2012 - Blog ContabilidadeMQ

Blog ContabilidadeMQ

Blog ContabilidadeMQ

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Supreendendo o mercado (Valor Econômico), Leornado Pereira, Vice Presidente Executivo da Gol, foi indicado por Guido Mantega, como sendo o provável substituto de Maria Helena Santana, para ser o novo Presidente da CVM no dia 17/07/2012, tomando posse no dia 05/11/2012 (saiba mais sobre o novo Presidente aqui). O novo Presidente da CVM concedeu uma entrevista (com alguns questionamentos bem rasos) à Revista Capital Aberto (RCA), para a edição de dezembro de 2012.

As perguntas foram feitas por diretores e presidentes de diversos órgãos que são interessados nas decisões da CVM, indo desde a expansão do número de companhias negociando seus títulos na Bolsa de Valores de São Paulo, passando por abertura de capital de pequenas e médias empresas (assunto muito comentado nos últimos tempos), certificação de profissionais de relações com investidores, até o Novo Mercado de Renda Fixa. Contudo, esse post tem como objetivo comentar dois questionamentos, apenas: (a) "educação de mercado" para o acompanhamento das IFRSs (questionado sobre as prioridades do seu mandato, pela RCA); e (b) voto à distância (questionado por Sandra Guerra, presidente do conselho de administração do IBGC).

O primeiro ponto me chamou atenção por ser positivo (educação nunca é demais, porém...) e por ter me lembrado uma coisa: já estamos sendo "preparados" para as IFRSs há, pelo menos, 5 anos. As maiores empresas já estão sendo preparadas há, pelo menos, 10 anos. Isso não deveria gerar tanta preocupação em "educar em IFRS". Já deveria ser um conhecimento padrão, principalmente nas Faculdades e Universidades (tanto públicas quanto privadas), contudo não tenho visto isso - principalmente dos professores. Um ponto que eu posso enfatizar é que as entidades de classe e os órgãos reguladores estão se esforçando, quanto a isso, mas parece que os profissionais não estão. Ainda pensam que "se ninguém faz, eu também não tenho que fazer", ou "se os conselhos e órgãos reguladores forem punir, vão punir todo mundo e será um caos". Talvez com as empresas e contadores do "mercado de capitais" a situação seja diferente, mas com as menores não, e isso vai afetar um dos pontos que foi questionado na entrevista (mas não enfatizado por mim nesse post) que é o acesso das pequenas e médias empresas à Bolsa. Porém essa ainda será uma prioridade do novo presidente da CVM.

O segundo ponto que me chamou a atenção, de forma muito positiva, foi em relação aos votos à distância - que ainda não são regulamentados pela CVM (ele não citou isso como sendo uma prioridade, mas espero que seja), mas já existe um grupo de trabalho na CVM analisando as experiências internacionais, para discussão e possível implantação no Brasil. Aí surge um questionamento: se eu posso comprar as ações a partir do meu computador, na minha casa, por que eu não posso votar ou assistir às assembleias de lá também? Em 2008 o Valor Econômico afirmou que não haveria nenhuma restrição legal (Aqui). É certo que algumas empresas já utilizam essa tecnologia em favor dos seus acionistas (confira a agenda de algumas dessas companhias), mas deveria ser um padrão a ser exigido pelos reguladores do mercado. É lógico que alguns problemas irão surgir quando da adoção dessa prática pelas empresas, mas isso será bom por um lado: pesquisas! Basta esperarmos e cobrarmos dos reguladores e das empresas que ainda não usam essa forma de votar.

Conheça mais sobre o processo de assembleias online aqui.

Finalizo com um pensamento e possível questão de pesquisa para os interessados em Governança Corporativa: existe Governança Corporativa sem assembleia e voto online?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O site do 13º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade e 10º Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade está oficialmente inaugurado.

Os Congressos de 2013 ocorrerão nos dias 25 e 26 de julho e tem como temática principal os Desafios e Tendências da Normatização Contábil.

Acesse www.congressousp.fipecafi.org e veja as novas regras de submissão de trabalhos, além de outras inovações e notícias.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Caros
 
É com satisfação que anunciamos a abertura do sistema na página
 
http://www.furb.br/web/3319/congresso-anpcont/o-congresso
 
para a submissão de trabalhos ao VII Congresso ANPCONT e de artigos ao 3° Fast Track ANPCONT.
 
Dia 15/02/2012 é o prazo final de submissão dos trabalhos ao VII Congresso ANPCONT.
 
Dia 28/02/2013 é o prazo final de submissão dos artigos ao 3° Fast Track ANPCONT.
 
O Congresso será realizado no período de 02 a 05 de junho de 2013 na linda cidade de Fortaleza/CE, no Hotel Oásis Atlântico Imperial. O evento iniciará oficilamente na noite do dia 02/06/2013 e nos outros três dias teremos agenda lotada de atividades para os congressitas.
 
Esperamos a participação de todos neste evento, que já é reconhecido pela qualidade das palestras, discussões dos trabalhos e dos eventos paralelos. Nesta edição teremos mais nividades que serão informadas em breve.
 
Esperamos a todos em Fortaleza/CE
 
Diretoria da ANPCONT
Ilse Maria Beuren - Presidente da ANPCONT
Edgard Bruno Cornacchione Jr. - Diretor Científico
Jorge Katsumi Niyama - Diretor Administativo Financeiro

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Já comentamos algumas vezes sobre o banco Cruzeiro do Sul por aqui. Esse banco tem rendido bons debates na área contábil. Contudo, o post é sobre um dos benefícios de se ter diploma universitário. E o "estudo de caso" é com o exemplo do banco.

Entenda porque, por pelo menos um motivo, vale à pena ter o diploma.

Saiba clicando aqui.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Parabéns às alunas e à sua orientadora pela premiação. Mais uma vez a Paraíba mostra sua força na pesquisa da área de Contabilidade, como vem acontecendo continuamente em eventos regionais e nacionais (exemplos aqui e aqui, além desses, Vinícius ganhou o prêmio da UFPE no ano passado e Augusto foi o segundo melhor artigo no mesmo evento, ambos também autores do blog, além de terem sido indicados para a premiação do ENANPAD).

IMPLANTAÇÃO DA FÁBRICA DA FIAT: UM ESTUDO SOBRE AS EXPECTATIVAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DOS COMERCIANTES DE GOIANA-PE. Autores: Ana Aline de Carvalho Chaves e Ana Cláudia Rodrigues da Silva. Orientação: Me. Sheila Kataoka.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012



A Paraíba ganhou destaque em 2012 através da premiação em congressos de artigos de autores da área de Contabilidade. Diversos trabalhos receberam reconhecimento, especialmente nos congressos da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (ANPCONT) e da Universidade de São Paulo (Usp).

O VI Congresso da ANPCONT foi realizado na cidade de Florianópolis (SC) no último mês de junho e teve como tema central: “Contabilidade e desenvolvimento organizacional frente às dinâmicas sociais”. Foi composto por palestras, sessões temáticas (apresentação de trabalhos), painéis e workshops.

O evento é um dos mais importantes na área contábil tem como objetivo estabelecer uma ligação entre estudos acadêmicos e aplicações em organizações, possibilitando aos participantes conhecer mais profundamente os diversos enfoques dos estudos nas Ciências Contábeis.

As sessões temáticas são divididas em quatro áreas: Controladoria e contabilidade gerencial; Contabilidade para usuários externos; Mercados financeiro, de crédito e de capitais; e Educação e pesquisa em contabilidade, e premia o melhor trabalho de cada área.

Neste ano, o trabalho intitulado: O PROCESSO DE CONVERGÊNCIA ÀS IFRS E A CAPACIDADE DO LUCRO E DO FLUXO DE CAIXA EM PREVER OS FLUXOS DE CAIXA FUTUROS: EVIDÊNCIAS NO MERCADO BRASILEIRO, dos autores Augusto Cezar da Cunha e Silva Filho (mestrando), Márcio André Veras Machado e Aldo Leonardo Cunha Callado (professores), que fazem parte do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, formado pela Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi escolhido como melhor trabalho na área de Contabilidade para usuários externos.

A premiação de autores paraibanos continuou no 12º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, um dos mais prestigiados congressos do segmento da América Latina, que ocorreu em São Paulo no mês de Julho. O objetivo do congresso é promover o debate e a divulgação de ideias inovativas sobre a teoria e a prática de Controladoria e Contabilidade. Neste ano, o tema do evento foi: Incentivando a conversão dos trabalhos em publicações definitivas.

O evento contou com palestras e apresentações de trabalhos científicos, os quais estão divididos nas seguintes áreas: Controladoria e Contabilidade Gerencial; Contabilidade para Usuários Externos; Mercados Financeiros de Crédito e Capitais; Educação e Pesquisa em Contabilidade; Atuária; e Contabilidade Governamental e do Terceiro Setor, também havendo premiação para o melhor trabalho de cada área.

Autores paraibanos foram contemplados com prêmios em três dessas áreas:

Mercados Financeiros de Crédito e de Capitais – artigo: A Avaliação de Empresas e a Probabilidade de Negociação Com Informação Privilegiada no Mercado de Capitais Brasileiro, dos autores Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão (mestrando), Orleans Silva Martins (doutorando) e Edilson Paulo (professor).

Contabilidade Governamental e do Terceiro Setor – artigo: O Regime de Competência no Setor Público Brasileiro – Uma Pesquisa Empírica Sobre A Utilidade da Informação Contábil, dos autores Adriana Fernandes de Vasconcelos (doutoranda), Rossana Guerra de Sousa (doutoranda), Roberta Lira Caneca (doutoranda) e o professor Jorge Katsumi Niyama.

Os dois trabalhos são de autores vinculados ao Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB e UFRN. Além destes, o Programa ainda levou prêmio de melhor trabalho na área de Educação e Pesquisa em Contabilidade, com o artigo: Convergência das Normas Internacionais de Contabilidade: Uma Análise A Luz das Teorias da Educação de Paulo Freire e Libaneo Nas Instituições de Ensino do Distrito Federal, dos autores Ednei Morais Pereira, Jorge Katsumi Niyama e Fátima de Souza Freire, todos do núcleo Brasília.

Na área de Educação e Pesquisa em Contabilidade a professora paraibana Marcleide Maria Macêdo Pederneiras, junto com os demais autores: Priscila Karla da Silva Wink, Jorge Expedito de Gusmão Lopes, Carlos Renato Theóphilo e Robson dos Santos Costa, também ganharam premiação com o artigo: Dissertações e Teses em Contabilidade do Programa de Pós-graduação em Controladoria e Contabilidade da Fea/usp: Análise dos Pólos Teórico e Técnico.
Adicionar legenda

O presidente do CRCPB Gilsandro Costa de Macedo e o vice-presidente de Desenvolvimento Institucional do CRCPB, Brunno Sitônio recepcionaram alguns dos professores premiados

A professora Marcleide Pederneiras salientou a relevância da premiação lembrando que o maior fórum de discussão da área de pesquisa contábil do país está na USP e que o recebimento desses prêmios é motivo de estímulo para novos pesquisadores.

Para os alunos do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB e UFRN o programa, que existe há 11 anos, é fator de muita importância para o aumento da qualificação de professores e pesquisadores da área contábil na região Nordeste, pois até a década de 90 só existiam três programas de contabilidade no país: da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), USP e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Já a doutoranda Rossana Guerra observou que “o prêmio na área de Contabilidade Governamental, com enfoque em aplicação empírica, revela as possibilidades de pesquisa nessa área, que ainda tem produção bastante escassa”.

Os autores destacaram ainda a importância do Conselho Regional de Contabilidade da Paraíba (CRCPB) no reconhecimento dos prêmios ganhos nestes congressos, bem como dos avanços na área de educação contábil do Estado, e consideram importante haver essa integração entre o CRC, órgão profissional e as entidades de educação.

O presidente do CRCPB, Gilsandro Costa de Macedo enfatizou também o papel fundamental da integração, reafirmando o compromisso da entidade com a capacitação profissional. “Através das Comissões de Integração Estudantil e Acadêmica, estamos estreitando o relacionamento entre o CRCPB, professores e acadêmicos de contabilidade do Estado. Procuramos reconhecer e valorizar o profissional formado em Ciências Contábeis, aprimorar a formação dos futuros profissionais e despertar nos profissionais que já atuam no mercado a consciência de que a Educação Profissional Continuada é fator fundamental para o desempenho de suas funções e de sua valorização profissional”, declarou ele.

Fonte: CRC-PB


Segue a divulgação de um evento que recebi por email:


Gostaria de divulgar a todos os profissionais contábeis o Webseminário Inteligência de Negócios: Business Intelligence para contabilistas. A Comunicação é online, via webconferência, e ocrrerá no dia 22/11, às 15h30 (horário de Brasília), sem custo algum. Vagas limitadas!
Inscreva-se e saiba como usar os arquivos do SPED para consultoria.


O evento é desenvolvido pela Vistra, com o apoio do SESCAP-PR,
SESCON-GRANDE FLORIANÓPOLIS, SESCON-SC, SESCON-RR, SESCON-PB E
SESCON-PB.

Acesse: vistraspedbi.com.br/agenda

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O que está exposto no título desse post não é novidade. É lógico que levará tempo e demandará investimento. Porém os EUA já estão nesse "processo" há muitos anos. Acredito que não haja desculpa para a não adoção em médio prazo. O fato é que eles parecem não querer adotar, embora a maioria dos investidores (dos EUA) estejam esperando que os benefícios superem os custos.

Leia a matéria completa que trata de uma pesquisa realizada pela ACCA: IFRS in the US: An investor’s perspective (clique aqui).

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Estão abertas as inscrições para a 11ª Edição do Prêmio Excelência Acadêmica.

A data limite para submissão de trabalhos é até a meia-noite do dia 08 de fevereiro de 2013. As áreas participantes do Prêmio são: Controladoria, Finanças, Estratégia, Logística, Gestão Empresarial, Gestão Ambiental e Social, Contabilidade, Economia, Gestão de Micro e Pequenos Negócios, Recursos Humanos, Marketing e temas afins.

O Prêmio Excelência Acadêmica é realizado pela Fucape Business School, promovido pela ArcelorMittal Brasil e conta com o apoio dos Conselhos Regionais de Administração (CRA), Contabilidade (CRC-ES) e Economia (CORECON-ES), além do apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES).

Mais de três mil trabalhos já foram submetidos nesses dez anos de realização, com autores representando vários Estados brasileiros.

Não perca a oportunidade de concorrer a uma bolsa de Mestrado da Fucape.





A PREMIAÇÃO:

1. Os autores das Monografias/TCCs classificados nas 10 (dez) primeiras colocações
receberão um certificado com a indicação da colocação obtida e um troféu;
2. Os três primeiros colocados, serão oferecidas  três
bolsas de estudo integrais e intransferíveis  para cursar o Mestrado ministrado pela
FUCAPE,  podendo optar pelo curso de Ciências Contábeis ou de Administração (estas
bolsas serão válidas apenas para a turma de 2013/02).

Confira o regulamento clicando aqui.

Maiores informações no site do prêmio (aqui)



RESUMO

Este trabalho investigou a assimetria de informação existente na negociação de ações no mercado acionário brasileiro e suas relações com as características econômico-financeiras das empresas que compõem esse mercado. Apoiado na Teoria dos Mercados Eficientes (FAMA, 1970) e na Teoria da Agência (JENSEN; MECKLING, 1976), foi levantado um referencial teórico acerca da relevância da informação contábil no mercado de capitais e das implicações que a assimetria de informação nesse mercado ocasiona, tendo como uma de suas referências o estudo de Akerlof (1970) sobre market for lemons. Nesse contexto, destaca-se o modelo EHO, de Easley, Hvidkjaer e O’Hara (2002), que busca mensurar a assimetria de informação existente no mercado de capitais a partir dos dados de microestrutura desse mercado, por meio da estimação da probabilidade de negociação com informação privilegiada (PIN) a partir dos volumes de negociação das ações. Nesse sentido, este estudo contou com uma pesquisa exploratória a partir dos dados de 229 ações negociadas na BM&FBOVESPA durante o biênio 2010/2011, perfazendo um total de 1.150 observações trimestrais, a partir das quais foram calculados os parâmetros do modelo EHO através de uma função de máxima verossimilhança e, em seguida, a PIN trimestral de cada ação, que foi segregada e analisada descritivamente. Após essa etapa, a PIN foi relacionada por meio de modelos de regressão Tobit, com dados em cross-section, às seguintes características econômico-financeiras: risco, retorno, retorno anormal, liquidez e volatilidade da ação, custo de capital próprio, estrutura de capital, tamanho, índices market-to-book e preço/lucro, política de dividendos, gerenciamento de resultados e governança corporativa da firma, e também a duas variáveis de controle para os efeitos tempo e divulgação. Em seus resultados, foi apurada uma PIN média de 24,9%, indicando que há evidências de que tenham ocorrido negociações baseadas em informação privilegiada no mercado acionário brasileiro durante os anos de 2010 e 2011. Por isso, suas evidências indicam que a Hipótese de Mercado Eficiente de Fama (1970) em sua forma forte não é válida para este mercado, pelo menos durante o período investigado, uma vez que foi verificada a existência de assimetria de informação. Ademais, pode-se verificar que ações listadas no segmento de governança corporativa Novo Mercado apresentaram maior PIN que ações listadas no Nível 2 que, a priori, possui práticas de governança menos restritivas. Assim, durante o período investigado, é possível notar que nem sempre maior grau de governança é sinônimo de menor assimetria. Além disso, verifica-se que as características que estão significativamente relacionadas à maior PIN são o retorno, a liquidez, a volatilidade, o custo de capital próprio e o tamanho da firma. Por outro lado, estão relacionadas à menor PIN o retorno anormal e a política de dividendos. Por isso, pode-se concluir que é possível relacionar a assimetria de informação às características econômico-financeiras das empresas no mercado acionário brasileiro. Ainda, destaca-se que algumas dessas relações são diferentes daquelas observadas na literatura, devido, principalmente, às particularidades deste mercado, como o alto índice de emissão de ações preferenciais e a forte concentração de capital.

Palavras-chave: Hipótese de Mercado Eficiente. Conflito de Agência. Informação Privada. Probabilidade de Negociação com Informação Privilegiada. PIN.

Para acessar a tese completa clique aqui.

RESUMO
O objetivo dessa pesquisa foi analisar o efeito da assimetria  informacional  na avaliação de
ações de empresas negociadas no mercado de capitais brasileiro. Foi necessário (a) avaliar as
relações entre a assimetria informacional e os retornos das ações, (b) avaliar o  value relevance
das informações contábeis, e (c) comparar o value relevance das informações contábeis com e
sem a adição de variáveis que mensurem a assimetria informacional. Recorreu -se, aos dados
disponíveis de todas as empresas que negociaram suas ações na BM&FBovespa no período de
31/12/2009 a 31/01/2012. Para alcançar o objetivo desta pesquisa, foi utilizado um modelo de
avaliação dos retornos das ações com a inclusão das variáveis beta, tamanho e  book-to-market, por serem variáveis já testadas em pesquisas anteriores, como variáveis de controle,
adicionadas as variáveis  proxies  para a assimetria informacional: índice de liquidez em bolsa
(ILB), volatilidade do ativo (VOLAT), cobertura dos analistas de investimentos (COB) e a
probabilidade de negociação com informações privilegiadas (PIN). Utilizando essas variáveis,
em um modelo de dados em painel, foi encontrado que tanto o ILB quanto a VOLAT afetam
os  retornos  das ações das companhias incluídas na amostra, implicando dizer que essas
variáveis não são capturadas pelas outras variáveis descritas na literatura, confir mado quando
se controla a liquidez da amostra, contudo apenas para a variável ILB. Foi verificado no
presente trabalho, por meio do modelo de avaliação de empresas de Ohlson (1995) (MO), que
o valor de mercado da firma pode ser explicado pelo patrimônio líquido e o lucro residual,
concluindo que as informações contábeis são importantes para avaliação dos preços das ações
no mercado brasileiro. Adicionalmente, buscou-se analisar o MO com a inclusão de variáveis
proxies para “outras informações” (OI) ligadas à assimetria informacional. Esse modelo ajusta
o lucro residual e OI aos seus parâmetros de persistência de modo a efetuar uma ligação entre
as variáveis contemporâneas e as suas expectativas futuras. Na amostra completa, o lucro
residual não se comportou  de forma persistente, contudo, quando filtrado pela liquidez,
encontrou-se um parâmetro de persistência de 0,1331, em média, indicando que os lucros
residuais contemporâneos persistem à essa taxa. Já a persistência das OIs, na amostra
completa ficou em torno de 0,5356, quando filtrada a amostra pela liquidez, essa taxa ficou
em torno de 0,5009, indicando que aproximadamente 50% das variações das OIs de um
período são explicadas pelas variações das OIs do período anterior, de modo que empresas
com problemas  de distribuição de informações tendem a continuar tendo os problemas.
Finalmente, avaliou-se o impacto da assimetria informacional no valor da companhia,
encontrando-se que, dependendo da amostra, o ILB, COB e a PIN se mostraram relevantes
para a avaliação das empresas, disseminando informações ainda não divulgadas, de acordo
com as teorias utilizadas como base para essa pesquisa (SPENCE, 1973; GROSSMAN;
STIGLITZ, 1980). Diante dessas evidências, rejeita-se a hipótese de que a assimetria
informacional auxilia na explicação dos retornos das ações e não se pode rejeitar a hipótese de
que os números contábeis, em conjunto com a assimetria informacional, são relevantes para a
avaliação das empresas. Os resultados obtidos nesse trabalho são limitados à sua amost ra.

Palavras-chave: Avaliação de empresas. Assimetria informacional. Insider trading. Teoria da
sinalização.

Para acessar a dissertação completa clique aqui.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Coragem e disposição é isso aqui: The Equity Premium in 150 Textbooks

"I review 150 textbooks on corporate finance and valuation published between 1979 and 2009 by authors such as Brealey, Myers, Copeland, Damodaran, Merton, Ross, Bruner, Bodie, Penman, Arzac…"

Acompanhe a "evolução" do prêmio exigido:

Fernandez (2010)



O artigo completo pode ser acesso clicando aqui.

Segue um interessante artigo de Pablo Fernández. Os tópicos tratados no artigo são os seguintes:

1. Where the WACC equation comes from.

2. The WACC is not a cost.

3. How is the WACC equation when the value of debt is not equal to its nominal value.

4. Textbooks differ a lot on their recommendations regarding the equity premium.

5. The term equity premium is used to designate four different concepts.

6. Which Equity Premium do professors and practitioners use?

7. Calculated (historical) betas change dramatically from one day to the next.

8. Why many professors continue using calculated (historical) betas in class?

9. EVA does not measure Shareholder value creation.

10. The relationship between the WACC and the value of the tax shields (VTS).

O artigo pode ser acessado clicando aqui.



Esse gráfico mostra a relação entre a idade dos entrevistados e qual dispositivo é utilizado para ler e-books. Veja que não é necessário ter um e-reader para ler e-books.

Os e-books têm algumas vantagens (na minha opinião) em relação ao livro "físico": (a) você compra e acessa instantaneamente - o físico você tem que se deslocar a uma loja ou esperar pelo correio; (b) ocupa menos espaço; (c) não pega poeira; (d) não tem que destruir árvores etc.

Contudo, duas coisas me fazem não aderir aos e-books: (a) como vou pegar autógrafo no livro?! e (b) o preço do e-book é muito semelhante ao do livro físico.

Essa última característica que me faz não comprar e-books é revoltante. O preço é um pouco mais barato, porém eles não têm custo de impressão, distribuição, armazenamento etc. Não justifica o preço ser um pouco mais barato. Deveria ser muito mais barato! Enquanto isso continuar, não comprarei e-books, só para implicar.

Segue o gráfico retirado do Business Insider.


Notem que muitas pessoas usam seu próprio computador (desktop ou notebook) e até mesmo os celulares para acessá-los. E-readers e tablets são de moda. E enquanto não houver um preço justo, não compremos e-books!!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A utilização de "alta tecnologia" para negociação de ações tem gerado alguns transtornos para os investidores, companhias, órgãos reguladores, bolsas de valores e demais envolvidos. Na minha entrevista para o doutorado, fui questionado quanto à esses problemas e seus impactos no meu futuro trabalho (apesar de que aqui no Brasil esse tipo de negociação em alta frequência representa 10% do volume de negociações, enquanto que nos EUA representa mais de 80%). Então resolvi postar essa imagem com alguns comentários e uma matéria na revista Capital Aberto nº 110, que trata desses problemas nas bolsas norte-americanas.

A imagem abaixo demonstra os principais eventos que aconteceram relacionados a esses problemas:

Retirado da revista Capital Aberto nº 110

Esses problemas, e outros, têm levado os órgãos reguladores e bolsas dos EUA a tomarem algumas medidas, de modo a minimizar os prejuízos. Dentre as quais estão:

1. Criação de mecanismos para evitar negociações de ações fora de um intervalo de preços definido - impedindo que as negociações ocorram quando sairem do intervalo estimado;

2. Alterações no circuit breaker, de modo a interromper todas as negociações do mercado, caso haja necessidade - essas alterações passam a valer em 4 de fevereiro de 2013  (Veja mais clicando aqui);

3. Além disso, haverá uma base de dados consolidada entre as bolsas para averiguar quem deu início ao processo. Com essa base de dados, além de parar as negociações, os reguladores poderão saber quem causou o problema.

Além dessas negociações não serem tão volumosas quanto nos EUA, aqui no Brasil, desde 1991 nós temos o leilão automático. Porém, o mercado brasileiro já começa a se preparar para um aumento no volume desse tipo de negociações. Leia a matéria da Capital Aberto completa clicando aqui.

Será que os EUA irão ter que ser totalmente reguladores (e controladores com medidas corretivas para tudo) para sobreviver como uma das maiores economias do mundo, enterrando de vez uma suposta "mão invisível"?

Conhecer inglês (pelo menos ler, a curtíssimo prazo) é essencial para quem quer fazer uma pós-graduação em Contabilidade (acredito que em qualquer área, para não ficar enviesado com os textos brasileiros). Por isso, estou divulgando algumas dicas que peguei no Facebook da Professora Shirley Carreira.

Confiram:

Cursos de Inglês Online Grátis (textos em inglês)

01 – English Online – é um curso bem estruturado. Traz conteúdo amplo para estudantes de nível básico, intermediário e avançado. Apresenta vídeos.

02 – Learn English Online – Este site apresenta um amplo conteúdo focado exclusivamente para estudantes de nível básico. É bem organizado.

03 – Learn American English Online – o foco do site é inglês

americano. Há vídeos. Na seção de “reading”, você pode gravar sua voz para comparar sua leitura com a de um nativo.

04 – 1-Language – Curso de inglês com 70 lições para atender estudantes de nível básico e intermediário.

05 – BBC – Curso de inglês bem estruturado, com material de texto e vídeo excelentes.

06 – USA Learns – Curso de inglês americano voltado para o público adulto. Ele melhora sua habilidade de escrever, ler e falar em inglês.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Recentemente eu recebi um email do Professor Fernández, com alguns artigos dele sobre valuation. Os artigos são interessantes. Porém, o que eu achei mais interessante foi que eu não lembro de ter enviado nenhum email para eles - não faço a menor ideia do porquê de ter reebido esse email, nem como eu estou na base de emails dele.

Isso não vem ao caso. O importante é compartilhar os trabalhos com vocês.

Dear Luiz,  
 
I am sending you the titles of 10 articles about valuation, and (in case some of them are of  interest for you) the link where they may be downloaded.

Company Valuation Methods: The Most Common Errors in Valuationshttp://ssrn.com/abstract=274973

Valuing Companies by Cash Flow Discounting: Ten Methods and Nine Theories 
http://ssrn.com/abstract=256987
110 Common Errors in Company Valuations http://ssrn.com/abstract=1025424
How to Value a Seasonal Company Discounting Cash Flowshttp://ssrn.com/abstract=406220

Internet Valuations: The Case of Terra-Lycos 
http://ssrn.com/abstract=265608

Three Residual Income Valuation Methods and Discounted Cash Flow Valuation
http://ssrn.com/abstract=296945

WACC: Definition, Misconceptions and Errors   
http://ssrn.com/abstract=1620871

Valuation of Brands and Intellectual Capital 
http://ssrn.com/abstract=270688

Are Calculated Betas Worth for Anything? 
http://ssrn.com/abstract=504565

Beta = 1 Does a Better Job than Calculated Betas 
http://ssrn.com/abstract=1406923
Best regards,

Pablo Fernandez
PhD Business Ec (Finance). Harvard University
Professor of Finance. IESE Business School. Madrid. Spain
http://web.iese.edu/PabloFernandez/

Honestidade e aversão ao risco são duas normas sociais que caracterizam os religiosos (será?). É a ssim que Dyreng, Mayew e Williams dão início ao abstract de um trabalho interessante - apesar de já existerem muitos outros com ideias parecidas.

Nesse trabalho, os autores encontraram, por exemplo, que empresas que têm suas sedes em países mais religiosos, há uma menor probabilidade de haver reapresentação das demonstrações financeiras, bem como delas estarem representadas de uma forma não muito "fiel". Além disso, empresas "mais religiosas" tendem a ter menores dispersões nos accruals.

O trabalho completo pode ser acessado clicando aqui.



Dyreng, S. D.; Mayew, W.J.;Williams, C. D. Religious Social Norms and Corporate Financial Reportin. Journal of Business, Finance & Accounting, Volume 39, Issue 7-8, pages 845–875, September/October, 2012

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Veja a matéria que trata da aquisição da Lucas Film pela Disney, por 4,05 bilhões de dólares, pagos em dinheiro (uma metade) e em ações da Disney (a outra metade). Clique aqui para ver a matéria.



domingo, 28 de outubro de 2012

É, nossa profissão também é perigosa:


Homem tenta por fogo em contadora por não aceitar acordo trabalhista
Rapaz jogou gasolina no corpo da vítima mas foi impedido por testemunhas.
Tentativa de homicídio foi registrada na cidade de Rondonópolis (MT).

Veja a notícia completa aqui.

sábado, 27 de outubro de 2012

"Rajat Gupta, um ex-administrador do banco Goldman Sachs considerado culpado em junho passado por uso ilegal de informação empresarial confidencial, foi condenado nesta quarta-feira pela justiça americana a dois anos de prisão e multa de cinco milhões de dólares [1].

(...)

[1] Enquanto isso, no Brasil, já houve casos de comprovação do uso de informação privilegiada no mercado de capitais, envolvendo empresas como Randon (2002), Sadia (2006) e Ipiranga (2007), mas ninguém foi preso. No máximo, houve a aplicação de multas."

Post retirado do blog Informação Contábil. Leia o post completo clicando aqui. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Segue um vídeo engraçado utilizando os jargões do mercado.

Stopar, comprado, vendido, alavancagem etc.

Uma das melhores partes é quando a namorada de um dos amigos fica de trazer uma amiga, para acompanhar o amigo de seu namorado. Aí ele questiona: mas tem fundamento?

Se ele fosse um analista técnico, provavelmente não perguntaria isso. Perguntaria com quantas pessoas a mulher saiu nos últimos dias, suponho.

Segue o vídeo:

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Há alguns dias eu posto sobre o acesso ao Bovespa Mais, comparando com a versão inglesa do segmento e apresentando sugestão de um especialista, juntamente com uma crítica pessoal minha ao modelo de divulgação de informações adotado aqui no Brasil (Leia o post aqui).

Agora o BNDES está preparando um plano de "incentivo" (ou seria "obrigação"?) para que mais empresas negociem seus títulos na Bovespa. O plano é dividido em três segmentos:

1. Estimular 34 empresas de pequeno e médio porte a negociar seus títulos voluntariamente (nessas empresas o BNDES já tem participação acionária);

2. Nos próximos acordos de participação acionária do BNDES, deverá haver um comprometimento das empresas a entrar no Bovespa Mais em até um ano após o aporte de recursos do BNDES; e

3. Na última instância, o BNDES não fará mais aportes enquanto as empresas permanecerem com o capital fechado.

Fonte: Infomoney


"A PwC está selecionando estudantes universitários e profissionais recém-formados para o Programa Nova Geração PwC. No programa, que oferece possibilidade de efetivação, serão aceitos candidatos que estejam cursando a partir do 2º ano da graduação ou que tenham se formado há, no máximo, dois anos."

As vagas, segundo o Administradores.com são para o RJ e SP, mas quem tem medo de mudar de cidade?

Maiores informações no site da PwC.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A irmã da Bovespa Mais na Inglaterra (AIM) tem hoje mais de 3 mil empresas listadas, enquanto que a nossa Bovespa Mais tem apenas 3 empresas listadas.

Uma das possíveis causas desse baixo número de empresas está relacionada aos custos de "transparência" como auditoria e publicação das demonstrações financeiras. Com base nisso, Ivan Clark, sócio de auditoria da PwC sugere que as empresas (dentre outras coisas) publiquem apenas os seus relatórios na internet.

Então eu me pergunto: por que isso não se aplica a todas as empresas?

O custo de publicação seria muito menor, sem contar com o impacto ambiental que seria menor e o acesso à informação pela internet é mais fácil e mais rápido.

Sinceramente, não entendo o porquê da obrigatoriedade de divulgação em jornais... Será que os grandes jornais têm alguma influência?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Os resultados trimestrais da Google foram divulgados sem "a declaração do Larry" (Page, Diretor da companhia). Alguém não vai se dar muito bem nessa história...


Google assusta mercado e tem negociação de ações suspensa


O Google deu um susto no mercado hoje ao divulgar antes do esperado seus resultados referentes ao terceiro trimestre. Os números vieram abaixo do esperado, fazendo a bolsa eletrônica Nasdaq suspender a negociação das ações da empresa após elas terem caído mais de 9%.

Leia mais na Arena do Pavini: aqui.

Estava olhando os artigos selecionados para o Encontro Brasileiro de Econometria, quando vi um trabalho que me chamou mais a atenção do que os outros (tanto pelo tema, quanto pelo fato de ser um dos poucos escritos em português - entendo que os autores buscam visibilidade internacional, mas fica parecendo que o evento nem é no Brasil). (Reli esse post hoje e, explicando melhor: é importante que tenhamos visibilidade internacional, mesmo o evento sendo no Brasil).

Machado (2012) avaliou o impacto dos jogos do Brasileirão de futebol sobre os retornos das ações das empresas negociadas na Bovespa, supondo que o humor dos brasileiros, pós-jogo, afeta os retornos das ações. Lembro (só do resultado, mas não da fonte) que até sobre o clima já foram encontradas evidências de que há impacto nos retornos dos ativos, visto que dias nublados as pessoas ficam mais tristes e menos confiantes, do que em dias mais ensolarados, afetando os retornos dos ativos. Da mesma forma como o clássico exemplo de relação espúria entre o tamanho das saias das mulheres que passam em Wall Street e os retornos dos ativos lá negociados - os investidores ficam mais felizes com saias menores?

Voltando ao trabalho de Machado (2012), o autor apresentou evidências de trabalhos anteriores que demonstraram que os resultados de eventos esportivos podem afetar os retornos dos ativos em diversas bolsas em todo o mundo. Dessa forma, o autor buscou averiguar se isso acontece também no Brasil.

As evidências encontradas pelo autor indicaram que "jogos do campeonato brasileiro parecem afetar retorno do mercado de ações em torno de 0,5 pontos percentuais, quando consideramos apenas os últimos jogos do campeonato".

Além disso o autor não conseguiu "encontrar evidência que jogos da seleção brasileira afetam o humor dos investidores".

O artigo completo pode ser lido clicando aqui.


Observação: dessa vez eu não divulgarei um problema de pesquisa, pois pretendo tentar respondê-lo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Thomson Reuters
Estados Unidos dominando tudo, com exceção do Nobel de Literatura, que é dominado pela França.

A Revista Capital Aberto divulgou a 7ª edição do Prêmio das melhores companhias para os acionistas. O prêmio levou em consideração as empresas que se destacaram quanto à liquidez; criação de valor; retorno em bolsa e dividendos; governança corporativa; e sustentabilidade.

O Prêmio é dado em parceira com a Stern Stewart do Brasil, coordenado pelo Professor Alexandre Di Miceli da Silveira. Como era de se esperar, a criação de valor foi medida pelo EVA (será uma ferramenta de marketing da Stern Stewart aqui no Brasil?). Sendo assim, lendo essa edição especial da revista, eu lembrei de um artigo meu, do Professor Márcio Machado e do Professor Aldo Callado, recentemente apresentado no Congresso USP de 2012 (veja aqui). Nesse artigo, nós encontramos que o EVA não é mais relevante do que os indicadores contábeis tradicionais, aqui no Brasil, para criação de riqueza dos acionistas - corroborando pesquisas feitas em outros países em desenvolvimento (veja as pesquisas no artigo).

É importante considerar que esse artigo analisou uma amostra não tão grande (2005 a 2010). Contudo, para esse período, o EVA foi menos relevante do que o Lucro Operacional e do que o Fluxo de Caixa Operacional. Contudo, o EVA adiciona conteúdo informativo ao contjunto de indicadores contábeis tradicionais.

Suponho que se o Prêmio não fosse patrocinado pela Stern Stewart, o EVA não seria o principal indicador a ser utilizado. Temos que considerar que o mercado brasileiro não é tão desenvolvido quanto o norte americano, logo essas medidas mais "complexas" (já que o EVA tem que partir de incontáveis ajustes) tendem a ser menos relevantes, principalmente em períodos de crise. Fica essa minha observação.

Por falar em prêmio, a edição pode ser acessada aqui, para quem é assinante e a lista é aseguinte:

Fonte: Revista Capital Aberto
Fernández (2012) afirmou que o EVA não mensura a criação de valor para os acionistas, porque é um ajuste dos números contábeis. Sendo assim, não pode medir criação de valor. Não concordo muito com essa afirmação, mas ela foi embasada por ele nesse artigo:
EVA and Cash Value Added Do Not Measure Shareholder Value Creation

terça-feira, 16 de outubro de 2012


Prezado(a) contador(a) Sou Adriana Padilha da Silva, aluna do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Luiz Mendes, solicito a colaboração para coletar informações com a finalidade de desenvolver uma Pesquisa de Campo, cujo objetivo é Avaliar o Custo-Benefício para as Empresas em relação a Valorização do Profissional Contábil, como pré requisito para conclusão do curso, juntamente com meu Orientador José George Q Amorim. Desde já agradeço a atenção e aguardo sua valiosa colaboração.

Peço aos leitores do blog que respondam e encaminhem aos seus contatos. Esse questionário é de uma amiga que está concluindo a graduação.

https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dGZtanV3LXBnYkdhby1LOE54czlOdHc6MQ

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

E o "Nobel" de Economia de 2012 vai para... Alvin E. Roth e Lloyd S. Shapley.

Semana passada a Reuters divulgou uma lista com os prováveis vencedores: (a) Atkinson e Deaton; (b) Ross; e (c) Shiller. Parece que a Reuters não está bem de chute, já que errou em outros palpites.

Pessoalmente, eu torcia por Ross. Gosto dos trabalhos dele e o seu livro de Finanças é bom. Segundo a Reuters, Ross seria indicado pela sua pesquisa sobre os Modelos APT (Arbitrage Pricing Theory) e outras contribuições na área de Finanças. Não foi dessa vez.

Os pesquisadores receberam a premiação pela reconhecimento da "teoria de alocações estáveis e ao modelo de mercado".

Veja mais aqui.

Na seção "Panorama" da revista Capital Aberto (n 109 de outubro de 2012), foi publicado um artigo mostrando que as Relações com Investidores (RI), das companhias, estão um tanto quanto "abaladas". O artigo traz alguns exemplos dentre os quais o mais interessante é o de uma companhia da área de logística que foi questionada pela CVM sobre a alta oscilação de suas ações no mercado - a CVM perguntou se havia algum fato relevante a ser divulgado. A companhia, no entanto, respondeu negativamente à CVM afirmando que não havia nenhum fato relevante que justificasse a alta oscilação. Contudo, três dias úteis depois do questionamento por parte da autarquia, a companha divulgou que teria seu capital fechado para negociações em bolsa de valores.

Com isso, a autora do artigo (Yuki Yokoi) e o coordenador do CODIM (Comitê de orientação para divulgação de informações ao mercado) se questionaram: será que foi para proteção, uma vez que não havia a certeza de que o fato se concretizaria? A área de RI não sabia o que estava acontecendo? Faltou experiência dos profissionais da área para divulgar tal fato relevante?

Independente disso, o que faria o mercado oscilar dessa forma sem explicação ao ponto de fazer a CVM questionar a companhia? É um ponto importante a se pensar.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CVM edita regra para uniformizar indicador Ebitda
Sinceramente, pensei que esse dia nunca fosse chegar. Ouvi falar disso há alguns anos e só agora que ela apareceu.

Divulgo a notícia abaixo. Mas penso que o EBITDA é uma informação "extra" que as empresas fornecem (e de fato é). Acredita nela quem quiser. Quem preferir avaliar o investimento pelo EBITDA, que use sua própria metodologia. Jajá vamos regular o número de folhas que os relatórios podem ter (se é que não já tem uma Instrução CVM nº XXX para isso), porque divulgando páginas a mais ou a menos poderá levar o investidor a tomar uma decisão errada. Ficamos muito limitados pelas regulações que nos são impostas, isso não é tão bom assim.

Mas uma coisa muito boa eu consegui ver nisso: o EBITDA da Economática será padronizado. Bom para as pesquisas futuras!



Por Luciana Bruno | Do Rio
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou ontem instrução que uniformiza o cálculo do lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) entre as empresas abertas brasileiras. A medida foi bem recebida pelo mercado, e poderá facilitar a análise de investimento, já que atualmente cada companhia tem sua própria metodologia, afirmaram gestores ouvidos pelo Valor.

Segundo José Carlos Bezerra, superintendente de normas contábeis da CVM, a instrução 527 disciplina a divulgação desse indicador. Até agora, o cálculo era feito de forma diferente por cada empresa que optasse por sua divulgação, que é facultativa.

"Existe um cálculo tradicional para o Ebitda, que está nos livros de finanças, e ele tem de ser atendido", explicou o superintendente. A empresa está autorizada a divulgar um Ebitda ajustado, calculado pela metodologia que achar mais adequada, desde que também publique o tradicional.

Ao escolher publicar os dois indicadores, a companhia também deve informar a metodologia. "Tem que divulgar tudo o que for necessário para que o investidor entenda como o Ebitda foi ajustado e possa refazer a conta se achar necessário", disse.

A instrução foi elogiada por gestores de investimentos, que consideraram a regra positiva e necessária para pôr fim à "bagunça" quando se refere ao cálculo usado pelas companhias para chegar a esse indicador.

Segundo André Querne, analista da Rio Gestão, o Ebitda é relevante para a análise de investimentos. "É coerente [a nova regra], pois se cada empresa fizer um ajuste diferente no Ebitda, acaba sendo um indicador não comparável", explicou.

O analista lembra que um dos métodos mais utilizados por gestores é o chamado "valor da firma", que é o FV/Ebitda - a soma do valor de mercado da companhia com sua dívida líquida sobre o Ebitda. Esse cálculo substituiu o P/L, a razão entre o patrimônio e o lucro líquido, indicador utilizado no mercado em meados dos anos 1990.

Querne indica que, atualmente, cada empresa adiciona indicadores ao Ebitda para melhor refletir as características do negócio em que atua. "Existem ajustes inerentes de cada empresa e de cada setor. A maior parte das empresas só divulga o ajustado, e não o tradicional", disse.

"A medida é positiva, porque não impede a empresa de divulgar o ajuste. Por outro lado, mostra qual é o padrão", completou. Além disso, a padronização também facilita a comparação com empresas estrangeiras.

Para um analista de gestora que não quis se identificar, hoje o cálculo do Ebitda é "uma bagunça, pois cada empresa calcula da maneira que lhe convém".

Por outro lado, na opinião de Reno Azevedo, analista da JGP Gestão de Recursos, a instrução editada pela CVM não terá impactos. "Não faz muita diferença. O que importa são as informações divulgadas pela empresa, pois nós mesmos fazemos o cálculo do Ebitda, com a nossa própria metodologia", disse.

A mudança passou por extenso debate no mercado. Segundo a CVM, a discussão foi bem recebida a colaboração dos interlocutores "influenciou muito a minuta final".

Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A utilização de informações privilegiadas, como todos sabemos, é crime e é prejudicial ao bom funcionamento do mercado de capitais (algumas pessoas dizem que não é tão ruim, e eu sou uma delas). O que nem todos sabem, ou nunca avaliaram é que os insiders (aqueles que têm acesso privilegiado a algumas informações)  podem negociar as ações ou demais títulos das suas companhias de forma legal, desde que divulguem tal operação ao órgão regulador do mercado de capitais de seu país (CVM no nosso caso) e respeitem alguns prazos.

Fonte: eu mesmo que fiz em um momento de ócio criativo
Nós já divulgamos alguns posts sobre insider trading, mostrando, por exemplo, que a atuação desses agentes munidos de informações privilegiadas pode ser maior na América Latina do que nos EUA, falamos também do efeito do poder e da cobiça, que pode levá-los a agir dessa maneira, e, mais recentemente, nós conseguimos ganhar o prêmio de melhor trabalho da área de Mercado Financeiro, de Crédito e de Capitais, no Congresso da USP, com um trabalho que tenta mostrar que a atuação desses agentes possui conteúdo informativo relevante para a avaliação das empresas que negociam seus títulos na Bovespa (veja aqui).

Porém, aqui no Brasil e no resto do mundo, as matérias que saem nos meios de comunicação apenas mostram o lado ruim do insider trading. Para a minha surpresa, li uma matéria hoje na Revista Capital Aberto que trata da criação do primeiro fundo de investimentos baseado em inside information (Catalyst lança primeiro fundo de insider trading). Conforme a Capital Aberto, a estratégia do "legal insider trading" é "adquirir ações que experimentem um grande volume de compra por insiders e vender a descoberto aquelas que registrem um alto índice de venda", uma vez que eles têm que divulgar à SEC as suas operações com os títulos da companhia.

É importante salientar que nem todas as operações dos insiders são baseadas em inside information, eles podem vender as ações para comprar uma apartamento novo, para realizar lucro ou prejuízo, ou alguma outra estratégia. Em minha dissertação de mestrado (que será defendida em breve) eu cito a pesquisa de Jaffe (1974) que avaliou se os insiders conseguiam retornos anormais, com base em suas compras e vendas divulgadas à SEC. Jaffe encontrou o resultado esperado de que eles conseguem, porém autores como Rogoff (1964) não puderam obter a mesma conclusão. 

Além disso, alguns teóricos como Grossman e Stiglitz (1980) afirmam que os insiders divulgam informações privilegiadas ao mercado quando negociam os títulos das companhias, reduzindo assim a assimetria informacional, no lugar de aumentá-la. Resta-nos saber: será que quanto mais insider trading melhor?

Esse é um artigo técnico de uma consultoria feita por nós para uma instituição de ensino fundamental e médio da cidade de João Pessoa, Paraíba. Resolvemos apresentar os resultados desse trabalho em um evento, ano passado, e enviar a um periódico neste ano.

Esperamos que sirva de contribuição e estímulo aos contadores. Devemos fornecer informações úteis para a tomada de decisão. Não apenas informações obrigatórias, legalmente. Sejamos relevantes!

Segue o resumo:


A contabilidade, por meio das Demonstrações Contábeis, objetiva subsidiar seus usuários com informações gerais sobre a entidade que reporta a informação. Porém, informações gerais podem não ser úteis o suficiente para que o usuário interno possa atuar de forma mais competitiva em um novo mercado. O estudo em tela teve como objetivo geral apresentar a importância da informação contábil-gerencial na decisão de investimentos em uma escola de Ensino Médio, analisando a troca de equipamentos de condicionamento de ar em 3 salas da Instituição, com o intuito de evidenciar a redução de custos operacionais para a entidade. Para tanto, foi utilizado como ferramenta principal para o estudo de caso a análise do Valor Presente Líquido do investimento na troca dos equipamentos, para apurar a viabilidade ou não do investimento. Como ferramenta secundária foi utilizado o cálculo do Payback Time demonstrando em quanto tempo o investimento será recuperado. Chegou-se ao resultado de que a troca dos equipamentos em dois dos três casos analisados é viável, do ponto de vista econômico. O caso que apresentou inviabilidade deve ser analisado sob a perspectiva de outras variáveis, como a satisfação do cliente, e.g., não caracterizando objetivo deste estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Redução de custos. Análise de Investimentos. Informação Contábil-Gerencial. Instituição de ensino.

Para acessar o artigo completo, clique aqui.