setembro 2013 - Blog ContabilidadeMQ

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Essa notícia está com alguns dias de defasagem, pois eu queria ler com mais calma. Vamos aguardar mais novidades nos próximos "tempos"...

Após pressão de empresas, contabilistas e investidores, a Câmara dos Deputados analisará um projeto de decreto legislativo para cancelar a norma da Receita Federal, publicada na semana passada, que exige das empresas a preparação de dois balanços, além de criar limites para a distribuição de dividendos de forma isenta aos sócios. Ontem, foi protocolado o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 1.296, de autoria do deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB/PR), que tenta derrubar a Instrução Normativa nº 1.397, da Receita Federal, sobre a aplicação do Regime Tributário de Transição (RTT).

Fonte: Valor

 Já está disponível para a venda no site da Elsevier o livro Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, organizado pelos Professores José Elias Feres de Almeida, Ricardo Lopes Cardoso, Adriano Rodrigues e Eduardo José Zanoteli, com a participação de diversos outros Professores da área.

Como temos que divulgar tudo aquilo que é bom, convidamos o Professor José Elias para falar brevemente sobre o livro que já pode ser comprado em sua página no site da editora, divulgando-o aqui no blog. Com certeza valerá a pena tê-lo em sua biblioteca. No site há também um arquivo com o sumário do livro, para que vocês possam ter uma ideia da abrangência dele.




Confira abaixo:

O Livro Contabilidade das Pequenas e Médias Empresas foi elaborado por muitas mãos. Cada autor colocou seu quinhão de tempo e de conhecimento para que o livro tomasse forma e conteúdo. A maior preocupação foi sempre em transmitir o conteúdo das normas NBC TG 1000 (Res. 1.255/09 ou CPC PME) e ITG 1000 de maneira didática para profissionais contábeis e alunos de graduação e pós-graduação. Partindo dessa premissa, procuramos dividir o conteúdo em partes: dos fundamentos até os conhecimentos mais avançados. Assim o livro poderá ser utilizado por todos os públicos conforme sua expertise em contabilidade.
O leitor observará que sempre chamamos atenção para ler a primeira parte, que envolve a estrutura conceitual, mesmo para quem já tem contato com as novas normas internacionais de contabilidade - é importante revisar esses conceitos.

O livro tomou dimensão ainda maior pelo renome dos prefacistas que tivemos a honra de terem aceito os convites. Dessa maneira, os prefácios são de quatro áreas relevantes para o profissional contábil e para o estudante. O Prof. Eliseu Martins elaborou o prefácio da academia, o Presidente do CFC, o contador Juarez Domingues Carneiro , o prefácio da profissão, o Diretor da Education Initiative da IFRS Foundation, Mike Wells do normatizador e o Sr. Amador Rodriguez o prefácio do mercado. Cada um colocando sua perspectiva sobre a obra e o momento da profissão contábil. Em nome dos autores espero que o livro seja útil nesse novo mundo da contabilidade e que possa contribuir na formação dos atuais profissionais contábeis e dos futuros.

Abraços a todos, Zé Elias.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Recentemente anunciamos aqui no blog que ganhamos mais um prêmio, dessa vez da ANPAD (esse ano está mais uma vez bom para nós, autores do blog, nesse sentido). Relembro que Vinícius ganhou o prêmio de melhor artigo de Contabilidade para Usuários Externos, no Congresso da USP esse ano (ano passado eu ganhei o de Mercado de Capitais na USP e Augusto ganhou o de Usuários Externos da ANPCONT, além deles também terem ganhado na UFPE e serem indicados ao prêmio da ANPAD).

Segue o texto retirado do site da UFPB:

A pesquisa foi selecionada como o melhor trabalho da divisão acadêmica de Contabilidade, recebendo o prêmio Anpad 2013, dentre os quarenta e seis trabalhos inscritos.

As mestrandas Ailza Silva de Lima e Evelyne Vilhete de Carvalho desenvolveram, sob orientação do prof. Edilson Paulo e do prof. Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão, do Departamento de Finanças e Contabilidade, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), da UFPB, o trabalho Estágios do Ciclo de Vida: uma análise sobre a qualidade das informações contábeis das companhias abertas brasileiras.


A pesquisa

A pesquisa analisa o efeito dos estágios de ciclo de vida das empresas no quanto à qualidade das informações contábeis das companhias listadas na BM&FBovespa, durante o período de 1995 a 2011, com uma amostra de, em média, 170 empresas por ano, representando 19 setores econômicos.

Essa pesquisa revela que as empresas que se encontram nos estágios de crescimento e declínio se posicionaram de forma mais conservadora (as em declínio mais do que as em crescimento), o que pode ser justificado pela necessidade de maior volume de caixa e pagar menos dividendos, para manter a continuidade dos negócios (empresas em declínio) ou realizar novos investimentos (empresas em crescimento).

Pela perspectiva externa (valor de mercado da empresa), as que se encontram no estágio de maturidade são menos conservadoras do que as empresas em crescimento, as quais são mais conservadoras do que as em declínio. Isso pode ser visto também pela perspectiva interna (lucros anormais), confirmando os resultados anteriores. Pode-se entender que as empresas maduras sinalizam lucros maiores, buscando elevar o seu valor de mercado.

Percebe-se que os lucros operacionais são mais persistentes (mantendo-se em níveis semelhantes ao longo do tempo) nas empresas maduras. Verifica-se também que o fluxo de caixa é mais persistente nas empresas maduras.

Em geral, os resultados apontaram que dependendo do incentivo, baseado no ciclo de vida, as empresas podem ter uma maior ou menor qualidade da informação contábil, o que pode acabar influenciando a tomada de decisão de investidores, bancos, órgãos reguladores e demais interessados nos números contábeis das empresas.

Um ex-VP da Qualcomm Inc. foi indiciado por insider trading e lavagem de dinheiro, em uma conspiração com seu corretor e seu irmão.

Fonte: Reuters


Segundo a investigação, Wang foi orientado por seu corretor para fazer negociações com informações privilegiadas sobre os resultados, aumento de dividendos e planos de aquisições da empresa. A Qualcomm não foi acusada e, segundo a reportagem da Reuters, está colaborando com as investigações.

Em tempos de Ciências Sem Fronteiras e a grande quantidade de congressos internacionais, é importante que possamos fazer apresentações em inglês.



Nesse vídeo a Professora Rebecca dá ótimas dicas sobre como fazer isso. Ela tem uma didática e oratória muito boa. Dá para entender sem muita dificuldade para quem já estuda inglês há pouco tempo, inclusive.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Nos próximos meses a TV Classe Contábil transmitirá uma série de palestras sobre contabilidade e finanças pessoais.



Dentre os temas estão: NBC TG 1000, Reconhecimento de Receitas, Propriedades para Investimentos, Partes Relacionadas, além de diversas sobre finanças pessoas (por exemplo Previdência Privada).

Acesse o site da TV Classe Contábil, confira a programação e inscreva-se.

A Capital Aberto agora está com uma seção do seu site para a divulgação de artigos científicos. Boa oportunidade para divulgarmos mais os nosso trabalhos.

Parabéns à Capital Aberto pela iniciativa!

Confira o regulamento no site da revista.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Nos últimos anos, temos presenciado uma quantidade elevada de cursos técnicos e graduações pela modalidade do Ensino a Distância (EAD). O que de início parecia ser mais uma forma de “comercialização de diplomas”, com o passar do tempo vivenciamos a expansão dessa modalidade para as instituições públicas.
Entretanto, o ensino a distância tem sido alvo de inúmeros questionamentos quanto a qualidade na formação profissional dos discentes, uma vez que os mesmos exigem muita autodisciplina e não existe (ou não existia) um acompanhamento tão assíduo do processo de aprendizado dos alunos em comparação com os cursos presenciais (que também possui limitações).
Portanto, você que faz um desses cursos, ou está interessado em fazer algum, mas tem medo do mesmo não atender as suas expectativas, veja abaixo, quatro mudanças que irão acontecer nessa modalidade de ensino que poderão contribuir para a melhoria desses cursos (Fonte: Infomoney):

1 – Estudo internacional
O mundo está diminuindo e, hoje em dia, é muito mais fácil entrar em contato com pessoas de outros países. Podemos falar com estrangeiros de forma rápida e acessível e, por conta disso, a educação internacional será muito mais acessível. Salas de aulas com alunos de diversas naturalidades serão comuns e tão eficientes quanto viajar para o exterior.

2 – Aprender na prática
As habilidades que um curso presencial exige de um aluno só irão aumentar nos cursos à distância. Habilidades como aprendizagem, adaptação, comunicação, analise de dados, uso de tecnologias, realizar pesquisas e trabalhar em grupo serão essenciais para todos os tipos de curso. Além do mais, todas essas características irão ajudar os alunos a aprender na prática o que estão estudando.

3 – Adaptações
Com o aumento de usuários interessados em aprendizagem à distância, os cursos online terão que se adaptar às novas demandas: flexibilidade de tempo, diminuição de barreiras geográficas, aumento da competitividade, menos ênfase em aulas de leitura, tecnologia avançada, que irá aproximar os alunos, diversidade cultural, desenvolvimento baseado na perspectiva do indivíduo e da organização e material atualizado.

4 – O que precisa mudar?

Algumas mudanças, entretanto, não irão acontecer tão cedo, mesmo com a demanda atual. Entre elas, estão: conseguir provar o seu valor para o aprendizado adulto, antecipar as necessidades dos alunos, procurar formas criativas de lecionar, além de criar parcerias com editoras e outras instituições.”

Segundo o Valor e o InfoMoney, a OGX mudou sua diretoria e a assessoria o que pode ter implicado (com outros fatores) em um aumento de 2,63% no preço de suas ações (no encerramento do pregão de segunda-feira).

Se soubéssemos dessas notícias dias antes da divulgação, isso poderia nos render um bom retorno...

Hoje temos a participação de uma "não contadora". Mayara Almeida é psicóloga e nos trouxe algumas dicas para tão esperada entrevista para emprego (ou monitoria, extensão, pesquisa...).

Mayara é psicóloga clínica e organizacional, especialista em gestão de pessoas, autora de um blog com vários textos legais publicados diariamente, também é autora de dois livros ("Entre nós e laços" e "No compasso do amor"), além de trabalhar, atualmente, com publicidade em uma clínica.




Vamos às dicas!


Dicas para uma entrevista de emprego

Para um bom desempenho comportamental num processo seletivo, faz-se necessário seguir certos padrões comportamentais que irão colaborar na conquista de uma nova oportunidade de trabalho. São eles:

- Conheça a empresa que está oferecendo a vaga;

- Planeje o seu dia para não chegar atrasado na entrevista, o ideal é apresentar-se 10 minutos antes do horário agendado;

- Desligue o celular, ou mantenha no silencioso, pois um celular que toca durante uma entrevista de emprego pode ser visto como uma falta de interesse por parte do candidato a vaga;

- Como as empresas têm diferentes códigos sobre trajes, é importante descobrir com antecedência o estilo da mesma para saber que roupa é mais indicada nas entrevistas;

- Não fale mal do antigo emprego ou chefe; respeite as experiências que vivenciou;

- Se questionado sobre o motivo que o levou a abandonar o emprego anterior, seja discreto na resposta, mas não engane quanto à real situação;

- Não crie habilidades que você não possui; eventualmente, até conseguirá a vaga, mas, com certeza, perderá o emprego e marcará negativamente sua carreira.

- Seja um bom ouvinte. Não interrompa o entrevistador em hipótese alguma;

- Evite falar mentiras ou gírias;

- Tenha atenção especial à linguagem, evitando cometer erros de português, tanto na comunicação oral, quanto na escrita.

- Questione se houver dúvidas demonstre interesse em relação à oportunidade;

- Reflita com antecedência sobre seus pontos fortes e fracos, todos temos ambos, então, não responda que possui “apenas qualidades” ou “apenas defeitos”.

- Se achar necessário, fale sobre sua carreira em frente ao espelho, apenas com o objetivo de sentir-se confortável com a construção oral de um discurso.

A linguagem não verbal também influi na percepção do candidato, pois é uma representação do nosso mundo interior e pode indicar características da personalidade: manter os braços cruzados e olhar o relógio toda hora são indicativos de uma pessoa fechada e ansiosa; entretanto, cumprimentar com um aperto de mão firme e manter contato visual com o entrevistador são atitudes simples, mas que podem ser positivas na avaliação do candidato.

Por fim, seja flexível às situações que podem surgir a fim de destacar-se frente aos outros participantes. O importante é agir naturalmente, buscando um equilíbrio entre a imagem que quer passar e o que a empresa precisa para escolhê-lo.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Compartilho com vocês uma apresentação feita por mim e por Vinícius sobre a trajetória histórica da contabilidade e seu relacionamento com fatores econômicos, políticos, sociais etc.

Com isso, você entenderão um pouco mais sobre a importância da contabilidade nas nossas vidas.


Comunicado recebido pelo facebook da Coordenação de Administração da UFPB:

COMUNICADO

Alunos da Administração da UFPB Campus I, a Coordenação de Licenciatura de Matemática à Distância (CCN) informa que abrirá uma turma de Tópicos de Matemática Básica de 60h, para vários cursos de graduação.
Alunos, REALMENTE, interessados em cursá-la, devem se dirigir pessoalmente à Coordenação de Licenciatura de Matemática à Distância (CCN) para se inscrever até o dia 02/10/2013. As vagas são limitadas.
Embora não valha créditos, diante de uma freqüência mínima de 75%, será emitido um certificado.

João Pessoa, 23 de setembro de 2013.

Att.

A Coordenação.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Como já citei anteriormente aqui no blog, não gosto muito de comemorar datas específicas (é como se eu pensasse que as "coisas" têm seus dias todos os dias - é difícil de explicar esse meu sentimento). Naquela postagem, no dia 25 de abril, eu comentei que não planejava postar no blog sobre isso, até que um email (na verdade dois, um me gerando uma imensa frustração/insatisfação/raiva/indignação/vergonha... e outro de uma pessoa me estimulando a escrever) me fez postar sobre (alguns motivos estão lá na postagem para quem quiser ler).

Ontem foi o "Dia do Contador" e, mais uma vez, me recusei a planejar alguma postagem sobre isso. Por diversos motivos parecidos com o da outra data eu não postei, porém algo parecido me fez voltar atrás. Mas o principal motivo que me fez não postar, foi o motivo que me fez voltar atrás: todo dia é dia da contabilidade! Sem a contabilidade nenhuma economia sobrevive. A contabilidade surgiu junto com os homens/mulheres. Então por que os homens/mulheres não valorizam a contabilidade?!

Minha resposta para essa pergunta é a seguinte (uma outra pergunta): se nem os contadores se valorizam, por que as outras pessoas deveriam valorizá-los? (veja que a contabilidade está entre as profissões mais subestimadas).

O ano da contabilidade no Brasil de nada servirá se os contadores não se valorizarem.

Aqui está o motivo que me fez postar sobre o "Dia do Contador" (isso aconteceu ontem, no "Dia do Contador"):
Estava eu em algum local, quando um empresário citou que estava dando início a um novo empreendimento, percebendo, ele, que não precisaria de um contador para esse trabalho burocrático inicial.

Dando-se conta de que estava tendo problemas para dar início a esse empreendimento, por meio do trabalho burocrático, ele teve que voltar atrás na sua decisão de não contratar o serviço do contador para isso.

Aqui está o que me mais me chamou a atenção (tentei lembrar das palavras exatas):

P****, eu tentei de tudo quanto é jeito para fazer o trabalho, mas não consegui. Aí tive que chamar o contador para fazer. Eu sei que ele, por debaixo dos panos, consegue um jeito de colocar o negócio para a frente.

É assim que os contadores são lembrados, inclusive no "Dia do Contador", no "Ano da Contabilidade no Brasil"...

Respondendo à minha pergunta inicial: parece que ainda não saímos da nossa caverna (apesar de todo o esforço de algumas pessoas).

Cuidado quando você elogia sua equipe ou seus alunos. Você terá um bom efeito com quem é elogiado, mas pode ter um efeito negativo com os demais colegas. Pelo menos é isso que diz uma pesquisa citada pelo Valor.

"Segundo um novo estudo, os danos colaterais infligidos pelos elogios são ainda piores do que eu pensava. Os espectadores não só se posicionam contra a pessoa que está sendo elogiada, como instantaneamente deixam de gostar da pessoa que os está fazendo. Eles invejam quem recebe e ficam ressentidos com quem dá."

Então tenhamos mais cuidado com os elogios. Recentemente premiei os dois alunos com maior nota nas minhas disciplinas. Espero não ter criado esse tipo de problema (acho que não criei a turma é bem pequena, isso é mais fácil de controlar assim - penso eu).

sábado, 21 de setembro de 2013

Ontem li sobre um caso curioso no Valor Econômico. Um candidato à vaga de PM em Goiás entrou na justiça para ter de volta os R$ 4.000,00 que foram pagos para "garantir" sua vaga no concurso. Os "prestadores de serviço" acabaram sendo descobertos e o indivíduo perdeu a "sua" vaga.

Insatisfeito com a situação ele tentou recuperar seu dinheiro judicialmente, mas (felizmente) não obteve êxito. Nesse caso a justiça foi feita.

Uma dica para ele e para os demais leitores. Sem esforço (em média) você não consegue chegar onde quer. Faça, por exemplo, como uma das nossas colaboradoras da série sobre Carreira na Contabilidade, Iria Guazzi: estude!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Saiu o resultado das propostas de novos Programas de Pós-Graduação. Foram aprovados os doutorados da UFRJ e UFPR, em contabilidade.

É provável que já haja seleção para as turmas iniciarem no ano que vem.

Além disso, foi aprovado um mestrado profissional em Economia do Setor Público, na UFPB.

Parabéns aos envolvidos. Em busca da qualidade da nossa educação e pesquisa!

A programação está muito boa. Destaco a participação dos Professores que eu já conheço como Jorge Katsumi Niyama (Universidade de Brasília e Programa MULTI UnB/UFPB/UFRN), Mathew Tsamenyi (University of Birmingham, United Kingdom) e Isabel Costa Lourenço (professora visitante na USP, vinda de Portugal).

Acesse a Programação Completa e se inscreva no evento, valerá à pena.



Hoje trataremos um pouco da formação no exterior. Eu aguardava muito essa postagem porque é algo que eu tenho incentivado muito os meus alunos e leitores do blog, assim como também é algo que eu quero fazer um dia. Acho que isso é importante para perdemos um pouco o viés da formação de uma "única" visão.
 

Edmery Tavares é minha colega do Departamento de Finanças e Contabilidade e, assim como Isabel é minha referência para entusiasmo no mundo dos blogs, ela também é a empolgação personificada quando falamos em Educação à Distância (modalidade que eu gosto muito e sempre que posso participo de cursos).



Vamos ao que interessa!

Estudar no exterior: oportunidade ou sorte?


Ao aceitar o convite para escrever um texto sobre experiência de estudar no exterior, pensei em lançar a pergunta, oportunidade existe ou é criada?

Eu, particularmente, não acredito em situações prontas e dadas facilmente, afinal, tudo que vem fácil, vai igualmente fácil. Acredito nos sonhos que são construídos paulatinamente, de verão a verão, diuturnamente, de maneira inesgotável na base de muito esforço e abdicação.

Abdicar é renunciar determinadas situações em favor de outras. E assim, a vida é feita de escolhas. Nesse incansável ballet de escolhas, um caminho deve ser trilhado a fim de atingir determinado objetivo. E como diz um velho amigo, a distância mais curta entre dois pontos é uma reta. Para tanto, o primeiro passo para a vitória é definir onde se quer chegar.

Assim antes de dar dicas e relatar um pouco da experiência de morar fora do país, digo que independente do objetivo que se queira alcançar, algumas perguntas você deve responder: Onde quero chegar? O que e como devo fazer? Quais recursos são necessários? Qual o prazo que tenho?

Responder essas questões já é um grande passo para concretização do sonho, pois a vida apresenta sempre inúmeras opções, e você precisa definir onde quer chegar para não se perder no tempo e no espaço.

Estudar ou não estudar em outro Estado ou em outro país? Eis, a questão!!

Optou pelo sim?! Então, meu caro, minha cara, vamos à fase inicial de qualquer projeto, PLANEJAMENTO! Não dá para fazer isso da noite para o dia. Afinal, estudar fora do país não é uma questão de status ou para quem é predestinado, não é simplesmente, ter dinheiro e acordar amanhã em outro país, matriculado em uma instituição de ensino porque painho e mainha decidiram! Isso depende único e exclusivamente de você. Você será seu primeiro fiador.

Como sempre digo aos meus alun@s e amig@s, estudar em outro país é para todos aqueles obstinados e destemidos que mais que sonhar acordado, agem dia e noite, ininterruptamente, semeando seu jardim de sonhos.

Nas próximas linhas, com base na experiência da autora e com base nas dicas que ela dá aos seus alunos, será apresentado um roteiro básico de como trilhar a experiência de ser um cidadão do mundo desbravando as universidades estrangeiras.

Para ilustrar algumas etapas, serão dadas dicas voltadas aos estudantes que desejam estudar na França, porém cada etapa poderá ser adaptada dependendo do tempo de duração e nível do curso que deseja realizar.

Como falei anteriormente, empreender um projeto como esse não é fácil, planeje sua viagem com no mínimo 2 anos de antecedência. Portanto, as etapas a seguir podem e devem ser facilmente administradas ao logo de 24 meses!

Eis as dicas!

Primeiro passo: desenvolver as habilidades de compreensão e expressão escrita e oral do idioma do país-destino, sem esquecer-se do inglês. Este é o coringa! Para ir com mais segurança, é indicado obter certificação de nível intermediário do novo idioma. Além disso, é imprescindível contato com algum nativo, mesmo que seja através do bate papo de redes sociais. Se resolver estudar com um professor particular, por exemplo, busque algum professor francês, inglês, polonês, japonês, alemão que resida em sua cidade. Parece difícil encontrar? Se procurar acha!

Aprender a língua do outro é no mínimo consideração por aqueles que irão lhe acolher, portanto, não vá somente com o “Je t’aime” ou “I Love you”. Inclusive isso pode causar situações desconcertantes! Outro fator que nos obriga a aprender o idioma é que muitas instituições exigem a certificação no ato de seleção, inclusive instituições de fomento que oferecem bolsas de estudos. Afinal, ninguém vai investir somente porque você é bonitinho ou bonitinha. Parafraseando, peço desculpas aos somente belos, mas inteligência, competência e humildade são fundamentais.

Segundo passo: essa está atrelada a primeira, pois ao procurar informações, é interessante que já tenha uma boa noção para compreender o conteúdo dos sites oficiais. Procurar informações sobre o país estrangeiro, sua história, cultura, arte e política. Indo mais além, você poderá desbravar as páginas das instituições de ensino nas quais vocês pretende submeter sua candidatura. Ao visitar os sites você encontrará informações sobre os programas de mestrados, as linhas de pesquisa, o corpo docente, e especificamente, procedimentos de candidatura para alunos estrangeiros.

Em algumas instituições como a Université Pierre Mendes France em Grenoble-França, através do Programme Grenoble-Brèsil são selecionados, anualmente, alunos brasileiros para realizar intercâmbio em nível de graduação, mestrado ou doutorado nas áreas de tecnologia, ciências sociais, ciências jurídicas etc.

Para ir mais além, arrisque e busque informações diretamente com os coordenadores dos cursos que pretende realizar. Apresente-se, afinal ninguém lhe conhece, e se você não enviar um email eles jamais te conhecerão. Boa sorte! Use a Internet a seu favor!

Terceiro passo: Após fazer a busca das instituições, será necessário organizar a documentação básica para as instituições de ensino: carta de motivação, curriculum vitae, carta de recomendação de dois a três professores, histórico da graduação ou mestrado e mini-projeto de pesquisa (em alguns casos, é substituído por um memoire de recherche com tema proposto pelo coordenador do master).

Quarto passo: Feito o contato com a instituição de ensino, será feito o procedimento junto a Policia Federal e todos os demais procedimentos junto ao consulado, com as devidas taxas e prazos a serem observados. Observe sempre todas as instruções.

Aos estudantes que pretende estudar na França é necessário seguir as orientações do Campus France e preencher um dossier on line. Dossier preenchido o Campus France submeterá sua proposta às intuições de ensino superior francesas, inclusive àquelas em que você já manteve contato. O veredicto final só será conhecido quando a Instituição de Ensino enviar a mais esperada de todas as cartas de aceitação para sua casa através dos Correios. Torça para este não estar em greve!

Ufa, cansou?! A brincadeira acabou de começar! Com carta de aceitação e passagens em mãos é hora de sentir as melhores sensações, é hora de cortar o cordão umbilical e voar alto (literalmente) em busca de seus sonhos e conquistar seu espaço no mundo.

Chegando à sua nova casa, sua mente se abre ao novo, você está diante do velho novo mundo, com seus mistérios, sua construção social e novos paradigmas que jamais você conheceria e vivenciaria se tivesse fincado raízes onde estava. Não importa seu destino, mova-se, saia da zona de conforto.

Então, mas porque afinal estudar no exterior se tem ótimas instituições de ensino em minha cidade, em meu país?

O fato é que ao mudar, ao sair da zona de conforto, sua mente se programa e se prepara para qualquer cenário diferente que se apresenta a sua frente. Estudar em um país estrangeiro é conhecer formas diferentes de ver a vida, é saborear novos sabores, sentir novas sensações, mesmo que seja de um rigoroso inverno que acusa -15 graus!! É criar network com pessoas do mundo todo, franceses, japoneses, chineses, ingleses, tunisianos, russos, alemães, iraquianos, bolivianos, espanhóis, coreanos. É apresentar seu primeiro seminário em francês ou inglês, ser aplaudida e parabenizada por seus colegas de classe, é pedir ajuda quando você não compreende muito bem o que o professor quis dizer por que ele não tem uma boa dicção, é buscar oportunidade de bolsa de estudos quando se vai com o orçamento limitado para financiar seus estudos, é fazer novas e duradouras amizades no metrô quando você está indo para a universidade, é viver em 12 m² e fazer do novo país sua maior moradia!

Viver fora do país é sentir um pouquinho do mundo em suas mãos, é compreender o outro em sua essência, é saber compartilhar o pouco que tem com seu vizinho de residência ou de classe, não importa a raça, origem, história do seu povo, é ser, ainda mais, humano antes de tudo.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Do final de 2012 para a metade de 2013 tivemos, mais uma vez, uma grande explosão de empresas de marketing multinível (MMN) e algumas pirâmides financeiras (PF). Inclusive postamos aqui no blog sobre isso, assim como já falamos que dinheiro fácil não existe.

Para ficar ainda mais claro a distinção entre MMN e PF, a CVM publicou no Boletim de Proteção ao Investidor (lá tem diversos temas como "Fundo 157", "Investimentos irregulares" etc) o boletim número 6, sobre o tema.

Fonte: Boletim 6


De forma geral, o que diferencia um negócio como sendo MMN do que é PF são os seguintes pontos (cito apenas 3, lá no boletim tem mais!):

  1. exigência de pagamento inicial de valores expressivos para a adesão, especialmente se comparado com o custo do produto e muitas vezes sem uma contrapartida real (kit de produtos para revenda, p. ex.) (Qual é o real produto daquelas famosas pirâmides financeiras dos últimos meses? Esses produtos são realmente "negociáveis"? O negócio é sustentável?. Pensem bem... alguém minimamente racional pagaria para diversas pessoas postarem anúncios na internet, quando programas poderiam fazer isso mais rapidamente e com um custo mais baixo?);
  2.   o trabalho do “revendedor” não está claramente vinculado a um esforço real devendas efetivas do produto. Pode até haver alguma atividade envolvida, mas elafaz pouco sentido para a venda, não tem um valor econômico ou poderia ser realizada de forma automática por programas de computador (O que eu acabei de comentar acima: não faz sentido!); e
  3. há promessa de altos ganhos, normalmente em pouco tempo, mas sem que haja clareza quanto a um real esforço do participante com a venda de produtos e sem que os eventuais riscos envolvidos sejam devidamente esclarecidos (Se ganhar dinheiro fosse fácil, todo mundo ganharia, porém o mercado, provavelmente, se ajustaria e começaria a ficar difícil de novo... mais uma vez: não faz sentido!). 
Recomendo que leiam os boletins. São bem interessantes. Cuidado para não cair, mais uma vez, nessas armadilhas!

Recentemente a Microsoft anunciou uma recompra de ações no valor de US$ 40 bilhões. A recompra de ações pode ocorrer por diversos motivos, como "melhorar" o lucro por ação e "sinalizar" notícias ao mercado (Fonte aqui e aqui - existem inúmeras pesquisas, vale a pena das uma olhada no google acadêmico).

Fonte: Tech Crunch

Eu, como trabalho com assimetria informacional, tenho muito esse viés. Então me questiono se essa não é uma estratégia para "melhorar" o valor da empresa. Pergunto-me isso porque tenho visto alguns especialistas afirmarem que a empresa está subavaliada. Será que eles querem mostrar isso recomprando as ações, visto que se eu invisto tanto em uma empresa é porque eu acredito nela, então eu sinalizaria boas notícias ao mercado.

Não tenho como saber a resposta, apenas aguardar.

Leia mais sobre a notícia no Business Insider e no Tech Crunch.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Semana passada encerramos com uma postagem de Isabel sobre a carreira de blogueiro em contabilidade. Essa semana iniciamos a série com a participação em projetos de monitoria que, inicialmente, possibilitam o despertar do aluno para a docência. Porém, mais que isso, faz com que o aluno comece a ter mais "jeito" com o tratamento com o público.

Com base nisso, a monitoria não serve apenas para quem quer ser professor. Pensem nisso!

Nossa colaboradora é Gabrielle Ingrid Souza, que é concluinte do cursos de Ciências Contábeis da UFPB. Tenho certeza que a experiência dela estimulará outras pessoas a participarem!



Experiência com monitoria

Interesse pela monitoria e incentivo


Quando criança meu sonho era ser professora de matemática, porém com uma família de educadores que sempre me incentivaram a seguir rumos contrários a essa realidade, por enxergarem as dificuldades da profissão.

No início não entendia muito bem a sistemática da contabilidade, mas como sempre tive vontade de participar de projetos de pesquisa ingressei no projeto da “sala de ações” que me possibilitou um novo conhecimento relacionado ao Mercado de Capitais.

Infelizmente, quando estava no início desse projeto, tive que começar a trabalhar. Por outro lado a experiência no setor contábil em uma empresa concessionária (de grupo composto por filiais em todo Nordeste) me permitiu uma nova visão da contabilidade, aquela que deve ser sempre trabalhada e discutida, feita para tomada de decisão.

Até o sétimo período já havia perdido o estímulo na área acadêmica e a via como algo muito longe da minha realidade. Porém, em apresentações sempre me destaquei e foi nesse período que conversando com professores, recebi um grande estímulo para envolver-me no ambiente acadêmico. Até que durante a disciplina de Sistema de Informações Contábeis (SIC), voltei por estímulo da professora Edmery a me dedicar à realização e concretização desse sonho. Duas atividades que considero importantes foram à elaboração de artigos e a participação no programa de monitoria.

Falando especificamente da monitoria, essa atividade se apresentou como uma excelente experiência para vivenciar a docência, onde tive oportunidade de seguir o Plano de Ação proposto pela professora, podendo assim acompanhar e discutir o planejamento das estratégias de aula, bem como acompanhar os debates em sala de aula.  
Hoje sou concluinte, mas afirmo que a monitoria foi uma experiência marcante que me permitiu desenvolver várias habilidades: falar em público, desenvolver a empatia, trabalhar em grupo, hábito pela leitura e escrita.

Experiência como monitora em Sistema de Informação Contábil


A monitoria em uma matéria teórica para se tornar interessante não é uma tarefa fácil, junto com a Professora Edmery, eu e Sérgio Estrela (outro monitor da disciplina), tivemos que criar mecanismos que estimulassem o interesse pela leitura em Sistema de Informação e nos levassem a realidade dos alunos. Foi através do moodle (um software livre, de apoio à aprendizagem, executado num ambiente virtual) que levamos os alunos ao Sistema de Informação que estivesse aliado à aprendizagem, e através de vídeos e artigos conseguimos criar debates dentro e fora desse ambiente. 
Porém, nada foi mais estimulante na monitoria do que o contato com a turma em sala de aula a partir dos círculos de debates, que tentaram aliar a realidade dos alunos com artigos e estudos. Nessa iniciativa, conseguimos levar os alunos a discussões construtivas, a apresentação de seus contatos com os Sistemas de Informação Contábeis para os outros colegas e incentivo a leitura de artigos.  
No contato com os alunos tentamos mostrar a todos como eles poderiam identificar os sistemas de Informação em seu cotidiano e no seu trabalho, nesse momento minha experiência profissional com diversos setores da contabilidade (desde o contas a pagar até a auditoria interna) e com transições entre sistemas simples para sistemas integrados teve boa utilidade.

Deixo o recado para todos que gostariam de seguir carreira acadêmica ou ser monitor(a) que sempre tentem, pois, é uma experiência gratificante e que ajuda não só na sua forma de se expressar, mas no conhecimento adquirido no contato com as histórias dos outros alunos. E para as universidades e os docentes que sempre incentivem os alunos pela pesquisa.

Por fim, espero não parar por aqui minha luta para seguir carreira acadêmica, também espero que esse texto tenha servido de estímulo para vocês leitores.







Ontem foi criada a fanpage da ASAA. Divulgo aqui e é importante que vocês curtam a fanpage pois ela é uma das principais revistas da nossa área aqui no Brasil.

Por falar em fanpage, vocês já curtiram a do nosso blog?!

Leonardo Pereira (Presidente da CVM) participou de uma reunião do CPC no dia 06/09/2013. Dentre as suas maiores preocupações em relação às IFRS estão: (a) capacitação dos profissionais atuantes no mercado de capitais; e (b) qualidade das informações contábeis versus quantidade.

Que as IFRS têm potencial para melhorar a qualidade das informações nós sabemos e já temos algumas evidências empíricas sobre isso (leia mais aqui e aqui). Contudo, o número de informações também aumentou muito o que, na minha opinião, pode acabar dificultando o entendimento de alguns pontos. Isso porque algumas empresas detalham tanto as notas explicativas que chega até ficar chata a leitura (sem contar com aquelas que copiam algumas partes do CPC).

Para quem gosta de pesquisar com análise de conteúdo, nós temos agora um grande volume de informações a serem pesquisadas. Além disso, esse "detalhamento" e volume das notas explicativas pode ser um bom campo (fértil) para tentar ludibriar alguns leitores, o que também gera um bom campo para pesquisa.

Devemos ter cuidado com isso. Como dizia o saudoso rapper Sabotage: quantidade não muito importante, eu quero qualidade o quanto antes.

Fonte: Boletim CPC 52

No início de 2013 a Universidade do Sul da Califórnia abriu o seu 8º escritório fora dos EUA e o local escolhido foi o Brasil, porque "além da economia ir bem, há uma grande necessidade por talentos", disse Anthony Bailey, vice-reitor da IES.

Divulgo isso aqui no blog para, mais uma vez, apresentar oportunidades a estudantes brasileiros que querem ter alguma experiência internacional. Por exemplo, eles estão ofertando bolsas para doutorado em todas as áreas do conhecimento no valor de US$ 50 mil.

Então aí está mais uma oportunidade (sexta-feira teremos uma postagem sobre isso, aguardem!). Não deixem todas elas passarem!

Fonte: Valor Econômico.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Aqui na Paraíba agora temos um programa de contabilidade na televisão. Isso é muito bom para que as pessoas "comuns" conheçam um pouco mais a contabilidade.



Assistam ao vídeo e conheçam o programa. Vocês não se arrependerão.




sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Hoje (leia a postagem anterior da série) a postagem é sobre uma das melhores partes da minha profissão. Não ganho nada por isso (quando você escolhe ser professor acaba se acostumando com essas coisas...), mas é bem gratificante e divertido.

A colaboradora do dia é uma das pessoas mais empolgadas com esse tema que eu conheço. Na verdade, ela é a mais empolgada e, provavelmente, se houvesse um ranking mundial ela deveria estar listada entre as 10 mais! kkk.

Nos conhecemos pela internet e acabamos mantendo contato para discutir diversas questões sobre ensino, pesquisa e "blogagem" (não confundir com bobagem) na contabilidade.

Isabel Sales é mestre em contabilidade e é uma das autoras do principal (na minha opinião e da de um monte de pessoas) blog de contabilidade do Brasil, o Contabilidade Financeira.



Leiam com atenção, inspirem-se e divulguem a cultura dos blogs em contabilidade!




Carreira: blogueira. Profissional liberal, carga horária de cerca de 20 horas semanais, remuneração negativa.

Cena 1: Em Gossip Girl, uma série norte americana, uma personagem (Blair) olha para a outra (Serena) e afirma: eu sabia [que ela não era a tal blogueira que dá o título à série]! Você é bonita demais para blogar.
Cena 2: Dia 20 de março, dia do blogueiro. Ao mencionar tal evento e solicitar as congratulações, há uma pausa no almoço familiar, um ar de desolação e um longo suspiro inconformado acompanhado de “blogueira? Minha filha... te demos tanto amor, educação, carinho... blogueira!?”.
Cena 3: Ao buscar conhecidos na lista de leitores, familiares e melhores amigos estão completamente ausentes.

#vidadeblogueiro

Eu acompanho o blogueiro César Tibúrcio há cerca de dez anos. Foi assim que aprendi sobre contabilidade criativa, foi ele quem me abriu a porta para os blogs internacionais e para a imensidão informacional que existe no ciberespaço. Em 2006 foi criado, pelo professor César, o Contabilidade Financeira, que também passei a acompanhar. Nas minhas conversas e debates do dia-a-dia era comum ouvir a expressão “eu li no blog do professor César”. Sentença pela qual passei a ser conhecida. E debochada. Claro. Meus colegas de mestrado não deixavam passar em branco nenhuma das minhas “eu li no blog”...

No fim de 2010, na semana em que tive as minhas últimas aulas do mestrado, o professor César Tibúrcio me convidou para participar do Contabilidade Financeira. Nesse dia eu perdi várias calorias devido aos pulos de comemoração. Também aumentei o grau da minha miopia por ter relido inúmeras vezes o e-mail-convite. Logo chegou a hora de compartilhar a alegria, né? Claro.

Com a astúcia de um lince esperei a piada “eu li no blog”. Ironicamente demorou eras para acontecer! Eu não sabia bem o que esperar e talvez por isso foi primoroso. Quando em resposta ao chasco sambei cantarolando que eu agora era parte do blog, veio silêncio. Silêncio. Dos meus amigos do mestrado. Inédito. E respeitoso. Isso porque as brincadeiras fazem parte, mas o tempo de ser sério também. A verdade é que todos nós líamos o blog [especialmente antes de grandes debates sobre um tema determinado – era (é) a melhor forma de se atualizar], sabíamos da importância dele para a nossa formação, nosso aprendizado. Então aquele momento em que vi a reação deles e percebi ainda mais como era mágico o mundo que eu estava sendo convidada a entrar foi surreal. Hoje guardo como um rito de passagem.

Com o tempo, pessoas começaram a comentar comigo que gostaram de uma determinada postagem ou ainda a me perguntar sobre os bastidores do blog. Como eu acrescentei o endereço do site à assinatura do meu e-mail, eu cheguei a comprar coisas online, me comunicar com o vendedor e ao receber a encomenda, ver anexado um cartão com algumas coisas anotadas, inclusive elogios ao blog.

Hoje, ao escrever uma postagem, me baseio em livros que li, aulas que assisti, debates que participei, palestras que ouvi. A pesquisa leva horas, dias! Outras vezes termino tudo em 15 minutos, com a naturalidade da comunicação que há entre amigos. Tenho-me como alguém que escreve para tentar mostrar a beleza do que vejo. A contabilidade é linda e há quem não teve a oportunidade de entrar em contato com isso de uma forma não áspera e monótona. Às vezes escrevo para atualizar quem está sem tempo de passar pelas manchetes dos jornais, para suprir a ausência da contabilidade nos meios de comunicação usuais, para motivar aqueles que não sabem por onde ir. Mais ainda, para quebrar estigmas relacionados às Ciências Contábeis no Brasil.

O que um blogueiro solta no mundo tem repercussões inimagináveis. Para mim a mais especial ocorreu quando o professor David Albrecht me citou em uma postagem dele por causa de um vídeo que coloquei despretensiosamente no Contabilidade Financeira. Mais pulos incessantes: ser uma tag na página de um blogueiro internacional premiado e reconhecido. Não teria acreditado se no passado me falassem que algo assim me aconteceria. Hoje nós dois nos comunicamos por e-mail, a relação ficou mais próxima e equilibrada. Trocamos impressões, informações e ele é curioso quanto as nuances brasileiras. Um dia ele me chamou de embaixadora da contabilidade. Foi um fofo elogio de um professor famoso, contudo simples, que se esforça ao máximo para acrescentar a quem estiver disposto a crescer. Eu não ganho dinheiro para blogar, porém há satisfação imensurável.

Os blogueiros brasileiros não ficam atrás. Não nos tratamos como concorrência, mas sim como um grupo tentando dar o melhor a quem nos acompanha. Tornei-me amiga e confidente da Polyana Silva, do Histórias Contábeis, e da Cláudia Cruz, do Ideias Contábeis. O professor Alexandre Alcantara, que não conheço pessoalmente, me traz a sensação de estar me comunicando com o Papai Noel. Ele é um querido, sempre disposto a conversar, ajudar e é o criador do “blogs de contabilidade”, uma maneira que ele encontrou de tentar estimular os contadores a blogar. O Felipe e o Vinícius, do Contabilidade e Métodos Quantitativos, foram meus colegas no doutorado. Falar com o Pedro Correia, do Contabilidade Financeira, se tornou necessidade diária. E assim, um mundo imenso, vai se tornando pequeno e aconchegante. Você conhece pessoas surpreendentes. E, gosto de ressaltar, você aprende muito com tudo isso.

Sou suspeita para falar como é ser blogueira. Pensei muito antes de escrever para vocês e fiz diversos rascunhos, entretanto a minha caminhada e a minha história resumem tudo. Tive a sorte de entrar em uma página já reconhecida, com seguidores fiéis e criada por um dos grandes nomes da contabilidade no Brasil. Independente disso, há uma rede de incentivos entre os blogs da nossa área, sempre tentando impulsionar novos e existentes escritores. Não há dinheiro ou carteira assinada, mas eu tenho orgulho em ser blogueira de contabilidade. E consegue se sair bem na carreira quem tem tempo, coragem e comprometimento. Ah! E vontade, é claro.

Débitos e créditos,

Isabel Sales