Nas discussões sobre a temática ambiental e as mudanças climáticas globais, há uma tendência a se afirmar que a pressão dos recursos naturais é quase exclusivamente resultante do crescimento populacional. Por esse entendimento, pode-se prever que haverá redução do consumo de energia elétrica se houver baixo crescimento ou mesmo estabilização do crescimento populacional brasileiro. Certo? Não. Foi o que concluiu o pesquisador Victor Hugo Dias Diógenes, orientado pelo professor Ricardo Ojima, na pesquisa que resultou na dissertação "Quando menos é mais: análise do impacto da transição demográfica no consumo de energia elétrica domiciliar do brasileiro", apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Essa não é minha área de trabalho, mas imagino que as pessoas estão ficando mais velhas (isso é normal, quando o país tem um nível razoável de desenvolvimento econômico/educacional/humano) e, como o acesso as Universidades foi democratizado, talvez estejam pensando mais antes de ter vários filhos (é financeiramente inviável ter dezenas de filhos hoje em dia - como o nível de educação aumentou, as pessoas devem pensar mais nisso), como consequência também da educação, as pessoas podem se cuidar melhor e aumentar a expectativa de vida, o que implica em população mais velha (menos filhos e mais expectativa de vida).
Sendo assim, são mais pessoas independentes que podem gastar com computadores, uma geladeira só para guardar cerveja, uma televisão no quarto, outra na sala, outra na cozinha e até no banheiro, dois consoles (Xbox e PlayStation) etc... assim, mesmo com a população decrescendo, o nível de consumo tenderá a aumentar (a não ser, talvez, em um momento de crise pesada e altos índices inflacionários - nesse caso reduz população e consumo de energia).
Achei a ideia da dissertação muito legal. Nunca tinha parado para pensar sobre isso. Parabéns ao Professor!
Na verdade, Luiz Felipe, mesmo que as pessoas não aumentem seus níveis de consumo, só com o envelhecimento da população haverá aumento do consumo. Ou seja, nem se trata de uma sociedade afluente ter maior acesso a bens de consumo. Crianças consomem pouco e se a nossa população tem uma proporção menor de crianças, o consumo agregado aumenta só por essa mudança na composição etária da população. Foi essa a análise desenvolvida na dissertação de Victor. Agradecemos o interesse e acompanhem mais pesquisas relacionadas ao campo da demografia, creio que tem muito a ver com os interesses de vcs: www.demografiaufrn.net ou www.facebook.com/ppgdem
ResponderExcluirObrigado, Ricardo. São temas realmente interessantes para todas as pessoas. Parabéns pelo trabalho!
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