2017 - Blog ContabilidadeMQ

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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

No dia 17/12/2017 nós divulgamos aqui no blog um trabalho que desenvolvemos com os alunos Geisa Paulino e Glauco Pordeus (do Núcleo de Estudos em Análise de Investimentos e Contabilidade -NAIC- da UFPB) respondendo ao seguinte questionamento: vale à pena seguir as recomendações dos analistas?

A repercussão da análise foi tão boa que fomos apresentar esses e outros resultados no programa "30 Minutos para se Aposentar com Ações", apresentado pelo analista da XP Investimentos Marco Saravalle.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017



Nos últimos dois anos, com a subida da nossa bolsa de valores e redução da taxa de juros no Brasil, o noticiário tem sido recheado de notícias sobre o mercado de ações. Assim, muitas pessoas têm procurado se informar mais sobre esse tipo de investimento, principalmente quando veem o quanto subiram ações como a da Magazine Luiza.

Contudo, as coisas não são tão simples quanto parecem, apesar de também não serem coisas de outro mundo. E, antes de tudo, é preciso ter uma boa educação financeira, para poder poupar algum dinheiro.

Conseguindo poupar dinheiro mensalmente, é a hora de investir. Os investimentos podem ser feitos em diversos produtos, desde os menos arriscados (renda fixa) aos mais arriscados (renda variável) e o investidor pode ele mesmo escolher onde quer investir, ou pode seguir as recomendações de alguém certificado para isso.

Sendo assim, aproveitando o embalo dos planos de final de ano, eu dividi o post em duas partes:
Parte 1: Educação financeira e o início da poupança
Parte 2: Formas de se escolher onde investir

domingo, 17 de dezembro de 2017



Alguns meses atrás eu fiz um texto aqui no blog evidenciando que valeria à pena investir em ações, desde que escolhêssemos bem as empresas e investíssemos visando o longo prazo (e.g. aposentadoria).

Esse texto teve uma grande quantidade de acessos e até nos rendeu uma boa divulgação no programa “30 Minutos para se Aposentar com Ações”, do meu amigo Marco Saravalle, analista da XP Investimentos. Quem não assistiu ao programa, recomendo que assista.

A motivação para termos feito aquele trabalho foi uma matéria de uma consultoria que dizia que o investimento em ações perde do investimento em renda fixa, usando a comparação do Ibovespa (IBOV) e o CDI.

Esse tipo de matéria é muito perigosa, porque as pessoas que não conhecem o mercado de ações acreditam que o IBOV tem as melhores empresas da bolsa e isso é um mito. O IBOV tem muita coisa ruim!

Como dizemos aqui na Paraíba, essa competição foi muita “garapa” para o CDI. Quero ver ele ganhar de uma carteira diversificada e com empresas com bons fundamentos. Foi isso que mostrei naquele texto do dia 12/09/2017.

Desta vez eu resolvi entrar em outro ponto polêmico: será que vale à pena seguir as recomendações dos analistas sell-side?

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Já li esse artigo diversas vezes no passado e semana passada fui relembrado dele.

O artigo é bem curto, mas muito legal sobre como Fama (Nobel em Economia) ingressou no doutorado.

Um trecho que eu gostaria de destacar é que primeiramente ele entrou no MBA (espécie de mestrado nosso) e quando chegou no MBA achou que queria entrar no doutorado (lá não é incomum entrar no doutorado diretamente). Foi aí que o coordenador do programa de doutorado disse:

“You better do a quarter as an MBA because graduate school is a lot different than undergraduate school. See how you do, and we’ll judge you after that.”

Normalmente as pessoas diriam que é mais difícil, mas ele teve uma reação um pouco diferente.

Leia o resto aqui.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Aqui está a matéria publicada no último domingo que contou com a minha participação.

Recomendo também a leitura do post da mestranda em contabilidade pelo PPGCC/UFPB Bárbara Simão, em parceria com o recém formado em economia pela UFPB Felipe Araújo: aqui.



sábado, 9 de dezembro de 2017

Finalmente recebemos a nossa avaliação feita pelos alunos em 2016.2.

Os alunos, e até alguns Professores, costumam criticar essas avaliações feitas pelos alunos.

A crítica dos alunos é que a avaliação não tem servido de nada. Isso está mais ou menos certo ou mais ou menos errado, dependendo do ponto de vista.

Realmente eu nunca soube de nenhum caso de Professor que teve que passar por reciclagem, que foi punido, que teve que ser acompanhado por algum psicólogo ou pedagogo, por ter sido consistentemente mal avaliado.

Por outro lado, alguns Professores - e eu me incluo nisso desde que a avaliação foi implantada - realmente levam a sério a avaliação e analisam ela de modo a buscar melhorar algumas coisas que foram problemáticas na disciplina e o Professor não percebeu.

Gosto de citar o meu próprio exemplo: sempre estive disponível por email e sempre respondi rápido aos emails dos alunos. Eu achava isso era suficiente, mas percebi, nos dois primeiros semestres de avaliações, que minha nota era boa em todos os quesitos, menos atendimento ao aluno fora de sala. Dessa forma, eu deixo um turno na semana para que os alunos possam ir me visitar em minha sala sem marcar horário, nem avisar. É só chegar. Poucos fazem isso, mas agora ninguém mais pode reclamar.

Já os Professores reclamam que a avaliação não mede nada, que os alunos descontam as notas baixas na disciplina por meio dessa avaliação. É possível que isso aconteça sim. Do mesmo jeito que temos Professores sem noção e que caíram de pára-quedas na sala de aula, temos alunos também sem noção e que caíram de pára-quedas na Universidade.

Todavia, quando é uma turma inteira detonando uma avaliação... algo só pode estar errado. É assim que eu vejo a avaliação.

Algumas vezes fico até chateado, apesar de nunca ter tido uma nota média baixa por turma, mas um ou outro aluno que me detonam colocando um 5, quando o resto da turma colocou notas altas realmente chateiam. Mas nem Ohlson, Ball, Brown e Beaver - e Fama - agradaram a todos. Quem sou eu para agradar? Eu tento tirar informações boas disso, para ajudar a me tornar um Professor melhor. Esse é, para mim, o objetivo da avaliação institucional.

Mas vamos aos fatos desta última avaliação divulgada:

FINANÇAS 3

            3.1.1    Considerando os itens abaixo, quais deles cada professor PRECISA AJUSTAR? (caso ache que o professor não precisa ajustar, não precisa marcar).
(a)        Cumprimento do plano de curso 2/22
(b)       Relacionamento com a turma 3/22
(c)        Comparecimento às aulas 2/22
(d)       Cumprimento do horário de início e de término das aulas 2/22
(e)        Atualização dos conteúdos 2/22
(f)        Clareza na exposição dos conteúdos 1/22
(g)       Disponibilidade para atendimento fora da sala de aula 3/22
(h)       Qualidade da bibliografia 1/22
(i)        Qualidade das avaliações 3/22

COMENTÁRIOS DOS ALUNOS: apenas 1 aluno comentou. “Excelente professor!”. Agradeço pelo elogio. Todo semestre tento ser melhor do que fui no anterior.

Adicionalmente, gostaria de fazer um pequeno comentário analisando os dados:

1) O aluno ou aluna número 12 foi o único a marcar que eu precisaria mudar tudo na minha disciplina e ele se auto avaliou com nota 10. Todavia, ele marcou 10 na satisfação comigo, indicando que estava totalmente satisfeito. 

Essa eu fiquei sem entender. A mesma coisa aconteceu com Adm Financeira em Contabilidade, quando um dos alunos marcou que eu precisava mudar tudo na disciplina, mas me deu nota 10.


Lembrando que não sabemos quem é quem. Os alunos são sorteados aleatoriamente.

Em geral, as coisas que eu mais preciso melhorar, segundo essa turma, são "qualidade das avaliações" (nessa turma eu não fiz nenhuma prova. Foram apenas estudos de caso e as notas foram dadas por mim, pelo grupo apresentador do caso para cada membro e por toda a turma), "disponibilidade para atendimento fora de sala" (sem comentários adicionais) e "relacionamento com a turma" (poxa, eu contava várias piadas!). 

3 dos 22 alunos que responderam à avaliação disseram que eu precisava melhorar isso. Vou pensar no que fazer, com certeza.

ADM FINANCEIRA EM CONTABILIDADE

            3.1.1    Considerando os itens abaixo, quais deles cada professor PRECISA AJUSTAR? (caso ache que o professor não precisa ajustar, não precisa marcar).
(a)        Cumprimento do plano de curso 1/28
(b)       Relacionamento com a turma 1/28
(c)        Comparecimento às aulas 1/28
(d)       Cumprimento do horário de início e de término das aulas 2/28
(e)        Atualização dos conteúdos 2/28
(f)        Clareza na exposição dos conteúdos 5/28
(g)       Disponibilidade para atendimento fora da sala de aula 2/28
(h)       Qualidade da bibliografia 1/28
(i)        Qualidade das avaliações 1/28

COMENTÁRIOS DOS ALUNOS: nessa turma eu tive 3 comentários.

PROFESSOR PREOCUPADO COM O DESEMPENHO DE CADA um , EXPÕE O Assunto,tem conhecimento...passa muita atividade.”

Super chato... brincadeira kkk vc foi o melhor. Continue assim.” (semestre passado, dois alunos disseram que sou chato e me acho muito... para vermos como são as coisas, gosto é muito pessoal)

A didática do professor é ótima!!” (no semestre passado, se não me engano, um aluno disse que minha didática é péssima - não dá para agradar a todos)

Sobre o primeiro comentário, a parte da preocupação com o desempenho de cada aluno é realmente uma prioridade minha. Não quero nenhum aluno sem entender o conteúdo. 

Às vezes é bem difícil, mas seguirei tentando. Um exemplo para mim é o Professor Ivan Ricardo Gartner, da UnB. Foi o Professor mais atencioso que eu já tive e eu tento fazer algo parecido.

Sobre as muitas atividades, não sei se o aluno gostou ou não, mas é outra grande verdade. Meu aluno tem que suar muito. Por outro lado, não costumo fazer prova e quando faço prova, é tão fácil que uma coisa compensa a outra.

Sobre o “super chato”, eu já estou acostumado. Até minha mãe diz que sou chato kkk. Mas sou um chato legal!

Obrigado a todos pelos elogios. É bom saber que agradamos um pouco!

Sobre o item que mais preciso melhorar, segundo essa turma: "clareza na exposição do conteúdo". Para quem acompanha o meu trabalho aqui no blog, onde divulgo todos os meus materiais de aula, todo semestre eu mexo nos slides e penso em formas para facilitar a vida dos alunos. Isso é uma coisa contínua. Com certeza continuarei melhorando nesse quesito. 5 dos 28 alunos disseram isso.

COMENTÁRIO GERAL

Em geral, se vocês perceberem, não tenho nenhum quesito que não tenha nada a melhorar. Algum aluno marcou X em tudo, dizendo que eu preciso melhorar tudo.

Podemos ver isso de algumas formas: a) ele ou ela realmente não gostou da disciplina ou de mim; b) ele ou ela não entendeu o questionário; ou c) ele ou ela não levou o questionário a sério.

Assim, deixo um pedido aos alunos: preste atenção ao questionário e respondam com seriedade. Isso é importante para a melhoria do ensino na Universidade.

Finalizando, as notas foram iguais nas duas turmas: 9,36.

Vamos lá, rumo a mais um semestre!


sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Essa semana a agenda está lotada de eventos. Ontem estivemos no Magazine Luiza Day (ML Day), fizemos uma visita rápida à Suno Research para conversar com o analista chefe Tiago Reis e, no final da tarde e noite, fomos ao I Seminário de Finanças e Economia Quantitativa da FGV. Hoje estive o dia inteiro no 2nd Stata Meeting, na FEA-USP.

Neste post eu falarei dos dois primeiros eventos e depois, outro dia, farei um em separado para comentar uma coisa específica do seminário da FGV.

MAGAZINE LUIZA DAY

Alguns dos prêmios de melhor varejista

O final do ano vai chegando e com isso chega também a temporada de “investors day” das empresas listadas na nossa B3. Nestes eventos os diretores das empresas fazem uma rodada de apresentações, como se fosse um road show de apresentação da empresa, para que possamos atualizar nossos modelos de valuation  e que os analistas possam recomendar ou não as empresas para os investidores.

Na última quinta-feira, dia 07/12/2017, estive no Magazine Luiza Day de 2017 (ML Day), um desses eventos para investidores e analistas.

Como moro longe do centro do mercado financeiro brasileiro, nunca havia participado desses eventos. Os únicos que participo, basicamente, são as conference calls pós-divulgação de resultados pela internet.

O que posso dizer é que é muito diferente. Lá nós conseguimos captar melhor a energia da empresa e de seus diretores. Frederico Trajano deu algumas respostas bem evasivas (seja porque não queria entregar a estratégia completa da empresa, seja porque não poderia dar a informação por questões regulatórias, ou outros motivos), mas pela reação dele e dos diretores ao seu redor nós conseguimos captar um pouco mais de informações – e isso não é possível ouvindo apenas o áudio, como acontece nas conference calls.

Gostei demais da experiência pelo fator citado acima e por poder encontrar pessoalmente pessoas que acompanhamos e interagimos por meio da internet – encontrei e conversei um pouco com Thiago Salomão da Infomoney e Giovana Scottini da Eleven Financial. E espero que outras reuniões como essa caiam em épocas em que eu esteja em São Paulo.

Eu, Bruno (aluno da UFPB e Sala de Ações) e Thiago Salomão (Infomoney)

Aqui estão alguns pontos que achei interessante compartilhar com vocês. Bruno Garcia, aluno de economia da UFPB e que participa da Sala de Ações, me perguntou se eu estava escrevendo um livro, pela quantidade de coisas que eu anotei e que usarei nas minhas próximas análises sobre a empresa:
 1)    Na reunião eles destacaram muito a marca “Magalu 6.0: o que não muda é que a gente sempre muda”, destacando o processo de mudança que a empresa tem passado nos últimos anos. Isso foi usado por Frederico Trajano, para já no início da sua fala, destacar que as pessoas que perderam o rali da $MGLU3 perderam porque ficaram presas ao passado, quando os resultados trimestrais já apontavam para a recuperação da empresa e o que nos esperava para o futuro;
2)    Falou-se muito que a empresa tem o melhor omnichanel do mundo;
3)    $MGLU3 já está na primeira prévia do Ibovespa, então alguns fundos de investimentos que buscam replicar ou bater o índice deverão inserir a ação em suas carteiras para poder atingir ao seu objetivo. Logo, a ação deve subir ainda mais pelo aumento da demanda;
4)    Estavam presentes em torno de 180 pessoas no evento, entre investidores, analistas, jornalistas e demais interessados. Após a primeira fala de Frederico Trajano, um dos diretores falou sobre a governança corporativa da empresa. Quase não vi ninguém anotando nada, nem a “batida de dedo” nos teclados. Quando começou a falar sobre questões mais financeiras, parecíamos que estávamos num show de algum tipo de música alternativa, com instrumentos alternativos. Neste caso, os instrumentos eram os teclados dos computadores e a música era o som da digitação. Isso nos diz um pouco sobre como as pessoas ainda veem a governança corporativa;
5)    “Nosso ‘prime’ é o nosso app”, foi basicamente assim que Fred (vou chamar assim agora) respondeu a uma pergunta sobre a possibilidade de cobrar por um serviço prime de entregas, como a Amazon tem feito. A Amazon cobra US$ 99,00 pelo serviço de entrega mais rápida (entre outras vantagens). Contudo, a Magalu já consegue fazer a entrega “prime” sem ter que cobrar mais do cliente por isso – antes da pergunta eles já haviam anunciado que dão prazo de 4 dias, mas entregam em 2 e que estão testando a entrega expressa em 2 dias para 10 cidades.
 Só para destacar mais essa questão, quem faz compras com valores acima de R$ 99,00 pelo app da Magalu não precisa pagar frete, além de poder fazer a compra sem ter que gastar o pacote de dados do celular – a navegação no app é gratuita.
6)    A Magalu está trabalhando pesado em mostrar que vende muito mais do móveis e eletrônicos. Por exemplo, foram vendidas muitas fraudas descartáveis! É possível comprar cerveja, remédios etc. É um verdadeiro marketplace;
7)    A BlackFriday da Magalu (até postei sobre isso aqui noblog) já é melhor do que o Natal e essa foi a melhor. Na BlackFriday, o app da Magalu foi o mais baixado do Brasil!
8)    O diretor de logística enfatizou a questão da eficiência, citando muito o Kaizen e o fato de que eles ampliaram este ano 5% da área física, mas que a capacidade de estocagem aumentou 13%. Isso é devido à eficiência e melhoria contínua;
9)    Ainda sobre a logística, o diretor de logística deu as seguintes informações:
A)   99,76% das entregas da Magalu são feitas dentro do prazo;
B)   Quando há problema na entrega eles sempre buscam saber os motivos e resolver; e
C)   O índice de reclamações nas entregas caiu 58% na comparação entre janeiro e novembro
 
10) Acho que essa informação eles acabaram soltando sem querer, mas foi informado que o GMV para o 4t17 já está acima da meta deles;
11) Uma das pessoas da plateia questionou sobre vendas cross-border. Fred se limitou a responder que esse é um mercado muito grande e não daria mais muitas informações sobre isso, mas deu a entender que eles estão bem interessados;
12) O CFO destacou o foco em redução de despesas e que eles fazem o acompanhamento mensal desse projeto;
13) A empresa recebeu pelo 4º ano o Selo de Assiduidade da APIMEC e ganhou o prêmio de melhor investor day de 2016!
 
Recebimento dos prêmios da APIMEC

14) Com o follow-on a empresa deverá zerar a dívida bancária e passará a ter dívida líquida negativa, ou seja: caixa maior do que a dívida. O foco de endividamento passará de bancário, com custo de até 130% do CDI, para desconto de duplicatas, com custo de 105% do CDI. A meta é dívida bancária igual a zero antes das eleições.
 
15) Uma das coisas que mais me chamou a atenção e que vai ser preciso pensar bem para poder implantar no modelo de valuation é que eles disseram que aumentarão significativamente o CAPEX – principalmente em tecnologia (no labs). Além disso, haverá um aumento significativo de lojas e todas as lojas serão reformadas para a transformação total das lojas em “shoppable distributions centers” (o custo deve ser em torno de R$ 200 a R$ 300 mil por loja). Eles destacaram, porém, que o CAPEX não “quadruplicará”;
 
16) Sobre a distribuição de lucros, a empresa deve pagar JSCP ano que vem, mas nada muito diferente do que foi este ano. O foco realmente será em pagando de dívida e CAPEX;
 
17) Gostei muito de ver que Fred está por dentro de todos os processos da empresa, aparentemente;
 
18) A entrada no RJ está nos planos da Magalu, mas não deve ocorrer no ano que vem; e por fim
19) Um dos problemas que a Amazon terá aqui no Brasil é com logística. A Magalu está muito à frente neste quesito, e ficando ainda mais à frente. Um fato importante é que a dependência dos Correios é de 10% do total de entregas – a menor dependência do mercado!


Abaixo vocês podem verificar a evolução do preço da $MGLU3, ação da Magazine Luiza, antes (antes do dia 07/12/2017)e após o ML Day (pós 07/12/2017): 




Aqui vocês podem ver um texto de Thiago Salomão lá no Infomoney com 3 motivos para essa alta da $MGLU3. Eles foram comentados aqui no blog também.

VISITA À SUNO RESEARCH

Como bônus pós ML Day, fizemos uma visita à Suno Research.

A conversa foi rápida, mas foi bem legal. Falamos sobre algumas empresas e apresentamos um dos nossos projetos em participo na UFPB: Sala de Ações.

Para quem não conhece a Sala de Ações e a Suno Research, recomendo que acessem os sites para ter acesso aos materiais sobre educação financeira e investimentos.



domingo, 3 de dezembro de 2017

Aqui estão os slides e os materiais adicionais que usarei no curso da UFPA.

O tempo é curto e o assunto é longo, por isso deixei muitos slides. Porém o foco será em aplicações práticas no Stata.

Materiais adicionais: https://www.dropbox.com/sh/opgiwpjmfd72g99/AACbyTCHFzf7Il82eguaRlZwa?dl=0

Slides:


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Pessoal, segue mais um questionário para quem puder responder!

Clique aqui para acessá-lo.

Prezad@ alun@,
Posso contar com sua ajuda? Me chamo Alison Meurer e juntamente com meus colegas Iago Lopes e Ricardo A. Antonelli estamos realizando uma pesquisa, sob orientação do Professor Romualdo Douglas Colauto. Iremos analisar sua percepção quanto ao nível de stress e o bem-estar acadêmico no comportamento exteriorizado em redes sociais, além de sua satisfação com a pós-graduação. 
Comprometemo-nos em preservar o sigilo de suas respostas por meio do agrupamento estatístico e divulgação/análise consolidada dos dados. Assim, asseguramos que nenhum dado será analisado de forma individual, não possibilitando sua identificação. A sua participação é voluntária e, caso se sinta constrangido, poderá interromper em qualquer momento o preenchimento do instrumento, sem que isto lhe traga qualquer prejuízo.
O tempo médio de preenchimento do questionário é de 10 minutos. Eventuais dúvidas poderão ser sanadas por meio do e-mail pcgufpr@gmail.com. Muito obrigado e certamente sua participação fará total diferença na consolidação da nossa pesquisa.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Semana passada publicamos o último vídeo da Monitora Michelly Veira, com aplicações dos conceitos de valuation em uma planilha do Excel com o caso da Ambev ($ABEV3).

O vídeo faz parte da playlist de resumos das nossas aulas, por isso foi bem curto.

Por este motivo, optamos por agora trazer um vídeo mais longo, tratando de conceitos e da aplicação no Excel, com o caso de uma empresa do setor de saúde. Para evitar maiores problemas regulatórios, como os dados são mais atuais, optamos por não informar o nome da empresa.

Aqui está o vídeo do Monitor Leony Alexandre:


Aproveitando, gostaria de, da mesma forma que fiz no último vídeo de Michelly, agradecer a todo o trabalho de Leony este ano lá no nosso canal e na monitoria de Finanças 1. Leony ganhou, inclusive, um prêmio de Iniciação à Docência, pela Coordenação de Estágio e Monitoria da UFPB.

Leony, apesar de ser aluno do curso de contabilidade, cursou Finanças 1, Finanças 2 e Finanças 3, com os alunos de ciências atuariais, mesmo não tendo nenhuma obrigação de cursar a disciplina.

Além disso, ele foi o aluno com a segunda maior nota no Exame de Suficiência em Contabilidade da Paraíba (a primeira colocada foi Reginete, que também é do meu grupo de pesquisa hihihi) e, por volta da metade do curso foi aprovado em 1º lugar no concurso do Banco do Brasil (onde está trabalhando atualmente).

Essas credenciais mostram que eu não deveria esperar nada menos do que o que ele apresentou em seus diversos vídeos do canal, tanto sobre valuation, quanto sobre questões comentadas para o exame de suficiência, estimação do beta etc.

É isso aí, Leony. Valeu!!

terça-feira, 28 de novembro de 2017

E os campeões da nossa competição de melhores carteiras do semestre foram... Hildário Patrício (turma da noite com retorno de 44% no semestre) e Paula Bianca (turma da tarde, com retorno de 13% no semestre).

Parabéns a todos os que participaram da competição.

Semestre que vem tem mais, com a nova turma de Finanças I!
Aqui está o vídeo de Hildário, contando um pouco sobre sua estratégia e ações que estiveram em sua carteira:




Aqui está o vídeo de Paula:





Ranking da tarde:

1) Paula (1 ponto)

2) Rislene (0,8 ponto)

3) Murilo (0,5 ponto)



Ranking da noite:

1) Hildario (média 10 por ter sido o campeão geral)

2) Eduardo (0,8 ponto)

3) Edna (0,5 ponto)

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Peço ajuda dos que têm disponibilidade para que respondam ao questionário de um leitor do nosso blog.

Aqui está a mensagem dele:

Prezados, boa tarde.
Solicito a divulgação da pesquisa sobre o "nível de conhecimento dos discentes de Ciências Contábeis e Ciências Atuarias da sobre o CPC 33 - Benefícios a Empregados ", realizado pelos alunos : Heleno Ribeiro da Silva, Ígor Figueirêdo Leite, José Francisco de Oliveira, Marcelo da Costa Azevedo e Thayse Grazielle Lopes Vieira na disciplina de Controladoria Empresarial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sobre a orientação da professora Aneide.
O questionário é destinado aos discentes dos cursos de Ciências Contábeis e Ciências Atuarias
Segue o link do questionário :https://docs.google.com/…/1FAIpQLSfdhfqKceqYdWfZE…/viewform…O questionário tem um tempo médio de resposta de 7 minutos.
Agradeço de antecipação.
Obrigado a todos.

Volta e meia eu recebo alguns comentários de revisores e até mesmo de autores de artigos que eu preciso censurar (isso mesmo) lá na RECFin (revista que sou editor - B3 no Qualis).

Vejam se não temos razão:

Retirado daqui: https://www.youtube.com/watch?v=pHmViOpRQFs 


P.s.: até mesmo eu que sou editor fico um pouco de saco cheio às vezes, como revisor ou autor. Alguém já deve ter me censurado, com certeza.

domingo, 26 de novembro de 2017

Na última sexta-feira, dia 24/11/2017, nós tivemos mais uma Blackfriday brasileira e, para não ser muito diferente, algumas empresas permaneceram com ofertas um tanto quanto... "ao contrário" para os seus clientes.

O objetivo deste post é analisar os números sob um outro ponto de vista, baseado em um início de debate no Twitter, então resolvi dividi-lo em duas partes: 1) Blackfriday ou Blackfraude? e 2) A Magazine Luiza perde nas reclamações para a concorrência?!

Vamos lá!

BLACKFRIDAY OU BLACKFRAUDE?

Conforme podemos observar no gráfico que apresentarei alguns parágrafos abaixo, criado pela Folha de São Paulo, em uma das empresas pesquisadas, o índice com as ofertas com descontos "falsos" chegou a quase 70%.

Por outro lado, devemos destacar empresas como a Magazine Luiza (Magalu), cujo índice foi menor do que 10%.

Destaco a Magalu porque ela foi muito melhor do que os seus concorrentes, porém esse índice deveria ser ZERO para todo mundo.

Devemos também reconhecer que boa parte dessas empresas atua como um market place - uma espécie de shopping virtual - sendo difícil controlar o comportamento dos lojistas que atuam em seu espaço virtual

Como consumidor, espero que as empresas punam os seus lojistas, para limpar um pouco essa imagem negativa.

Clique na imagem para ampliá-la

A MAGAZINE LUIZA PERDE NAS RECLAMAÇÕES PARA A A CONCORRÊNCIA?!

Entrando agora no ponto principal deste post, que me fez levantar da cama às 7h00 da manhã de um domingo em que estou me recuperando de uma gripe pesada, apresento a vocês o meu despertador:


Eu vi esse post no sábado e no domingo, mais uma vez, vi pessoas comentando que a Magalu era campeã do ReclameAqui.

Como vocês podem ver, eles têm ótima reputação no ReclameAqui - apesar de terem muitas reclamações. Isso pode ser explicado pela quantidade de vendas que fazem, como enfatizou o usuário do Twitter @hbredda.

Dessa forma, eu resolvi calcular um índice de reclamações para cada R$ 100 mil em vendas (lojas virtuais/e-commerce).

A metodologia foi a seguinte: 1) escolhi a Magalu por ter sido a reclamada no twitte citado e a B2W por ser a segunda queridinha da bolsa, possui marcas bastante conhecidas por quem compra na internet (veja o ReclameAqui delas: B2W, Americanas.com, Shoptime e Submarino), 2) coletei as reclamações de cada empresa no ReclameAqui e tomei o cuidado de verificar se a página era apenas para reclamações de vendas online, nos últimos 12 meses (last twelve months - LTM), 3) coletei a receita com vendas online também no LTM de todas as empresas da amostra (B2W coletei a receita total e Magalu apenas a virtual/e-commerce) e 4) calculei o índice. 

O resultado encontrado foi o seguinte:

Clique na imagem para ampliá-la
Dessa forma, podemos perceber que a Magalu tem 1,6 reclamações a cada R$ 100 mil em vendas, enquanto que a B2W tem 2,4 reclamações a cada R$ 100 mil em vendas. Ambos os índices são baixos, ao meu ver, porém os números nos mostram que a Magalu tem, na verdade, menos reclamações proporcionalmente à sua quantidade de vendas. A B2W tem 54% mais reclamações, inclusive.

A planilha que eu usei está aqui, para quem quiser conferir ou fazer alguma modificação. Caso tenham alguma sugestão de alteração na metodologia, fiquem à vontade para modificar a planilha e compartilhar aqui conosco. Caso estejam sem nada melhor para fazer neste domingo e quiserem inserir as outras empresas, também fiquem à vontade!

sábado, 25 de novembro de 2017

Há algumas semanas eu divulguei os banners dos meus alunos no ENID - Encontro de Iniciação à Docência.

Hoje divulgo que levamos um dos prêmios do evento. Clique aqui para ter acesso à lista.

Parabéns aos meus dois monitores. Foram ótimas escolhas e superaram todas as minhas expectativas!


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Esse é o último vídeo elaborado pela monitora Michelly Vieira, onde ela aplica os conceitos apresentados nos outros 8 vídeos (que estão na playlist do nosso canal do YouTube) em uma planilha do Excel, com o caso da Ambev ($ABEV3).

Aproveito este último vídeo para agradecer e parabenizar Michelly pelo maravilhoso trabalho dela como monitora. Michelly foi uma ótima aluna, tirava ótimas notas, não faltava aulas, nem deixava de entregar os exercícios.

Contudo, Michelly era uma aluna muito calada, tímida... falava bem baixinho. Mesmo assim ela se candidatou à uma das vagas de monitoria no meu Projeto de Monitoria em Finanças Quantitativas.

Ela sabia que além dos plantões para tirar dúvidas teria que fazer posts no blog e vídeos para o canal do YouTube, mas foi lá tentar e foi selecionada.

Eu fui completamente surpreendido não pela qualidade do trabalho dela, mas pela desenvoltura nos vídeos. Com certeza ela deve ter perdido um pouco mais da vergonha e ganhado mais confiança e espero que leve isso para toda a sua vida.

Quem quer faz qualquer coisa. É só suar e fazer. Muitas vezes vai ser muito difícil, mas se não tentarmos, não chegaremos aos nossos objetivos nunca.

Valeu, Michelly!!


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Alguns anos atrás Isabel Sales do Contabilidade Financeira veio com uma ideia meio estranha (para pessoas um pouco antissociais como eu): fazer um amigo secreto entre os blogueiros de contabilidade do Brasil. Veja aqui um post sobre isso.

Aqui vocês também podem ter acesso aos posts que fizemos informando quais foram os nossos amigos!

Este ano o meu amigo secreto foi uma pessoa que eu admiro muito e que foi o principal motivo para eu ter criado o ContabilidadeMQ (apelido do blog Contabilidade & Métodos Quantitativos) lá em meados de 2011, assim que terminei minha graduação.

O blog Contabilidade Financeira era uma das minhas fontes de leitura diária, de manhã logo cedo.

Sendo assim, vocês já devem saber que meu amigo secreto só pode ser uma das 3 pessoas que escrevem para o Contabilidade Financeira. 

E.... quem será? 
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César Augusto Tibúrcio Silva!

Adorei ter tirado ele, inicialmente, porque pensei que seria fácil escolher o presente, mas quando fui comprar fiquei pensando: ele já deve ter esse...esse aqui também... esse aqui também... esse aqui também... esse aqui também...

Então, depois de muito refletir, considerando que ele tem um gosto meio "esquisito" para um contador, pensei em 3 livros que ele provavelmente não teria, mas que poderia gostar - por gostar de finanças, ciência, contabilidade, comportamento das pessoas e coisas do tipo.

Minha escolha inicial era o novo livro de Damodaran, sobre histórias e números (e valuation, claro). Mas, segundo o meu modelo mental de superprevisão, considerei que a probabilidade de ele já ter esse livro era muito alta.

Dessa forma, escolhi outros três. Um deles era possível ele já ter. Mas como só encontrei posts no Contabilidade Financeira falando sobre "A lógica do cisne negro", resolvi arriscar e comprar "Antifrágil", do mesmo autor (Nassim Taleb).

Apesar da minha análise ter me feito reduzir a probabilidade de ele já ter o livro, resolvi reduzir ainda mais o meu risco escolhendo outros 2 dois livros: 1) Fora da Curva. Os Segredos dos Grandes Investidores do Brasil e o que Você Pode Aprender com Eles e 2) Uma breve história do tempo

Espero que goste dos presentes!

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Aqui está a primeira valuation do semestre, feita por Alisson da Costa, Karys Emamuelle e Paula Picado.

Lembrando que esse trabalho não representa nenhuma recomendação de compra/venda da ação. É apenas um trabalho acadêmico feito por alunos, para obter a última nota na disciplina.



sábado, 18 de novembro de 2017

O Professor Zé Elias Almeida acabou de lançar o seu site "Anatomia dos Negócios".

O Anatomia dos Negócios nasceu em 2017 depois de longos anos de maturação e inquietação de seu idealizador, Prof. José Elias Feres de Almeida, ao perceber em palestras, congressos, treinamentos, consultorias, conversas com empresários e muito estudo para o desenvolvimento de artigos científicos, o quanto o conhecimento científico é demandado e precisa ser transmitido de uma maneira mais simples, sem perder sua essência, para aplicação nos negócios.
Nesse contexto, o projeto é separado inicialmente em quatro “Anatomias” essenciais (eixos temáticos) para os negócios: estratégia, financeiro, gestão e governança corporativa.
Aproveitem e curtam a sua fanpage, clicando aqui.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Isabel do Contabilidade Financeira, apoiada por Claudia Cruz e Polyana Silva, veio mais uma vez com suas ideias interativas/mirabolantes. Então vamos lá!

Fonte: foi do evento passado. Acho que Isabel quem fez kkkk


Na edição deste ano, o 2º Amigo Secreto dos Blogueiros de Contabilidade do Brasil contará com a participação dos seguintes blogs, além do nosso:

Histórias Contábeis

Contabilidade Financeira

Ideias Contábeis

Informação Contábil

Alexandre Alcântara

GECAP

Acervo Contábil

Vladmir Ferreira


Veja aqui o post do Histórias Contábeis e do Contabilidade Financeira, sobre o amigo secreto.

Caso o meu amigo secreto não me conheça e queira algumas dicas, vou repetir a dica que dei da outra vez kkkk:

Bom, se o meu amigo secreto não me conhece, saiba que eu gosto de coisas relacionadas a zumbis (principalmente Resident Evil, desde os meus 12 anos, e The Walking Dead, mais recentemente), jogos (desde video games a jogos de perguntas e respostas kkk), contabilidade e finanças, e (essa é uma ótima dica) faço coleção de action figures (o foco maior é em Resident Evil, mas estou começando a diversificar) e de garrafinhas de cerveja, uisque, licor etc (todas em miniatura, exceto as de cerveja que são latas e long necks) - no meu Facebook tem um álbum de fotos só para isso.

Adicionaria também que gosto de coisas relacionadas ao The Godfather (O Poderso Chefão, mas que já tenho os DVDs e os 4 livros hiihih).

Sobre os livros, eu tenho uma wishlist na Amazon e que alguns livros podem ser encontrados na Amazon brasileira a preços dentro do orçamento do nosso Amigo Secreto.

No vídeo dessa semana, a monitora Michelly Vieira apresenta alguns detalhes finais no modelo de valuation para se chegar ao valor do PL.

No próximo e último vídeo resumo da série sobre fluxo de caixa descontado ela apresentará uma planilha com uma valuation.


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Aqui estão as páginas em que foram publicados trechos de uma entrevista que concedi ao Correio da Paraíba, para a edição do último dia 12/11/2017.

A matéria tratou sobre consumo, consumismo, algumas armadilhas, hipótese de mercados eficientes, finanças comportamentais e muito mais!


terça-feira, 14 de novembro de 2017





Essa review já deveria ter saído muito tempo atrás, mas talvez eu tenha perdido o timing do lançamento do livro, porém agora o timing voltou com a nova edição.

Sem mais delongas, vamos lá!



QUEM SÃO OS AUTORES


Eliseu Martins: doutor em controladoria e contabilidade pela USP. É um dos principais Professores e pesquisadores de contabilidade do Brasil, tendo ocupado diversos cargos importantes a exemplo de uma Diretoria na CVM e outra no Banco Central. Maiores informações aqui

Josedilton Alves Diniz: doutor em controladoria e contabilidade pela USP.  É auditor do Tribunal de Contas da Paraíba e Professor da Universidade Federal da Paraíba. Maiores informações aqui.

Gilberto José Miranda: doutor em controladoria e contabilidade pela USP. É Professor da Universidade Federal de Uberlândia. Maiores informações aqui.


UMA VISÃO GERAL

O tem 13 capítulos (na verdade 12, porque o último não é bem um capítulo de fato) muito críticos e práticos sobre análise das demonstrações financeiras.

O primeiro capítulo é sobre como fazer uma boa análise das demonstrações financeiras, trazendo o clássico Caso Abdul. Esse capítulo é fenomenal. Eu quase negligenciei ele, inicialmente, mas depois de ler algumas vezes acredito que seja um dos principais capítulos do livro.

O capítulo faz uma revisão geral sobre contabilidade e introduz à análise de balanços com o caso de um taxista (Abdul) e a sua família. Não deixem de ler esse capítulo.

O capítulo seguinte (capítulo 2) trata da análise do relatório do auditor. Eu fiquei extremamente feliz quando vi esse capítulo, pois é um item bastante negligenciado por analistas, alunos e até professores. O relatório do auditor é a primeira coisa que eu leio quando vou analisar os números de uma empresa e em muitas delas nós temos informações muito importantes.

Outro capítulo importante, cujo tema é negligenciado costumeiramente, é sobre os "fundamentos contábeis do modelo de negócio" das empresas (capítulo 4). Os alunos e iniciantes em análise de informações contábeis gostam muito de fórmulas e regrinhas de bolso para analisar as demonstrações financeiras. Esse capítulo trata muito bem sobre o impacto do modelo de negócio da empresa na análise das demonstrações. Conhecer o negócio facilita, inclusive, a mineração de informações relevantes sobre a empresa.

Na minha planilha de valuation eu tenho uma aba só para entender o negócio da empresa. Essa abinha é uma das mais importantes - mais importante do que o valor por ação no final da planilha.

O capítulo 7 é mais um grande e ótimo exercício da aplicação da teoria da contabilidade à análise das demonstrações financeiras.

Eu treino jiu-jitsu e de vez em quando fazemos alguns exercícios com as mãos amarradas para estimular a movimentação de quadril e coisas desse tipo. Esse sétimo capítulo é mais ou menos isso.

Como posso analisar demonstrações contábeis sem usar indicadores?! Isso é possível?! Leiam o livro e saberão como!

Os outros capítulos tratam de fluxo de caixa por competência, análise crítica dos indicadores (falarei um pouco sobre isso nos trechos de destaque), inflação, custo de oportunidade, IFRS e, por fim, alguns tópicos relevantes que não foram tratados no livro.






TRECHOS DE DESTAQUE

Normalmente eu escrevo reviews de livros "não didáticos", então essa é uma review um pouco diferente. Por este motivo, não vou destacar aqui citações do livro e fazer comentários sobre elas. Meu foco de destaque aqui é sobre o capítulo de análise crítica dos indicadores, para dar uma vontade maior para vocês que querem ler o livro e aprender a analisar números contábeis de verdade.

Ao longo do capítulo os autores apresentam vários indicadores, segregando por tipos (e.g. liquidez, rentabilidade etc), e depois é feita a análise crítica, apontando os principais problemas e falhas ao se analisar esses indicadores.

No caso dos indicadores de liquidez, por exemplo, é comentado sobre a má classificação de algumas contas, gerenciamento do ativo circulante, problemas temporais e de valor do dinheiro no tempo, sazonalidade e coisas esse tipo. É enfatizado muito fortemente a questão da análise do indicador sozinho.

Os indicadores de prazo médio/ciclo operacional também são analisados da mesma forma. Por exemplo, algumas empresas (indústrias) possuem diversas contas de estoques com prazo de rotação diferente. Se usarmos o total dos estoques, na verdade, estamos estimando o prazo médio de todos os estoques e não de um item específico. Todavia, normalmente, somos analistas outsiders e algumas empresas não divulgam informações suficientes para fazermos a análise da forma mais correta.

Nos indicadores de estrutura patrimonial, um dos principais problemas, quando estamos comparando duas empresas, é que alguns itens de prazo mais longo podem ter idades muito diferentes. Como não sabemos as datas ao certo e não fazemos mais algumas correções e reavaliações dos números contábeis, a comparação se torna falha - mas não completamente inviável.

Sobre os índices de rentabilidade (os que os investidores gostam de olhar mais), os autores dizem que "se comete muita bobagem" no cálculo de utilização deles. A bobagem mais comum é comparar lucro líquido com ativo, para o cálculo do ROA (retorno sobre os ativos). 

O ativo da empresa produz lucro operacional, que para ser bem analisado não pode sofrer o efeito da forma como ele é financiado, e o lucro líquido sofre o efeito das despesas financeiras, provocadas pelo passivo financeiro. Dessa forma, calcular o ROA como sendo Lucro Líquido/Ativo, segundo os autores, é uma mistura de dois conceitos (importantes), mas que devem ser tratados separadamente. Para uma análise histórica, o índice pode ter alguma utilidade, mas conceitualmente essa é uma "informação pobre". 

Sobre o ROE (retorno sobre o PL, que é o patrimônio líquido da empresa), os autores dizem que esse é o indicador mais importante para os investidores. Isso porque esse indicador demonstra a capacidade que a empresa tem de remunerar o capital que foi previamente investido pelos seus sócios. 

A empresa que remunera bem esse capital cumpriu com o seu dever para com os que a criaram e nela investiram tempo e dinheiro.

Devemos levar em consideração para o cálculo desse indicador, sem sombra de dúvidas, o lucro líquido. Isso porque ele é o lucro que realmente sobra, após pagar os terceiros.


Mas o ROE não escapa de problemas! Existe uma confusão sobre qual PL usar, se o do início do período, o do final ou o médio.

Outro problema grave com o ROE é que o PL é a diferença entre o ativo e o passivo. O ativo tem um problema enorme de “valor do dinheiro no tempo”. Se os ativos antigos forem um “pedaço grande da pizza”, isso pode ser um grande problema para o cálculo do ROE.

Diversos outros indicadores foram apresentados e devidamente criticados no livro, como os famosos EVA e EBITDA. Leiam com bastante atenção.



NÍVEL DE PROFUNDIDADE/ACESSIBILIDADE

O livro é bem profundo. Minha reação ao ter acesso a ele pela primeira vez foi: UAU!!! Era disso que eu tava falando quando queria um livro com a experiência de muitos anos do autor.

Contudo, o livro é muito acessível e tem uma linguagem muito didática, possibilitando a qualquer pessoa que tenha conhecimento básico de contabilidade ou que já tenha alguma experiência com demonstrações contábeis e sua análise possam usá-lo sem maiores problemas.

Quem achar que o livro é muito avançado, na seção "VALE À PENA?" eu tenho uma recomendação adicional.



A QUEM É INDICADO

O livro é indicado para alunos de graduação e pós-graduação em contabilidade, bem como investidores e analistas de investimentos e de crédito.

Para os investidores, especificamente, eu coloco esse livro ao lado de outras bíblias: Secutiry Analysis (cuja review deve sair até o ano que vem aqui no blog) e O Investidor Inteligente.



VALE À PENA?

É lógico que vale!

Esse é o melhor livro sobre contabilidade escrito por brasileiros, em minha humilde opinião. O livro concorre frontalmente, inclusive, com vários ótimos livros europeus e estadounidenses (dos que eu já li).

Eu não fui aluno do Professor Eliseu Martins, mas já assisti a várias palestras suas, participei de algumas sessões de artigos em que ele foi debatedor e o livro é como se estivéssemos ouvindo ele falar. Isso é sensacional!

Além da experiência do Professor Eliseu estar devidamente registrada no livro, a participação dos Professores Josedilton e Gilberto engrandeceram ainda mais o trabalho, com a inserção de ideias relacionadas à metodologias ativas e ao raciocínio crítico.

Uma grande crítica que faço à maioria dos livros brasileiros é que não conseguimos ver a experiência dos autores. Esse não é um problema para o "Análise Avançada das Demonstrações Contábeis". A experiência deles está ali, para qualquer um que queira ter acesso.

Boa parte (para não usar juízo de valor muito forte dizendo que "a maioria) dos livros brasileiros não nos apresentam a experiência dos autores e se limitam a apresentar fórmulas, fórmulas, regras de bolso e "teorias". Esse não é, definitivamente, um problema para este livro.

Fazendo uma diferenciação entre preço e valor, o livro pode até custar uma quantidade razoável de unidades monetárias, mas com certeza ele vale cada centavo.


Vocês também poderão encontrar uma versão mais light do livro, para alunos mais iniciantes: Análise Didática das Demonstrações Contábeis.



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