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domingo, 22 de fevereiro de 2015

O desafio de ser acadêmico: it's evolution, baby!

Esse texto foi postado pelo Professor Wilson Toshiro Nakamura, em seu Facebook. Eu pedi sua autorização para compartilhá-lo aqui no Blog:

Pessoas ainda bem jovens podem decidir por seguir a carreira acadêmica. Como toda carreira, tem seus prós e contras, mas inegavelmente é uma carreira atrativa por uma série de razões. O acadêmico tem que seguir regras, horários, programações rígidas, mas desfruta de uma certa flexibilidade de horário, especialmente quando recebe também para fazer pesquisa e orientar alunos. 
Além disso, a carreira acadêmica dá chance ao professor de estudar e pesquisar aquilo que mais gosta e que mais sente vontade. Eventualmente, tem que assumir disciplinas para ministrar que não gosta tanto, mas o fato é que de tanto dar uma disciplina que não gosta, acaba gostando.
A vida de professor também dedicado à pesquisa não é fácil, pois além de ser cobrado pela qualidade de suas aulas é cobrado também pela qualidade de suas pesquisas, sem contar o dever de orientar bem seus alunos, manter vivas conexões acadêmicas produtivas fora e dentro do seu país e se comprometer com a atividade de estudar para sempre, normalmente até morrer.
Talvez realmente a ideia de que ser professor (dedicado ao ensino e à pesquisa) é como que um sacerdócio não seja tão absurda assim. Realmente a vida de professor tem que ser uma vida de entrega aos outros, oferecendo o que tem de melhor, que é o seu conhecimento.O professor tem que se notabilizar pela vida regrada, exemplar e marcada por atos e atitudes edificantes (GRIFO MEU).
Vale a pena ser professor? Sim, vale muito a pena. E quanto mais cedo começar, melhor, independentemente da área em que se queira trabalhar, digo estudar, pois para professores estudar é trabalho.

Esse texto veio em ótima hora para mim, por dois motivos principais:

O primeiro deles é que eu tenho alguns ex-alunos que têm interesse em seguir a carreira acadêmica, então eles poderão ter uma ideia de como é, com uma visão de uma pessoa de outro estado e com uma vasta experiência "prática" e "acadêmica" (essas duas coisas não deveriam ser tão distantes uma da outra, mas às vezes podem ser - veja aqui e aqui).

O segundo motivo é com relação a parte que foi grifada. Edificar vem de construir. Então, atitudes edificantes por parte dos Professores deveriam ajudar a construir o aluno como uma pessoa e profissional melhor. Infelizmente, às vezes não é isso que observamos. Já ouvi um professor dizer que não passava tudo o que sabia na sala porque estaria formando bons concorrentes para ele, então isso não seria interessante, bem como já vi professores colocarem alunos de graduação "no chão" de forma agressiva, tanto em congressos quanto em defesas de monografia - o objetivo do debatedor é buscar ajudar o autor e o orientador a melhorar o trabalho final, visando sua publicação. Qual é o sentido de destruir o trabalho? E o pior de tudo é que nesse último caso, muitas vezes, a atitude vem de professores que não fazem pesquisa e muito menos participam de congressos para debater com seus pares no mesmo nível de experiência e treinamento. Lastimável, pois se queremos debater um assunto com maior profundidade, nós devemos ir a um congresso, apresentar ideias e discuti-las.

Então, novos mestres, lembrem-se: nossas atitudes DEVEM ser edificantes. Buscar construir pessoas e profissionais cada vez melhores. Muitas vezes o aluno (a criatura) ficará melhor do que o Professor (o criador). Mas não é esse o objetivo? Como diria Eddie Vedder: It's evolution, baby!! e eu fico muito feliz quando vejo um aluno se desenvolvendo muito. É alegria demais, é a evolução da espécie. Do THE evolution!

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