Silvia Fregoni | De São Paulo
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou propostas de termo de  compromisso apresentadas pela auditoria KPMG e pelos sócios Adelino Dias  Pinho e Carlos Augusto Pires no caso das perdas com derivativos  superiores a R$ 2,5 bilhões contabilizadas pela Sadia em 2008. Os  prejuízos resultaram na venda da companhia para a Perdigão, formando a  Brasil Foods.
A KPMG e o sócio Dias Pinho se mostraram dispostos a pagar,  conjuntamente, R$ 300 mil para encerrar o caso, enquanto Pires ofereceu  R$ 50 mil. O comitê de termos de compromisso entendeu que as propostas  não eram adequadas à gravidade das acusações.
"A aceitação da proposta não seria oportuna tendo em vista o caráter  pedagógico-norteador do termo de compromisso para os participantes do  mercado, especialmente para os prestadores de serviços de auditoria  independente, cuja atuação é de extrema importância para o funcionamento  eficiente do mercado", diz o comitê.
Para a decisão, o órgão também considerou o histórico de acusações  contra a KPMG na CVM, citando um acordo firmado em 2009 por conta de um  parecer sem ressalva da WTorre e mais dois processos sancionadores.
O colegiado da autarquia acompanhou a análise do comitê e rejeitou as  propostas em reunião realizada em 14 de dezembro, mas cujas decisões  tornaram-se públicas apenas ontem. Como não houve acordo entre as  partes, futuramente será marcado um julgamento.
A CVM acusa os auditores de ausência de ressalva no parecer do balanço  de 2007, bem como nos relatórios sobre as contas trimestrais de 2008.  Segundo a autarquia, embora tivessem sido identificadas operações de  derivativos, as notas explicativas não falavam sobre os riscos de perda  em dobro no caso de mudança cambial.
Em sua defesa, a KPMG e os sócios afirmaram que a análise realizada na  época constatou uma estabilidade da política cambial e revelou baixa  exposição cambial líquida dos instrumentos financeiros. Procurada, a  auditoria não quis se manifestar e ressaltou que o processo ainda não  foi encerrado.
Fonte: Valor Econômico 

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