ano para a publicação de um monte de páginas que poderiam ser acessadas pela internet? Deve ser bem alto!

Na minha opinião, só quem se beneficia com isso, atualmente, são os jornais, que ganham um dinheirão para publicar as demonstrações financeiras das empresas, com essa legislação totalmente ultrapassada (li na Capital Aberto, uma vez, que em nenhum mercado relevante existe essa obrigatoriedade).

Mas, para nossa alegria, parece que isso está sendo revisto. E espero que os dias de publicação das demonstrações em jornais estejam contados. Por indicação de Renato Gurgel (fez mestrado comigo e sentiu um pouco da minha indignação nas aulas de finanças, com isso) divulgo que "A CVM PODE MUDAR REGRAS PARA A DIVULGAÇÃO DE BALANÇOS" (clique aqui).

Isso afetará, inicialmente, as empresas de menor porte. Acredito que o Bovespa Mais será usado para testar essa nova forma de divulgação. Espero que dê certo e seja aplicado a todas as empresas.

Leia mais sobre o Bovespa Mais aqui no blog: aqui, aqui e aqui.

Reinhart e Rogoff publicaram em 2010 um Working Paper denominado de "Growth in a time of debt" (crescimento em tempo de dívida) (clique aqui para acessá-lo), onde, segundo os autores, um dos principais achados (analisando 44 países) aponta que a relação entre a dívida pública e o crescimento real do PIB de um país é fraca para a razão DÍVIDA/PIB menor que 90% do PIB.



Até aí tudo bem. Na verdade, tudo até até um Professor de econometria da Universidade de Massachusetts solicitar que seus alunos elaborassem um artigo. Foi aí que entrou Thomas Herndon (doutorando da Universidade de Massachusetts), com o objetivo de replicar (que é uma característica importante da ciência - veja mais aqui) os resultados de Reinhart e Rogoff, para em seguida contra-argumentá-los.

Após várias tentativas fracassadas de chegar aos resultados dos autores, Herndon "descobriu que em vez de uma queda de 0,1% no PIB, que os dois economistas tinham previsto para países com uma dívida acima dos 90% do PIB, os cálculos apontavam para um cerscimento de 2,2%". O autor afirmou o seguinte, sobre o fato:
Quase não acreditei no que os meus olhos estavam a ver quando vi aquele erro tão básico na folha de Excel. Tem de haver uma explicação”, afirma Herndon, citado pela Reuters. “Então chamei a minha namorada para saber se só eu é que estava a ver o erro”, conta. “Creio que não Thomas”, respondeu Kyla Walters, namorada do estudante.
A moral da história é a seguinte: não importa que você seja um dos melhores na sua área. Erros acontecem. E isso é que é divertido nas pesquisas. Você encontra alguma coisa, alguém encontra o erro, e assim vamos evoluindo. Às vezes você não está errado, mas vem alguma outra pessoa dizendo que você está errado, e a diversão continua do mesmo jeito.

Pesquisar é divertido por isso!

Fonte: aqui.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Talvez vocês não estejam estudando corretamente (e eu também não...). Dunlosky et al. (2013) analisaram 10 técnicas de estudo (com base na acessibilidade à maioria dos estudantes), avaliando a sua utilidade.

As técnicas analisadas são as seguintes:

  1. Interrogação elaborativa;
  2. auto explicação;
  3. resumo;
  4. destacar, grifar, marcar etc;
  5. mnemônica;
  6. imaginação/imagens para aprendizado de texto;
  7. releitura;
  8. testes práticos (exercícios);
  9. prática distribuída; e
  10. prática intercalada.
Para avaliar essas técnicas de estudo os autores controlaram os resultados por meio de quatro grupos: condições de aprendizado; características do estudante; materiais; e tarefas (criterion tasks).

Da forma como o artigo foi escrito, podemos ler separadamente cada seção para aprender um pouco mais sobre cada técnica de estudo. O que é interessante para quem quer aprender sobre novas técnicas para melhorar a produtividade do seu estudo.

É importante que os mais novos nas pesquisas tenham cuidadoao ler o trabalho, pois os resultados são restritos àquela amostra. Pode ser que no seu caso específico isso funcione, mas pode ser que não. Então devemos ter esse trabalho apenas como uma base.

Eu, particularmente, gosto de fazer resumos (quando estou estudando assuntos mais teóricos), não gosto de intercalar meus estudos (estudo até acabar o assunto). Quando estou escrevendo artigos e preparando aulas eu utilizo a interrogação elaborativa, mas acabo de perceber que quando estou estudando para uma prova, por exemplo, não faço isso (passarei a me policiar para fazer isso nas provas também). Em matérias de cálculo eu faço muitos exercícios, acho isso interessante.

Minha metodologia parece funcionar para mim. Pode ser que não funcione par você. Recomendo a leitura do artigo. E recomendo que analise a sua técnica de estudo e avalie os resultados para ver se é isso mesmo que funciona com você.

Abaixo segue a referência do artigo para quem quiser lê-lo:

DUNLOSKY, JHON et al. Improving Students’ Learning With Effective Learning Techniques: Promising Directions From Cognitive and Educational Psychology. Psychological Science in the
Public Interest
, v.14, n.1, p.4-58, 2013.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Retirado do Blog Contabilidade Financeira (e adaptado daqui: The Accountant´s Joke Book):

1ª: Um professor faz uma excelente aula sobre evasão fiscal e planejamento tributário. Ao final da aula pergunta aos alunos: diga-me, resumidamente, qual a diferença entre evasão fiscal e planejamento fiscal?
Um aluno responde: “cadeia”.

2ª: Um contador estava lendo a história da Cinderela para sua filha de quatro anos. A pequena estava fascinada com a transformação da abobora em uma carruagem de ouro. “Pai, ela pergunta, quando a abobora é transformada ela é classificada em resultado ou ativada?”

3ª (a melhor, na minha opinião): O médico se encontra com o paciente que irá receber um transplante de coração. “Existem dois doadores viáveis para o seu novo coração. Um é professor e o outro um contador.” “Eu prefiro o coração do contador” afirma o paciente. “Ele nunca foi usado”.

4ª Pergunta: Qual a diferença entre o advogado e o contador?
Resposta: O contador sabe que ele é chato.

5ª Pergunta: O que é a economia sem suposições?
Resposta: Contabilidade

6ª Pergunta: Quantos auditores são necessários para trocar um lâmpada?
Resposta: Quantos fizeram isto no ano passado?

7ª Pergunta: Quantos contadores de custos são necessários para trocar uma lâmpada?
Resposta: Hummm... Deixe eu fazer algumas contas e retorno com a resposta.

8ª Pergunta: O que um contador diz quando você pergunta as horas?
Resposta: São 19:31 e 13 segundos. Não, 14 segundos. Não, 15 segundos.

Infelizmente essa é a realidade. Antes de decidir ingressar na carreira de professor, é bom assistir a esse filme e conversar com outros colegas que já são para saber onde você entrará!

Veja parte do texto postado no Blog de Milton Ribeiro (para ver o texto completo clique aqui).

O filme Nota de Rodapé, de Joseph Cedar, acendeu todas as minhas luzes internas de “Perigo, perigo!”, como dizia o robô de Perdidos no Espaço. É uma produção israelense absolutamente atemporal e universal, nada tendo a ver com a nojenta política do país. Eliezer e Uriel Shkolnik são pai e filho, ambos  acadêmicos, que dedicam a vida ao estudo do Talmude, o livro sagrado dos judeus. O pai Eliezer é um turrão deprimido que se sente rejeitado pelos colegas. Apesar de passar seus dias estudando em bibliotecas com tapa-ouvidos para não ser perturbado pelo mundo, publicou pouco e apenas pode ser orgulhar de uma nota de rodapé num trabalho seminal de sua área de estudo. É o homem de muitos livros (ou papéis) que se vê no cartaz. Por outro lado, Uriel é uma estrela ascendente bajulada por seus pares, um bando de inexplicáveis semideuses. Também publica muito, vende muito e é sempre reconhecido.

sábado, 6 de abril de 2013

Saiba, brevemente, o que faz o atuário, assistindo ao vídeo gravado durante o II Simpósio de Atuária, realizado na UFPB (no final do post).

Acredito que esse seja um curso que abrirá várias portas, principalmente para aqueles que gostam da área de finanças e negócios, de forma geral. O curso da UFPB tem diversas disciplinas de contabilidade (da básica até a avançada), diversas disciplinas de cálculo, estatística, matemática financeira e econtrometria, além de disciplinas na área de finanças (I, II e III) e economia.

Eu sempre digo aos meus alunos que se fosse fazer um curso hoje, faria o de Ciências Atuariais - apesar de gostar muito de contabilidade (acho que são duas graduações que poderiam se complementar). Esse é um ótimo curso. Quando formado em Atuária, acredito que com mais alguns semestres o aluno poderá se graduar em contabilidade, sendo o contrário também válido.

Assista ao vídeo para saber um pouquinho sobre o curso, clicando aqui.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Indicado por João Marcelo.

Se você, assim como eu, tem problema na hora de escolher o periódico para submeter seus artigos, seus problemas estão próximos do fim. O Edanz Group criou um software gratuito para auxiliar nesse processo. A ferramenta funciona bem com Journals em língua inglesa. Fiz o teste com o abstract (resumo) em português, mas não deu certo - só por curiosidade mesmo, porque o objetivo do software é auxiliar os pesquisadores na escolha de journals em língua inglesa.

Acesse o software clicando aqui.