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domingo, 8 de fevereiro de 2015

Em busca da objetividade nos trabalhos científicos

Estamos no final do semestre na UFPB, período em que os alunos estão concluindo suas monografias.

Eu tenho estimulado muito meus alunos a serem o mais objetivos quanto for possível. Porém sempre fico com receio do que os membros da banca poderão achar disso - já que eles aprovarão ou reprovarão o trabalho. Em média, as monografias dos meus orientandos neste semestre ficaram em torno de 30 páginas. Isso, para mim, é o suficiente - desde que o aluno consiga explicar o trabalho com essa quantidade de páginas.

Todavia, como já citado, eu fico sempre pensando no que os outros membros da banca acharão disso, já que historicamente um bom trabalho tem que ser grande, pelo menos é o senso comum - apesar de eu não concordar nem um pouco com isso. Até minha própria dissertação de mestrado foi bem grande, mais de 150 páginas - e isso também foi a primeira crítica que recebi sobre ela.

Então, refletindo sobre isso hoje, após corrigir os últimos detalhes dos trabalhos, lembrei-me de Stephen Hawking e Philip Low. Low é o cara que nos salvará, talvez, da ausência precoce das ideias de Hawking, com o seu iBrain. E a ideia básica do iBrain surgiu da tese de doutorado de Low, onde ele explicou o seu algoritmo em uma página. Essa é a menor e talvez a melhor tese da história da ciência.

Uma boa ideia precisa estar em muitas páginas? Acho que não.

Veja mais sobre a tese:
O neurocientista Philip Low é autor da tese de doutorado mais curta da história. Ele precisou de apenas uma página para apresentar o algoritmo (conjunto das regras e dos procedimentos lógicos que levam à solução de um problema) de reconhecimento de impulsos elétricos do cérebro que serviu de base para a criação do iBrain, o aparelho que ajudará Stephen Hawking a se comunicar. Hawking leu a tese e admirou-se. Foi o início da colaboração entre o neurocientista e o físico de Cambridge. A tese minimalista de Low é amparada por mais de 300 páginas de apêndices, citações e equações.


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