março 2016 - Blog ContabilidadeMQ

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quarta-feira, 30 de março de 2016

Este ano o Congresso da ANPCONT ocorrerá em Ribeirão Preto, de 4 a 7 de junho.

Parabéns aos que tiveram artigos aprovados e aos que não tiveram, levantem a cabeça e pensem em uma alternativa.

O que Harry Potter e Harry Markowitz têm em comum? Ambos foram rejeitados inicialmente e são sucesso até hoje!

Nós daqui do blog participaremos do Congresso com os seguintes artigos:

QUANDO A COMPETIÇÃO POR INFORMAÇÕES DE EMPRESAS NÃO MADURAS REDUZ SEU CUSTO DO CAPITAL?

Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão
Edilson Paulo


ACURÁCIA NA PREVISÃO DE LUCROS E OS ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA: EVIDÊNCIAS NO MERCADO BRASILEIRO DE CAPITAIS

Alan Santos de Oliveira
Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão

MANDATOS ELEITORAIS E CICLOS POLÍTICOS ORÇAMENTÁRIOS: EVIDÊNCIAS DOS ESTADOS BRASILEIROS

DIMAS BARRÊTO DE QUEIROZ
ARTHUR GUILHERME SILVA FERREIRA DE SOUZA
LÍVIA MARIA FREIRE DE MORAIS
VANESSA KARLA REBOUÇAS DA SILVA

sábado, 26 de março de 2016

Como eu disse em um post no final do ano passado, a "guerra" contra o p-value continua. Desta vez a American Statistical Association resolveu se manifestar, apresentando um guia de 6 princípios que deveriam nortear o uso do p-value (vi isso pela primeira vez no CF). Esse guia foi seguido por um pequeno artigo de discussão (que pode ser encontrado no material complementar do guia de princípios) e começa mais ou menos assim:

 

O legal é que apesar de todas as críticas (veja mais sobre isso aqui), estamos ainda longe, talvez, de um consenso (no próprio material é evidenciado que não houve consenso entre os autores). Assim, uma boa forma de contribuirmos com a redução dos problemas com a análise dos dados é seguir uma das últimas frases do artigo de discussão que eu citei acima:

(...) Esforços para promover a transparência na metodologia e na apresentação dos resultados podem ter mais a oferecer a essa discussão do que apenas culpar os p-values. (...)

É isso aí. Culpemos menos o p e foquemos mais no T!

sexta-feira, 25 de março de 2016

O CRC-PB está com um novo projeto, chamado Sábados do Saber. Dia 02/04 haverá uma palestra sobre Contabilidade para PME's.

Aproveitem!


quinta-feira, 17 de março de 2016

Não costumo fazer reviews dos livros e artigos que eu leio, ou filmes que assisto, mas geralmente eles me levam a fazer alguns posts específicos, a exemplo que estão listados:






Entre outros.

Dessa vez eu resolvi fazer, pois estou ministrando Finanças I e estamos iniciando as aulas em laboratório, em que os alunos precisam escolher algumas ações para investir, por meio do simulador.

Acho que a review desse livro será muito útil para eles.




Então vamos lá!






UMA VISÃO GERAL

Ontem (na verdade, na terça-feira) eu resolvi ler "A interpretação das demonstrações financeiras", que é o segundo livro do famoso Benjamin Graham. Comprei este livro ano passado, mas até agora não tinha parado para lê-lo. O livro é bem pequeno, tem apenas 128 pequenas páginas bem espaçadas.

O livro é dividido em 3 partes: I balanços patrimoniais e demonstrações do resultado, II análise das demonstrações financeiras de uma empresa, por meio de índices, e III definições de expressões e termos financeiros (é uma espécie de dicionário).

A parte I é dividida em 30 capítulos!!  Mas não se assuste. São 30 capítulos para menos de 128 pequenas páginas, implicando em capítulos com menos de 1 página completa. O maior capítulo deve ter umas 3 páginas. 

Esses capítulos da parte I explicam conceitos básicos, mas importantes, das demonstrações financeiras, a exemplo de débitos e créditos, ativos intangíveis, despesas antecipadas etc. Conceitos básicos para estudantes de contabilidade, mas que são importantes para qualquer investidor (seja em ações de grandes corporations, ou dono de uma pequena empresa local).

É importante ressaltar que a linguagem (apesar de terem dito no livro que ela foi atualizada, pois ele foi escrito na década de 1930) é bem peculiar e antiga. Mas nada que dificulte o entendimento. É importante também que o leitor tenha cuidado com coisas específicas da normatização contábil dos EUA, que podem ser diferentes da normatização contábil brasileira.






TRECHOS DE DESTAQUE

Apesar de focar na análise das demonstrações financeiras (que mostram o passado da empresa), os autores têm o cuidado de deixar claro que não devemos nos limitar ao passado quando estivermos lendo os relatórios financeiros. Esse cuidado deve ser ainda maior quando estamos falando de selecionar ações com base em informações passadas (p.91):

(...) Não bastará analisar o passado, por mais cuidadosamente que isso seja feito, podendo, inclusive, causar mais prejuízos do que benefícios. A seleção de ações é uma arte, já que oferece grandes recompensas pelo sucesso. Ela requer um delicado equilíbrio mental entre os fatos do passado e as possibilidades do futuro.

Na página seguinte, os autores enfatizam isso, mostrando a importância de outros fundamentos externos às empresas:

No entanto, há outros fatores fora do controle empresarial que são, talvez, igualmente importantes em sua influência sobre o valor dos títulos. A situação da indústria como um todo, as condições gerais de negócios e do mercado de títulos, os períodos de inflação ou recessão, as influências artificiais sobre o mercado, o favorecimento do público em relação o tipo do título, são fatores que não podem ser mensurados em termos de coeficientes e margens de segurança exatos. Eles só podem ser julgados com base em um conhecimento geral obtido pelo constante contato com informações financeiras e de negócios.

Acrescentando a isso, recomendo a leitura desse post, em um interessante blog de um investidor. Ele fala sobre como se prepara "informacionalmente" para seus trades.

Sobre a disciplina em seguir a estratégia, os autores trazem o seguinte (p.94):

O investidor que compra títulos quando o preço de mercado parece baixo com base nas declarações da empresa (SIC) e que os vende quando seu preço parece alto de acordo com o mesmo critério, provavelmente, não obterá lucros espetaculares. Entretanto, poderá evitar perdas igualmente espetaculares e mais frequentes. Ele deve, ainda, ter chances acima da média de colher resultados satisfatórios - e esse é o principal objetivo do investidor inteligente.

Isso reflete bem o que eu sempre falo aos meus alunos. Ninguém ficará rico na bolsa. Na verdade, alguns podem até ficar, mas a chance é mínima. O que pode acontecer, é você alavancar muito sua capacidade de gerar mais fluxos de caixa pelo poder de capitalização. Mas rico, rico mesmo, é pouco provável, pelo menos no curto prazo. Assim, é preciso ser um investidor inteligente (um dia farei uma review desse livro também): ter disciplina e seguir a estratégia. É melhor ganhar pouco várias vezes do que perder muito, poucas vezes.



NÍVEL DE PROFUNDIDADE/ACESSIBILIDADE

O livro tem uma leitura muito fácil. Você não ficará travando sem entender alguma coisa. Ele é realmente muito básico. Uma espécie de análise de balanços para não contadores em poucas horas.

Por este motivo, não espere muita profundidade nos temas que são discutidos.





A QUEM É INDICADO?

Aos interessados em começar a investir em ações e a entender como interpretar as demonstrações financeiras das empresas. Nada muito além disso.

VALE À PENA?

É uma leitura legal, bem simples. Para quem não tem nenhum conhecimento sobre contabilidade e análise das demonstrações financeiras (ressaltando que ele só trata do Balanço Patrimonial e da DRE)... vá em frente. Compre e leia o livro!




OUTROS LIVROS DO AUTOR:












quarta-feira, 16 de março de 2016


Em dezembro do ano passado eu fiz dois posts que foram inspirados pelo livro que conta a saga relacionada à resolução do "Último Teorema de Fermat". Recentemente o pesquisador que solucionou o problema foi premiado com mais de R$ 2 milhões.

A persistência às vezes nos rende bons frutos. 

Isso serve de motivação para todos nós.

Os posts inspirados pelo livro foram o seguintes, para quem não conhece:


quarta-feira, 9 de março de 2016

Hoje nós alcançamos a marca de 2 mil fans na FanPage do Contabilidade & Métodos Quantitativos (se ainda não curtiu, aproveite clicando aqui e também nos seguindo pelo Twitter).

Obrigado a todos por nos acompanharem, pois como eu costumo dizer: é bom saber que tem gente que lê o que nós escrevemos e o melhor é saber que grande parte das pessoas que curtem a FanPage não são minhas amigas no Facebook, ou seja: não curtiram só pela amizade! kkk.

Continuaremos disseminando as informações aqui pelo blog esperando atingir sempre mais e mais pessoas.

Obrigado de novo pela confiança!

Tirei um print para ninguém "descurtir" a página para me trollar

terça-feira, 8 de março de 2016

Segue o cartaz para a palestra que Professor Dimas Queiroz (coautor daqui do blog na parte de contabilidade pública) fará em Souza, aos interessados no tema.


segunda-feira, 7 de março de 2016

Recentemente a CVM enviou ao mercado o Ofício-Circular/CVM/SNC/SEP/nº1/2016, orientando "quanto a aspectos relevantes a serem observados na elaboração das Demonstrações Contábeis para o exercício social encerrado em 31.12.2015".

Os destaques foram:

1. “True and fair view”;
2. Operações de “forfait”;
3. Outras transações que se tem conhecimento;
4. Aplicação do conceito de “Compulsão Econômica”;
5. Testes de “impairment”;
6. Aplicação do item 38 da OCPC 07.
Comentarei aqui sobre os pontos 5 e 1, nesta ordem, pois o 5 é o que me chama mais a atenção (o 1 eu já sabia que era problemático - quem não sabia?!). 

TESTES DE IMPAIRMENT

Por que o ponto 5 é o que me chamou mais a atenção? 

Explico agora: (a) não sabia que a CVM precisaria relembrar as empresas de que elas têm que fazer testes de impairment e (b) o argumento usado pela CVM reforça a importância da atualização dos cursos de graduação em contabilidade, bem como a importância de se estudar disciplinas relacionadas ao mercado de capitais, finanças corporativas, avaliação de empresas, matemática, estatística etc.

Como o argumento deles foi pequeno, copio na íntegra (com alguns comentários em vermelho):

As expectativas de mercado para o ano de 2016, conforme revela o Boletim Focus – Relatório de Mercado de 31.12.201516, são indicativas da necessidade de se proceder a testes de “impairment”. Há expectativas inflacionárias e de alta nas taxas de juros (muitos alunos terminam o curso sem nem saber da existência do Focus! Eu faço questão de comentar com eles toda semana, bem como faço meus monitores postarem no blog uma breve análise sobre esse relatório). Há também aumento de prêmios por risco no Brasil, com a perda de graus de investimento (Isso tem implicação direta na taxa de desconto que a empresa deve utilizar para analisar seus projetos de investimentos, elaborar o seu orçamento de capital, bem como tem impacto nos preços de seus ativos que são negociados no mercado de capitais e que muitas vezes as próprias empresas mantém como investimentos - até em outras empresas. O aluno de contabilidade precisa estudar precificação de ativos e valuation para compreender isso e aplicar nas demonstrações financeiras dos seus empregadores ou clientes). 
Por sua vez, determinados setores da indústria no Brasil estão sendo mais atingidos. E essa evidência também pode ser corroborada empiricamente pelo patamar de preços observado nos valores mobiliários dessas companhias (o que comentei acima, sobre precificação de ativos?). A eficiência informacional do mercado de capitais impõe a precificação tempestiva dos eventos econômicos (conceito de Hipótese de Mercado Eficiente, que o aluno termina o curso sem nem saber que existe, muitas vezes). Há também companhias que atuam no segmento de commodities, cujos preços no mercado internacional estão em queda (aqui entra a importância do entendimento do mercado de mercadorias e futuros, gerenciamento de riscos, hedge etc.).
Nesse sentido, dado o cenário econômico atual, com diversas evidências externas sugerindo incertezas (a incerteza que importa é chamada de risco, por Bodie e Kane, mas como entender os riscos das operações se não se estuda isso na graduação?) quanto à recuperação (conceitos de matemática financeira e valuation) de capital investido em ativos, é importante salientar a necessidade de se proceder a testes de “impairment” para ativos tangíveis e intangíveis, em especial o “goodwill” (valuation de novo), e, em sendo o caso, reconhecer perdas por desvalorização tempestivamente (veja o vídeo). Evidenciação adequada deve ser prestada em notas explicativas (iiiiiih, aí o bicho pega ainda mais, pois entram outros problemas que surgem desde a educação básica: quem não lê, não sabe escrever. Nós fazemos nossos alunos escreverem? Nós trabalhamos notas explicativas com nossos alunos de graduação? Talvez por isso elas sejam apenas cópias dos CPCs em grande parte dos casos). 

Quando me perguntam o porquê de estudar finanças em contabilidade, é por isso!


TRUE AND FAIR VIEW

Sobre o ponto 1, o artigo que eu escrevi com Vinícius e o Professor Edilson, sobre o estilo da auditoria, parece ainda fazer sentido. A proxy que utilizamos para a orientação do auditor baseado em regras ou princípios foi o país em que a empresa de auditoria é sediada, por causa da cultura contábil local. 

Essa parece não ser uma ótima proxy, mas era a melhor que tínhamos (em breve voltarei a trabalhar em outras proxies para isso - recebemos boas sugestões no Congresso da USP do ano passado). 

Digo que faz sentido pois após tanto tempo, o regulador ainda precisa explicar o que é "true and fair view", encorajando o seu uso por parte das empresas e auditores:
Nesse contexto, ainda observamos resistência pelos profissionais com relação à aplicação do “true and fair view”. Aplicá-lo implica exercer juízo de valor; julgar em situações excepcionais e críticas (!!!), o que pode ser bastante desafiador em determinadas situações.

CONCLUSÃO

Então... parece que o nosso regulador realmente precisa alertar os contadores e auditores brasileiros sobre isso mesmo. 5 anos não foram suficientes para aprendermos, pois ainda ensinamos de forma diferente nos cursos de graduação.

Quem sabe mais 5 anos para funcionar na "plenitude"?!

5 anos fecha mais um ciclo de bachareis e talvez seja tempo suficiente para alguns jovens contadores formados em "IFRS" que já estão no mercado assumirem postos que levem a elaboração de demonstrações financeiras com os conceitos corretos.

Quem sabe...

terça-feira, 1 de março de 2016

Segundo o Valor, alguns títulos da Oi chegaram a ser negociados a menos de 30% do seu valor de face.

Aos que acreditam que a Oi terá condições de pagar a dívida, parece ser uma boa oportunidade de investimento.

Porém, para o Mercado, isso indica um alto risco de calote.