Recentemente o Wall Street Journal (vide aqui  um resumo) comparou o endividamento de alguns países com a  classificação da dívida soberana.  A conclusão era de que os países com  melhores classificações eram os mais endividados. Assim, Japão, Alemanha  e Estados Unidos estavam mais endividados, mas continuavam com nota  AAA+, a maior entre as possíveis. Já Brasil, China e outros países  estavam menos endividados e continuavam com uma classificação reduzida.
Ao mesmo tempo, o Valor Econômico tecia elogios as agência de rating Dagong (Agência de Risco Chinesa avança com novos padrões de avaliação, 25 de abr 2011), que classificava como AAA+ a China, mas dava nota A+ para os Estados Unidos e AA para o Japão.
Afinal, as agências de ratings estão cometendo um erro ao valorizar  excessivamente os países mais endividados e não estão dando o devido  valor ao Brasil, China e outros países?   Provavelmente não.
O rating de um país não depende somente do seu endividamento. Outros  fatores são considerados, como a capacidade do país de efetuar o  pagamento a partir da geração da sua riqueza, o grau de segurança com as  contas públicas e o passado de respeito aos contratos. Este último  aspecto talvez ainda seja crucial na nota brasileira. Qual foi a última  vez que os Estados Unidos não pagaram uma dívida assumida num contrato  justo? Realmente não sei, mas talvez tenha ocorrido no século XIX. Qual a  última vez que o Brasil não respeitou um contrato internacional de  empréstimo e financiamento, e decretou default da dívida? Recente, mais  precisamente em 1986. E sabe quem estava no comando do nosso país?  Alguém que hoje ainda ocupa um posto relevante na estrutura política  brasileira. Não seria uma boa razão para ver com desconfiança o nosso  país?
Fonte: Contabilidade Financeira
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