abril 2018 - Blog ContabilidadeMQ

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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Nós já apresentamos aos leitores do blog o "Padrão Bozo", o "Padrão Flying Mario" e agora eu tenho a honra de apresentar a vocês o "Padrão Vomiting Camel" (ou Camelo Vomitando).







Infelizmente eu não fui o pai deste padrão. Na verdade, ele tem uma mãe: Katie Martin, do Vomiting Camel Asset Management.

Claro que isso não passa de uma brincadeira que foi levada a sério. Vejam a história completa clicando aqui.

P.s.: alguém percebeu o padrão no ouro também e no Bitcoin! kkkk

P.s.2: obrigado ao Professor Marcelo Botelho por ter me apresentado a esse clássico!


sábado, 28 de abril de 2018

Na última semana, em Finanças I, nós começamos a estudar fundos de investimentos e finalizamos os modelos de precificação de ativos. Aproveitando esses dois assuntos, eu aproveitei para comentar sobre fundos de investimento Quants.




Os Quants foram "culpados" por algumas pessoas pela crise de 2008. Eu mesmo digo isso algumas vezes, mas pensando bem... a culpa não é dos Quants em si. A culpa é da ganância e isso é comum a todos os tipos de analistas e gestores de fundos. Os Quants só levaram a culpa.

Aqui está uma indicação de filme para o final de semana falando sobre eles. Clique aqui para ler uma matéria que culpa os Quants (foi isso que me lembrou de compartilhar o filme com vocês).

Para outras indicações de filmes sobre finanças, clique aqui!





sexta-feira, 27 de abril de 2018

O evento foi realizado na FEA-RP. Aproveitem para se inscrever no canal do Youtube deles!




quarta-feira, 25 de abril de 2018

Nas próximas aulas estudaremos alguns conceitos gerais relacionados a fundos de investimentos (o que são fundos, estratégia de investimento ativa x passiva, Índice de Sharpe, Índice de Treynor, Alfa de Jensen etc), veremos alguns casos e faremos algumas análises aplicadas às carteiras de investimento que vocês estão montando na disciplina.

ATENÇÃO! A cada aula que finalizarmos, do Índice de Sharpe em diante, vocês deverão fazer a aplicação na sua própria carteira. Na aula da semana que vem, por exemplo, estudaremos o Índice de Sharpe. Dessa forma, na aula seguinte vocês deverão trazer o cálculo desse índice para a sua carteira para podermos discutir sobre o número e comparar com as carteiras de todos da turma.






Aqui estão os slides que serão usados nessas aulas:





segunda-feira, 23 de abril de 2018

Aqui estão os slides usados pelos estagiários de docência do mestrado que me cobriram na semana passada, em que estive afastado para participação em uma banca de concurso na USP-RP.

Mais embaixo é possível encontrar um texto sobre o assunto da aula.






CAPITAL ASSET PRICING MODEL (CAPM)

A suposição básica de Sharpe ao criar o seu modelo não era a de que os retornos entre os ativos estariam correlacionados entre si, mas sim com um índice único, este representativo dos retornos de todo o mercado onde transacionamos. Para este modelo, ao se relacionar os retornos de cada ativo com o retorno do mercado, estar-se-á, indiretamente, relacionando os retornos dos ativos entre si. Isso pode ser observado por meio de relações causais do preço das ações. Quando o mercado sobe, a maioria das ações tende a crescer também, e quando o mercado decresce, as ações também tendem a decrescer. Dessa forma, o retorno de uma ação deve ser expresso da seguinte maneira:

Ri = ai + Bi*Rm

Onde a_i é o componente do retorno do ativo i que é independente da performance do mercado – uma variável aleatória; Rm é a taxa de retorno do índice do mercado – uma variável aleatória; Bi é uma constante que mensura a mudança esperada em Ri dada uma mudança em Rm.

Essa equação simplesmente quebra o retorno de uma ação em dois componentes, onde uma é devida ao mercado e a outra não. O beta é uma medida que diz quão sensível é o retorno do ativo ao retorno do mercado.

O termo ai representa o componente do retorno que é independente do retorno do mercado. Ele pode também ser dividido em duas partes. O alfai é o valor esperado de ai, e o ei é elemento que representa a incerteza, ele é aleatório.


ai = Alfai + Ei

O ei tem valor esperado zero. Dessa forma, podemos reescrever a equação do retorno da ação da seguinte maneira:

Ri = Alfai + Bi*Rm + Ei


Se o ei e o Rm não são correlacionados, isso implica que a equação do Ri, acima dessa última, descreve o retorno de qualquer ativo de forma independente do retorno do mercado (ELTON; GRUBER, 1995). Os parâmetros desse modelo devem ser estimados por meio de uma regressão de série temporal.

O pressuposto básico desse modelo é que o erro de um ativo é independente do erro de outro para qualquer valor, mais formalmente: E(ei,ej)=0. Isso implica que a única razão que faz os preços das ações variarem juntas, sistematicamente, é porque há um co-movimento com o mercado.

Resumindo, os pressupostos são:

1.      O erro padrão da regressão tem valor esperado igual a zero;

2.      Que o erro e o Rm não são correlacionados;

3.      E que o erro de um ativo é independente do erro de um outro ativo.

A partir desses pressupostos, Sharpe (1963) deriva as três equações representativas do retorno esperado, variância do retorno e covariância entre os retornos dos ativos:


Da mesma forma, voltando-se à equação fundamental para variância de um portfólio de ativos, substituindo-se pelas equações derivadas pelo modelo de Sharpe, e fazendo-se as devidas simplificações:


Dessa forma, espera-se diminuir consideravelmente o número de cálculos efetuados para a obtenção de um portfólio “ótimo”.

            O modelo apresentado anteriormente é também conhecido como modelo de mercado. Além de pressupor um modelo de equilíbrio do mercado, o CAPM contribui para o desenvolvimento e aplicação da Teoria de Markowitz pela utilização de um fator geral para o risco, diminuindo sensivelmente os cálculos para sua utilização: o beta. Não que as medidas de variabilidade propostas por Markowitz não sejam boas proxies para o risco, mas porque o beta, em uma carteira diversificada, sob a hipótese das expectativas homogêneas, sintetiza melhor o risco, visto que é padronizado pela carteira teórica do mercado.

            Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), a melhor medida de risco em uma carteira ampla é o beta do ativo em relação à carteira do mercado, apesar dela aparentar ser problemática, conforme veremos nas próximas seções.

3.1 Relação entre risco e retorno esperado no CAPM

O retorno esperado de um ativo pelos investidores em um mercado pode ser representado da seguinte maneira: uma taxa livre de risco, mais uma compensação ou prêmio pelo risco. Como o beta é uma medida apropriada do risco em carteiras amplas e diversificadas, é importante que se faça o ajuste da “compensação” pelo risco ao seu beta, pois o retorno dos ativos deve estar diretamente relacionado a ele, como evidenciado na seção anterior pelo modelo de mercado.

Dessa forma, Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossin (1966), de forma independente, propuseram o Capital Asset Pricing Model (CAPM), como modelo que equilibra o retorno esperado do ativo com uma taxa que é livre de risco e mais um prêmio pelo investidor ter assumido o risco de se investir naquele ativo. Assim, temos: E(R) = Rf + B*[E(R) - Rf]

Essa fórmula diz que o retorno esperado de um título está linearmente relacionado a seu beta. Quanto maior o beta, mais arriscado é o investimento nesse ativo. Se o beta for igual a 1, o ativo irá seguir, na mesma proporção, o movimento do mercado. Se o beta for menor que 1, ele irá variar menos que proporcionalmente com o movimento do mercado. Se for maior que 1, a variação será mais que proporcional às variações do mercado. Contudo, o beta sendo igual a 0, o retorno do ativo será a própria taxa livre de risco. Isso quer dizer que a taxa livre de risco é representada pelo retorno de qualquer ativo que não tenha correlação nenhuma com o retorno do mercado e que o retorno seja certo no futuro (SHARPE-LINTNER-MOSSIN) – em Black (1972), essa taxa tem que ser menor que o retorno esperado pelo mercado (o que gera problema no Brasil[1], por exemplo).

Como dito acima, Machado (2009) diz que coeficiente beta é a tendência de uma ação mover-se com o mercado e mede a volatilidade da ação em relação a uma ação média. O que se procura medir com esse coeficiente é o grau de volatilidade de um título às mudanças no comportamento do mercado, partindo-se do princípio de que todos os títulos tendem a ter o seus preços alterados, em maior ou menor proporção, às alterações do mercado como um todo. De acordo com Fama e French (2004), o beta é proporcional ao risco que cada dólar investido no ativo i contribui para a carteira de mercado.

O beta representa o resultado da divisão da covariância entre os retornos da carteira de mercado e os retornos do ativo objeto de avaliação pela variância da carteira de mercado, conforme a seguinte equação:

Uma vez que o risco total é igual à soma do risco sistemático (não diversificável) com o risco não-sistemático (diversificável) e, assumindo que o os participantes do mercado diversificam eficientemente suas carteiras, eliminando o risco não-sistemático, o único componente que sobra do risco total é o risco sistemático, representado pelo beta. Assim, para um mercado em equilíbrio, o risco sistemático de um ativo é suficiente para quantificar seu retorno exigido.

Apesar dessa equação ser aplicada a um ativo, o CAPM poderá ser aplicado à uma carteira, conforme as necessidades do investidor, ou do pesquisador. Exemplo disso foi o trabalho de Fama e French (1992, 1993, eg) que utilizaram carteiras no CAPM modificado por eles, no mercado norte americano, e aqui no Brasil Machado e Medeiros (2011) que testaram o CAPM padrão, três (FAMA; FRENCH, 1992, 1993), quatro (CAHART, 1997) e cinco (KEENE; PETERSON, 2007) fatores utilizando carteiras. Dessa forma, é preciso calcular o retorno médio da carteira, ponderado pela participação do ativo nela.

Por exemplo, se o investidor mantém 3 ativos (30%, 20% e 50%), com retorno esperado de 10%, 5% e 30%, o retorno esperado da carteira será dado pela soma do produto dos retornos pela sua participação: 0,3*0,1 + 0,2*0,05 + 0,5*0,3 = 19%, não 15% simplesmente fazendo-se uma média normal. Utilizando o CAPM, considerando que o beta dos ativos é de 0,8, 0,5 e 1,5, respectivamente, tem-se que o beta médio é de 1,5*0,5 + 0,8*0,3+ 0,5*0,2 = 1,09. Aplicando diretamente no CAPM, considerando uma taxa livre de risco de 6%: 6% + 1,09*(17,92%-6%) = 19%.

O modelo de precificação de ativos representa um dos avanços mais importantes na teoria de finanças. É claramente útil para fins de investimento, porque mostra como o retorno esperado de um ativo está relacionado a seu beta.

O CAPM prega que o beta é uma ótima medida para relacionar risco e retorno. Desde a década de 1970, quando o CAPM começou a ser testado empiricamente, houve pouco questionamento e evidências empíricas contra ele. Porém, recentemente, no início da década de 1990, Fama e French (1992, 1993) publicaram evidências contrárias ao extremo poder pregado pelo CAPM, mostrando que a relação, no período de 1963 a 1990, entre retorno médio e beta era fraca. Complementando que o retorno médio de um título está negativamente correlacionado com o P/L e book to market. Isso contraria o CAPM visto que ele apregoa que os retornos esperados das ações devem estar relacionados somente com o beta e não a outros fatores.

Algumas críticas podem ser feitas ao trabalho de Fama e French, pois o período utilizado foi curto, apenas de 28 anos, visto que de 1927 para cá o beta está relacionado positivamente com o retorno médio dos ativos, não havendo justificativa para se utilizar um período menor que esse; até hoje não se sabe ao certo como os autores selecionaram o índice P/L e book to market para a sua análise, supõe-se que eles testaram a inclusão e exclusão de variáveis, até chegar a um ponto denominado de ótimo por eles, indicando, talvez, uma relação espúria entre as variáveis; com isso, podemos concluir que ainda há muito o que se discutir sobre o tema.

3.2 Os pressupostos subjacentes ao CAPM padrão

Para o desenvolvimento do CAPM, seus proponentes tiveram que pressupor algumas coisas para que seu modelo pudesse ser aplicado. Elton e Gruber (1995) dizem que, assim como os físicos constroem modelos sobre o movimento da matéria em um ambiente sem atrito, os economistas constroem modelos onde não consideram atritos institucionais no movimento das ações. Com isso, se tem os seguintes pressupostos:

1.      Não existem custos de transação: isso quer dizer que o modelo não considera qualquer valor pago na compra ou na venda do ativo, no cálculo final. A inclusão dos custos da transação implicaria em incluir um maior volume de complexidade ao modelo. Então, dever-se-ia avaliar se a relação custo/benefício seria favorável ao investidor pela inclusão dos custos de transação no CAPM. Elton e Gruber (1995) completam que, dado o valor dos custos de transação em relação aos investimentos, não valeria a pena aumentar a complexidade do modelo para incluí-los.

2.      Os ativos são infinitamente divisíveis: isso quer dizer que o investidor poderá tomar qualquer posição no investimento, independente do tamanho de sua riqueza. Ou seja, ele poderá comprar, por exemplo, o equivalente a R$ 1,00 de MILK11, ação da Parmalat, ou VALE5, ação da Vale.

3.      ausência de taxação específica sobre a renda: isso quer dizer que para o investidor tanto faz ganhar pela distribuição de dividendos ou por ganho de capital. Na prática isso não ocorre, visto que a tributação é distinta. É preferível receber dividendos a juros sobre o capital próprio, visto que os dividendos já vêm descontados do imposto de renda, pelo menos no Brasil. No exterior isso varia de investidor para investidor.

4.      Um investidor não pode mover o mercado: um investidor, com base em suas compras ou vendas não poderá mover o mercado na direção que ele bem entender. O mercado é movido pela ação de um conjunto de fatores.

5.      Os investidores tomam decisões com base na Teoria das Carteiras: os investidores utilizam o framework de Markowitz, risco-retorno, para tomar suas decisões, com base no retorno esperado e na varibilidade desses retornos.

6.      É aceitável a venda à descoberto: o investidor pode vender o quanto quiser À descoberto.

7.      Existe crédito e o investidor pode emprestar ilimitadamente à taxa sem risco: o investidor poderá tomar emprestado ou emprestar a quantidade de dinheiro que desejar, à taxa de juros livre de risco.

8.      Todos os ativos são comercializáveis; e

9.      Existem expectativas homogêneas: todos os investidores têm as mesmas expectativas quanto aos inputs do CAPM: retorno esperado e variância dos retornos. Isso implicaria dizer que todos os investidores aplicariam na mesma carteira teórica.

Alguns desses pressupostos são insustentáveis em um mercado real, como os modelos dos físicos de movimento da matéria sem atrito. Porém, todo modelo é limitado e essas foram necessárias para construir o CAPM, porém, até onde isso irá distorcer a realidade ainda é um questionamento em aberto.

            Elton e Gruber (1995) criticam o pressuposto das expectativas homogêneas, principalmente quanto ao impacto na fronteira eficiente. Porque, na realidade, ela difere de investidor para investidor, por causa das diferenças de expectativas.

Então, se existissem expectativas homogêneas e a mesma taxa de crédito ou empréstimo, os investidores terão todos eles o gráfico mostrado abaixo, de forma idêntica. A carteira de ativos de risco Pi mantida por qualquer investidor será idêntica à carteira de ativos de risco mantida por qualquer outro investidor. Se todos os investidores mantiverem a mesma carteira de risco, então, em equilíbrio, essa deverá ser a carteira de mercado. A carteira de mercado é a carteira composta por todos os ativos de risco do mercado. Cada ativo é mantido na proporção que ele representa do mercado como um todo. Por exemplo, a OGXP3 compõe 1% da carteira do mercado e cada investidor teria que manter 1% da sua carteira com esse ativo.



 3.3 Formas fora do padrão para o CAPM

As principais extensões propostas ao modelo derivado na seção anterior buscam remover alguns dos pressupostos (limitações) ali mencionados no mesmo item, de forma a aproximar-nos da realidade prática, refinando então nosso modelo de apreçamento (ou incluindo fatores considerados anomalias, com os três fatores eg). 

Uma outra motivação diz respeito a uma comparação entre os efeitos das variáveis assumidas como ausentes no equilíbrio de mercado previsto na versão simplificada do modelo, que fazem com que não se possa estimar o real retorno esperado do ativo.

A forma padrão do CAPM ignora, por exemplo, a presença de impostos para chegar a uma solução de equilíbrio. A implicação desse pressuposto é que os investidores são indiferentes entre receber seus ‘lucros’ na forma de ganho de capital ou dividendos. Se nós reconhecermos que a existência de impostos e, em particular, o fato de que o ganho de capital é taxado a uma alíquota menor que o dividendo (no Brasil isso ainda é indiferente[2]), o equilíbrio deve mudar (as expectativas não serão mais homogêneas). 

Os investidores devem julgar o retorno e o risco da sua carteira após os tributos. Com isso, a fronteira eficiente, após os impostos, para cada investidor, mesmo com expectativas homogêneas, deverá ser diferente.

Com isso, o retorno do ativo ou carteira, considerando a presença dos tributos pode ser obtido da seguinte maneira (ELTON; GRUBER, 1995):


CAPM com base no consumo

Alguns autores, como Breeden (1979) e Merton (1973), obtiveram diferentes abordagens para definir o equilíbrio no mercado de capitais. Eles iniciam com uma série de pressupostos: os investidores maximizam sua função de utilidade pela sua fase de consumo; existem crenças homogêneas relativas às características dos retornos dos ativos; existe uma população infinita fixa; e existe um mercado de capitais que permite investidores alcançarem padrões de consumo que eles não alcançariam em conjunto com outros negócios. (...) eles podem mostrar, sob esses pressupostos, que o retorno dos ativos pode ser linearmente relacionado com a taxa de crescimento do consumo agregado se os parâmetros da relação linear podem ser assumidos como constantes ao longo do tempo.  Além do mais, os resíduos da relação linear são não correlacionados com a taxa de crescimento do consumo agregado, tendo média zero, e não sendo correlacionada uma com a outra.

De forma geral, o CCAPM tenta buscar explicação nas variáveis macroeconômicas na precificação dos ativos. O modelo assume que os indivíduos, quando investem sua riqueza, levam em consideração não a relação do retorno do ativo com o do mercado, mas sim seu impacto sobre a sua capacidade de consumo. Assim, em períodos de consumo reduzido, seria demandado um prêmio pelo risco maior para se reter a riqueza na forma de ativos.

Dessa forma, o preço de um ativo seria, então, função dos planos de consumo dos indivíduos e não somente das decisões de alocação de carteiras como ocorre no CAPM padrão. Então, o risco do ativo é obtido por meio da covariância desse ativo com o nível de consumo e não com o retorno do mercado.

Com isso, estabelecemos a seguinte equação que nos mostra as condições de equilíbrio de mercado, diretamente relacionada ao CAPM padrão: E(Ri) = E(Rz) + Gama1*B1

Onde Gama1  é o preço de mercado do beta de consumo (equivalente à diferença entre o retorno esperado do mercado e a taxa livre de risco), e Rz é o retorno esperado de uma carteira com beta de consumo zero (equivalente à taxa de juros livre de risco).

Esse modelo de CAPM é diretamente relacionado ao modelo padrão de Sharpe-Lintner-Mossin, onde a taxa de crescimento per capita do consumo substitui a taxa de retorno da carteira de mercado.

Um dos testes mais importantes do CCAPM foi o feito por Breeden, Gibbons e Litzenberger apud Elton e Gruber (1995). Os autores assumem que os retornos podem ser gereneralizados da seguinte forma: Rit = Alfai + BiCi + Eit

O maior problema é identificar a variável que direciona o retorno (nesse caso a taxa de crescimento per capita do consumo) – no Brasil tem-se usado o INPC.

Outras extensões do CAPM foram desenvolvidas por diversos outros pesquisadores como forma de diminuir as limitações do CAPM padrão, bem como atender aos seus anseios. Dentre eles está o CAPM multi-index, que será abordado em seção específica sobre o Arbitrage Pricing Theory (APT).

3.4 Outros problemas com o CAPM

Testes do CAPM são baseados em três implicações da relação entre retorno esperado e beta de mercado. Primeiro, retorno esperado sobre todos os ativos são linearmente relacionados aos seus betas e nenhuma outra variável tem poder explicativo. Segundo, o prêmio pelo risco é positivo, isso quer dizer que o retorno esperado do mercado excede o retorno esperado sobre qualquer outro ativo que seja escolhido com não correlacionado com o retorno do mercado. Terceiro, na versão de Sharpe-Lintner do modelo, ativos não correlacionados com o mercado têm retornos esperados iguais à taxa livre de risco, e o prêmio pelo risco é o retorno esperado do mercado menos a taxa livre de risco. Muitos testes dessas predições usam tanto cross-section quanto séries temporais.

Testes do prêmio pelo risco

Diversos testes do prêmio pelo risco foram efetuados, a exemplo de um dos mais famosos que foi o de Fama e McBeth (1973). Contudo, o primeiro a notar que a relação entre retorno esperado e beta do mercado na versão de Sharpe-lintner-mossin do CAPM também implica em um teste de série temporal foi Jensen (1968). O CAPM diz que o valor esperado do retorno em excesso de um ativo (o retorno do ativo menos a taxa livre de risco) é completamente explicado pelo prêmio pelo risco (beta vezes Rm-Rf). Isso implica que o Alpha de Jensen, o intercepto da regressão, é zero para cada ativo.

Os primeiros testes rejeitaram firmemente a versão inicial do CAPM. Existe uma relação positiva entre beta e retorno médio, mas é muito ‘flat’. Lembre-se que, em cross-sections, o modelo prevê que o intercepto é a taxa livre de risco e o beta é o retorno de mercado esperado acima da taxa livre de risco. As regressões consistentemente encontram que o intercepto é maior que a media da taxa livre de risco (tipicamente proxiada com o retorno um trsury Bill mensal), e o coeficiente beta é menor do que o retorno excessivo do mercado (proxiado pelo retorno médio de uma carteira de ações norte0americana menos a taxa do treasury Bill). Isso é verdade nos primeiros testes, como Black, Jensen e Scholes (1972) e Fama e McBeth (1973) e mais recentemente Fama e French (1992).

Os interceptos em regressões de séries temporais de retorno em excesso dos ativos sobre o retorno em excesso mercado são positivas para ativos com baixo beta e negativo para ativos com altos betas.

O problema da proxy do retorno de mercado

Roll (1977) argumenta que o CAPM nunca foi testado e provavelmente nunca será. O problema é que a carteira do mercado no coração do modelo é teoricamente e empiricamente ilusória. Não é teoricamente claro que os ativos (capital humano, eg) possam ser legitimamente excluídos da carteira do mercado, e os dados disponíveis limitam substancialmente os ativos que estão incluídos. Como resultado, os testes do CAPM são forçados a usar proxies para a carteira de mercado, na realidade testando se as proxies estão na fronteira de minímina variÂncia. Roll (1977) argumenta que por causa do uso das proxies nos testes, não a verdadeira carteira de mercado, não aprendemos nada sobre o CAPM.

            Além dessas críticas e das limitações dos pressupostos, pode-se criticar o CAPM pelas críticas que também são feitas à Hipótese de Mercados Eficientes, visto que cada vez mais são encontradas evidências de que os investidores não são racionais e não são avessos ao risco, mas sim avessos às perdas.

            Quanto à utilização de dados históricos para estimar os retornos exigidos, e ao uso do beta, afirma-se que esses resultados obtidos a partir de dados históricos são apenas aproximações e, que para serem usados de fato, precisam de ajustes (subjetivos) já que os mesmos são determinados historicamente, para que possam refletir as expectativas futuras.

3.5 Arbitrage Pricing Theory

Todos os modelos que têm como base o CAPM, também são baseados na análise da média-variância. No entanto, as definições de retorno e o cálculo da média e variância são feitos de formas diferentes entre os modelos baseados na média-variância. Por exemplo, na versão do CAPM que envolve impostos, investidores examinam as médias e variâncias dos retornos após os impostos, no CAPM baseado em consumo, os investidores analisam a média e a variância de acordo com a expectativa de crescimento do consumo e assim por diante. A APT encara o risco de uma maneira mais geral do que simplesmente como covariância padronizada, ou beta de um título em relação à carteira de mercado (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2002).

Ross (1976, 1977) propôs uma nova e diferente abordagem para explicar a precificação dos ativos (posteriormente Roll e Ross, em 1984). Ross desenvolveu um mecanismo que, dado o processo que gera o retorno dos ativos, deriva o preço deles por meio de argumentos arbitrais análogos (porém mais complexos) aos usados no CAPM.

De fato, a descrição de equilíbrio do APT é mais geral que a fornecida pelo CAPM, em que a precificação pode ser afetada por fatores além de, simplesmente, média e variância. O pressuposto das expectativas homogêneas é necessário. O pressuposto de que o investidor utilize a media-variância é substituído pelo pressuposto de que um processo gera os retornos dos ativos.

Dessa forma, o modelo APT é definido da seguinte maneira: Ri = Alfai + bi1I1 + bi2I2 +...+ bijIj + ei

Onde alfa é o retorno esperado da carteira ou da ação; I é o valor do fator de risco sistemático que impacta o valor da ação; b é o beta que representa a sensibilidade da ação ao fator de risco sistemático; e “e” é o erro aleatório com média zero.

Aqui vale relembrar o que diferencia o risco sistemático do não sistemático é que o primeiro não pode ser limitado ou excluído pela diversificação da carteira; ou seja: o risco sistemático é não diversificável. Ele é inerente ao mercado, é algo que afeta todas as empresas. Já o risco não sistemático não está ligado ao mercado como um todo, mas a uma única ação ou a algum grupo específico de ações.

Por exemplo, a notícia sobre o corte de crédito para as empresas brasileiras, ou problemas relacionados à economia europeia poderão afetar todo o mercado. Esse risco não poderá ser diminuído diversificando a carteira de investimentos, diz-se que esse é o risco sistemático, é inerente ao mercado. Já se sai uma notícia sobre a proibição de determinadas empresas explorarem petróleo em determinado local, esse é um risco que pode ser diversificado investindo em outras empresas, cujos retornos não sejam correlacionados, é um risco diversificável.

Diferente do CAPM padrão que só utilizava um beta, ou seja, todo o risco específico era concentrado no beta da ação, o APT utiliza vários betas. Elton e Gruber (1995) dizem que o modelo CAPM multi-fator e o modelo APT não são diferentes, sendo, então, o APT uma outra extensão do CAPM. Callado et al (2010) dizem que o CAPM é a técnica mais aceita, enquanto que a APT é uma explicação alternativa, corroborando o que foi dito anteriormente.

Por exemplo, se a ação de uma empresa está positivamente relacionada ao risco de inflação, esta ação tem beta de inflação positivo. E assim por diante. A Marisa vem sofrendo forte concorrência de produtos vindos da China. Com o aumento da inflação, ela teve que aumentar os salários dos seus colaboradores, porém, por sofrer forte concorrência da China, não pôde aumentar os preços dos produtos. Isso tem forte impacto no lucro da empresa, fazendo com que seu beta de inflação seja negativo. Quanto maior a inflação, menor o retorno.

Uma das vantagens da APT é sua capacidade de lidar com diversos fatores, ao passo que o CAPM os ignora.

Ross, Westerfield e Jaffe (2002) dizem que, apesar da ênfase dada ao modelo de um único fator (os autores dizem que pode ser utilizado um fator tão amplo que possa representar boa parte do risco sistemático do mercado), talvez o modelo de multifatores seja mais representativo da realidade. Ou seja, é preciso levar em conta a influência de muitos fatores gerais e setoriais antes de fazer com que o risco não sistemático de um título passe a ter correlação nula com os riscos não sistemáticos de outros títulos.

Cada fator do modelo APT representa o risco que não pode ser eliminado por meio da diversificação. Quanto mais elevado for o beta do título em relação a um dado fator, maior será o risco possuído pelo título. Num mundo racional, o retorno esperado do título deveria compensar esse risco. A equação anterior diz que o retorno esperado é uma soma da taxa livre de risco com a compensação por tipo de risco que o título possui.

Como há diversos fatores presentes no lado direito da equação do APT multifatores, a estrutura do APT permite medir retornos esperados mais precisamente do que no CAPM. Entretanto, não é fácil determinar quais são os fatores apropriados. Os fatores, geralmente, não são determinados por uma teoria, mas por conveniência e bom senso.

Em contraste, o uso do índice de mercado no CAPM é uma decorrência da teoria desenvolvida. A utilização de um índice de mercado é comprovada por diversos estudos empíricos (ELTON; GRUBER, 1995; ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2002) como bom reprodutor das oscilações do mercado de ações.

O CAPM e a APT são modelos baseados em riscos. Medem o risco de um título por seu beta em relação a fatores sistemáticos, e cada um diz que o retorno esperado excedente deve ser proporcional ao beta. Apesar desses dois serem muito difundidos, existem enfoques alternativos, porém esses enfoques alternativos são bastante criticados pelos pesquisadores mais teóricos porque parecem independer de uma teoria, sendo muito relacionados ao data mining, por exemplo o modelo de três fatores de Fama e French, comentado anteriormente.

Uma contribuição gerada a partir do modelo APT em comparação ao modelo CAPM foi a inclusão das variáveis macro-econômicas dentro do elenco de fatores relacionados à previsibilidade dos retornos das ações.

Podemos destacar as seguintes variáveis macroeconômicas que intrigam os pesquisadores, na relação com o retorno das ações: taxa de juros, taxa de câmbio, inflação; produção industrial; e saldo da balança comercial. Assim, um investidor que acredite na Hipótese do Mercado Eficiente poderia questionar se esses fatores macroeconômicos passados deveriam refletir o retorno das ações, visto que é uma informação passada e não compõe, teoricamente o preço das ações, na forma fraca. Porém, na sua segunda revisão de literatura sobre a HME, Fama (1991) atualiza a forma fraca para refletir também essas informações passadas.

Para a aplicação de um modelo APT, não há a necessidade de utilização de uma carteira específica, pois os cálculos podem ser realizados considerando sub-carteiras da carteira de mercado. Nesta perspectiva, Miranda e Pamplona (1997) consideram que o modelo APT abandona a noção de que existe apenas uma carteira certa para todos os investidores e o substitui por um modelo baseado na suposição de que alguns fatores macroeconômicos influenciam o retorno dos ativos. Essa era uma das críticas (Crítica de Roll) quanto ao CAPM, que considerava uma carteira teórica que nunca poderia ser utilizada.

Segundo Callado (2009) ambos os modelo buscam representar o equilíbrio de mercado considerando que este seja eficiente e que atenda às premissas propostas. O modelo APT se distingue do modelo CAPM em dois aspectos fundamentais, que são: o número de fatores explicativos relacionados ao comportamento dos retornos das ações e a aceitação de um equilíbrio parcial.

No trabalho de Fama e French (1996) são apresentadas comparações entre os modelos CAPM e APT. Como os betas obtidos através do CAPM não são capazes de captar estas interferências, o APT parece ser um modelo mais apropriado para descrever os retornos médios, uma vez que os retornos das ações são mais ajustados ao modelo multifatorial de precificação.

CONCLUSÕES

FALAR SOBRE A CRÍTICA DE ROLL. NA PÁGINA 17 EU TRAGO ALGO SOBRE.

O CAPM é um modelo geral de equilíbrio de mercado, segundo Elton e Gruber (1995).

A proporção de cada ativo na carteira do mercado é definida pelo valor de mercado daquele ativo dividido pelo valor de mercado de todos os ativos de risco do mercado. Esse é um fato para se criticar a utilização do CAPM, pelo menos no Brasil, onde utiliza-se como carteira de mercado o Ibovespa, que não contém, nem de longe, todos os ativos de risco do mercado.

Todos os investidores, segundo os pressupostos do CAPM, ajustam o risco da carteira de mercado com uma taxa de juros livre de risco.

Característica

Modelo de Markowitz

CAPM

ICAPM

CCAPM

APT

Modelos Multifatoriais

Origem

Markowitz (1952)

Sharpe (1964), Lintner (1965)

Merton (1973)

Breeden (1979)

Ross (1976)

Fama e French (1993)

Principal objetivo

Construção de carteiras eficientes (máximo retorno para um dado risco)

Precificar ativos com base no risco sistemático

Precificar ativos considerando mudanças intertemporais

Precificar ativos com base no consumo agregado

Precificar ativos utilizando múltiplos fatores macroeconômicos

Explicar os retornos com base em múltiplos fatores específicos

Métrica de Risco

Variância (ou desvio padrão)

Beta (β)

Beta intertemporal e fatores dinâmicos

Beta de consumo (βc)

Fatores de risco múltiplos

Fatores como valor, tamanho e momentum

Hipóteses principais

Investidores são avessos ao risco; Retornos seguem distribuição normal

Mercados são eficientes; Beta único explica os retornos

Consumo e riqueza futura afetam decisões atuais

Consumo presente e futuro determinam retornos

Múltiplos fatores macroeconômicos determinam os retornos

Diversos fatores explicam variações de retorno

Aplicação prática

Gestão de carteiras diversificadas

Precificação de ativos e cálculo do custo do capital próprio

Avaliação dinâmica de ativos em cenários macroeconômicos variáveis

Precificação de ativos considerando consumo e decisões de longo prazo

Modelos quantitativos avançados para fundos e instituições financeiras

Estratégias de investimento sistemáticas e algoritmicas

Vantagens

Diversificação eficiente e redução do risco específico

Simplicidade e facilidade na implementação

Considera efeitos dinâmicos e mudanças macroeconômicas

Introduz o consumo como variável chave

Permite incluir fatores não correlacionados ao mercado

Melhora a explicação das anomalias de mercado e volatilidade

Limitações

Exige muitas estimativas (retornos, variâncias e covariâncias)

Pressupõe que todos os investidores têm as mesmas expectativas

Complexidade computacional elevada

Depende de dados confiáveis de consumo agregado

Requer a identificação precisa dos fatores relevantes

Determinação dos fatores e de seu impacto pode ser incerta

 



[1] Copelando, Koller e Murrin (2002) diz que é difícil encontrar uma taxa livre de risco de fato nos países emergentes visto que dificilmente se encontram títulos do governo emitidos em moeda local e as taxas aplicadas não são livres de risco, visto que há uma alta concentração desses títulos em grandes empresas estrangeiras, azendo com que a aquisição por investidores menores se torne impossível (MACHADO, 2009). Em contrapartida, Barros, Famá e Silveira (2003) que a CDI, poupança e SELIC podem ser boas taxas livres de risco.

[2] Com a convergência das normas contábeis brasileiras às internacionais, o lucro contábil das empresas têm aumentado substancialmente, isso fez com que a Receita Federal começasse a avaliar a possibilidade de tributar os dividendos que fossem distribuídos como excedente entre o lucro contábil e o lucro tributável. Contudo, ainda não é um fato.


 






sábado, 21 de abril de 2018

Nesse vídeo a monitora de Finanças I, Elaine Gama, apresenta um passo a passo para otimização de uma carteira usando a Teoria das Carteiras diretamente no software R.

Os arquivos usados no vídeo poderão ser encontrados nos links abaixo:


Na nossa playlist de Finanças I vocês podem ver mais sobre a Teoria e na playlist de tutoriais vocês podem ter acesso a outros tutoriais, em nosso canal do Youtube. Os slides da aula completa podem ser acessados no blog:
http://contabilidademq.blogspot.com.br/2018/04/slides-teoria-das-carteiras-markowitz.html
Para fazer este trabalho no Excel e com muitos ativos, recomendo que assistam a este vídeo: https://youtu.be/11x_JgYMskk Como plotar a fronteira eficiente no Excel: https://youtu.be/9WXW1I62VHQ





SCRIPT PARA OTIMIZAÇÃO DE UMA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS USANDO O SOFTWARE R:


read.table("Markowitz.txt", header = TRUE)
dados = read.table("Markowitz.txt", header = TRUE)

##INSTALAR E CARREGAR OS PACOTES

require(fPortfolio)
library(fPortfolio)

require(timeSeries)
library(timeSeries)


##conversão no tipo de dados "timeSeries"
dados<-as.timeSeries(dados)

##############################################
##ESTATÍSTICAS DOS DADOS

##RETORNOS ESPERADOS
ret.esperados = colMeans(dados)
ret.esperados


#MATRIZ DE COVARIÂNCIAS
mat.cov = cov(dados)
mat.cov

################################################

##OTIMIZAÇÃO

##pesos dos ativos


##retorna o portfólio com a maior relação retorno/risco na fronteira eficiente

p1 = tangencyPortfolio(dados, spec = portfolioSpec(), constraints = "LongOnly")
p1


##retorna o portfólio com o risco mínimo na fronteira eficiente
p2 = minvariancePortfolio(dados, spec = portfolioSpec(), constraints = "LongOnly")
p2


## calculos para obtenção da fronteira eficiente
Frontier = portfolioFrontier(dados)

## Plotagem da fronteira eficiente no gráfico
frontierPlot(Frontier, col = c("blue", "orange"), pch = 19)

## adicinando informações ao gráfico
## pontos associados a possíveis carteiras
p3 = monteCarloPoints(Frontier, mcSteps = 5000, cex = 0.25, pch = 19)
p3
## mostrando o local da carteira que com proporções iguais em cada ativo
equalWeightsPoints(Frontier, pch = 15, col = "red")

## mostrando os pontos relativos a cada ativo individualmente
singleAssetPoints(Frontier, pch = 19, cex = 1.5, col = topo.colors(6))

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Essa é a quarta edição do #DeOlhoNosInsiders, onde eu apresento as transações dos Controladores, Conselheiros de Administração e Diretores de algumas das empresas que eu acompanho na nossa bolsa de valores.

No mês passado eu explorei bem algumas questões "estranhas" como aluguel de ações na RaiaDrogasil ($RADL3), matching shares na Magazine Luiza ($MGLU3), falta de "ações" dos Conselheiros da Smiles ($SMLS3). Para ler o post do mês passado clique aqui.




Então essa é a nossa pauta do dia:

  1. Operações dos insiders; e
  2. Comentários sobre a planilha

1) OPERAÇÕES DOS INSIDERS NO MÊS DE MARÇO






2) COMENTÁRIOS SOBRE A PLANILHA

BB SEGURIDADE - $BBSE3

Na BB Seguridade não houve alteração na posição do controlador, como de costume. Contudo, houve uma forte variação na posição dos Diretores e Conselheiros de Administração.

A explicação é a seguinte, constante no próprio relatório da ICVM 358: 

Variação no saldo de ações refere-se ao recebimento de parcela de remuneração variável, no âmbito do programa de remuneração variável para administradores da BB Seguridade e Banco do Brasil

RAIADROGASIL - $RADL3

Na RaiaDrogasil, como nos meses anteriores, os insiders continuam fazendo muitas movimentações de compra, venda e alugueis de ações. Por este motivo, em algumas vezes parece que eles aumentaram ou reduziram a posição, quando o que aconteceu foi o contrário.

Neste mês, especificamente, houve a outorga de ações do plano de remuneração variável dos insiders.


MAGAZINE LUIZA - MGLU3

Mês passado o RI da Magalu não informou nem a corretora, nem o volume negociado. Eu cobrei do RI e alguns dias depois eles me responderam informando que retificariam a informação.

Este mês eles erraram mais uma vez no relatório da 358, informando que houve negociação, quando, na verdade (aparentemente) não houve nenhuma negociação.

Fiquei em dúvida se eles erraram a planilha, ou se erraram informando que houve quando não houve negociação. Enviei o email mais uma vez e eles, rapidamente e muito atenciosamente, me informaram que eu deveria considerar que não houve negociações e que os números estavam corretos.


CSU CARDSYSTEM - $CARD3

Este mês controlador da CSU fez uma venda líquida de quase 1% da sua posição. Isso é uma grande quantidade, principalmente para uma smallcap.

O interessante é que ele fez isso no dia da divulgação dos resultados. Aproveitou o movimento do mercado que gostou muito dos resultados. Porém isso não foi ilegal. Seria ilegal se ele tivesse negociado antes da divulgação.