Após os slides, mais para o final do post, eu explico a ideia por trás de cada mito. Vou atualizando o texto aos poucos, à medida em que eu for divulgando os mitos lá no Instagram.
Nos slides vocês verão vários mitos relacionados a esse assunto como "poupança não tem risco", "renda variável não tem risco", "analistas de investimentos sabem de tudo", "gestores nunca erram", "os bancos são bons para investimentos" (tem mitos semelhantes a corretoras e consultores independentes).
EXPLICAÇÃO DOS MITOS:
MITO 1: POUPANÇA NÃO TEM RISCO
Esse é um dos maiores mitos relacionados a investimentos.Quem nunca chegou num banco e recebeu uma oferta de poupança e ainda foi informado de que é bom porque não tem risco?
Na imagem vocês conseguem ver alguns fatores de risco atrelados à poupança.
- O 1º deles dificilmente ocorrerá outra vez, mas, como dizem, "quem não conhece a sua história está condenado a repeti-la". A poupança já foi confiscada em um passado recente, as ações não foram.
- Se o banco quebrar (que também é bem difícil de acontecer, mas pode acontecer), você pode perder uma parte do seu dinheiro que não é garantida pelo FGC. Além disso, enquanto aguarda o reembolso do FGC, você perderá rentabilidade.
- Os valores depositados na poupança só rendem no "aniversário" (ou "mesversário") do depósito. Se você depositou no dia 10, o dinheiro só renderá no dia 10 do mês seguinte. Sacando no dia 9 você perde a rentabilidade do mês todo.
- Você ainda corre o risco de perder para a inflação. No gráfico do lado direito, a inflação está em vermelho e as duas metodologias da poupança (antiga e a nova) estão representadas nas linhas azul e amarela, respectivamente.
- Além disso, se você considera que volatilidade é risco, não dá para dizer que a poupança é livre de risco, porque ela depende da taxa Selic e a Selic é volátil. Apesar de ter baixa volatilidade, a Selic não é fixa.
E aí, você ainda tem dinheiro na poupança?
MITO 2: AS ALTERNATIVAS À POUPANÇA NÃO TÊM LIQUIDEZ
Nós já sabemos, no Mito 1, que a poupança só rende no "aniversário" do depósito. Então do que adianta essa liquidez (possibilidade de usar o dinheiro no dia)?
Não é muito melhor você aplicar em um fundo de baixo custo, com resgate em D+0 ou até mesmo no tesouro selic? Que rendem diariamente e não apenas no aniversário do depósito... Inclusive já existem fundos que aplicam no tesouro selic e não cobram taxas.
Pense nisso. Existem alternativas melhores do que a poupança!
MITO 3: AS ALTERNATIVAS À POUPANÇA SÃO RUINS POR CAUSA DOS TRIBUTOS
Já falamos dos riscos que existem na poupança e que poucas pessoas prestam atenção, bem como da questão da liquidez e que existem alternativas melhores nesse sentido.
Todavia, algumas pessoas ainda pensam que para aplicações de curtíssimo prazo a poupança ainda é a melhor opção, por questões tributárias.
O IOF segue uma tabela regressiva que vai de 96% a 0% (reduzindo linearmente do primeiro dia da aplicação até o 30º), enquanto que o imposto de renda de algumas alternativas à poupança variam de 22,5% (quando o dinheiro é aplicado por até 180 dias) a 15% (quando o dinheiro é aplicado por mais de 720 dias).
Vejam que mesmo assim, existem alternativas melhores do que a poupança, como fundos simples que aplicam no Tesouro Selic, o próprio Tesouro Selic e alternativas com garantia do FGC que são isentas de imposto de renda (LCI e LCA).
Pesquisem isso antes de aplicar o dinheiro na poupança da próxima vez!
MITO 4: RENDA FIXA NÃO TEM RISCO
O mito de hoje também é bem comum na vida das pessoas e os novos investidores parecem não saber disso. Lembrem da Crise de 2008, em que o que parecia não ter risco tinha muito!Muita gente investe em renda fixa achando que porque tem o nome de "renda fixa" você sabe exatamente quanto terá de rentabilidade.
Isso não é verdade.
A "renda" é "fixa" no benchmark (indicador de referência). Alguns títulos são realmente de rentabilidade fixa (como os pré-fixados), no sentido em que as pessoas pensam no retorno, outros são fixos em relação à Selic/CDI (90% do CDI, 110% do CDI, 100% da Selic, 70% da Selic etc).
Todavia, muita gente deixa passar dois riscos bem relevantes:
Todavia, muita gente deixa passar dois riscos bem relevantes:
1) Risco de mercado (volatilidade e marcação à mercado dos títulos) e
2) Risco de crédito (possibilidade de o emissor do seu título quebrar e você não receber o dinheiro).
Nas duas imagens abaixo eu busquei exemplos para esses dois riscos e, no curto prazo, eles são muito mais fortes - aliados com algum possível risco de liquidez.
***IMAGEM 1) Na primeira imagem você pode ver que mesmo um título pré-fixado do governo tem volatilidade no curto prazo. Até ele chegar ao vencimento, com o valor de R$ 1.000,00 (valor que você concordou em receber no vencimento), ele passa por um monte de eventos de curto prazo que afetam o seu preço.
Dessa forma, pode ser, inclusive, que você perca parte do seu dinheiro, se precisar resgatar antes do vencimento. É possível também ganhar muito dinheiro, mas vá com calma!
Nas duas imagens abaixo eu busquei exemplos para esses dois riscos e, no curto prazo, eles são muito mais fortes - aliados com algum possível risco de liquidez.
***IMAGEM 1) Na primeira imagem você pode ver que mesmo um título pré-fixado do governo tem volatilidade no curto prazo. Até ele chegar ao vencimento, com o valor de R$ 1.000,00 (valor que você concordou em receber no vencimento), ele passa por um monte de eventos de curto prazo que afetam o seu preço.
Dessa forma, pode ser, inclusive, que você perca parte do seu dinheiro, se precisar resgatar antes do vencimento. É possível também ganhar muito dinheiro, mas vá com calma!
***IMAGEM 2) Na segunda imagem é possível ver um fundo de crédito privado que vinha entregando uma ótima rentabilidade, com pouca ou nenhuma volatilidade/RISCO, até que..... teve risco.... até que quebrou.
Então, quando você vir um fundo de renda fixa, por exemplo, com liquidez em D+1 ou D+0, rendendo muito mais que o CDI... antes de entrar no fundo por causa dos indicadores quantitativos de desempenho, analise qualitativamente o que tem dentro do fundo. Pode existir uma bomba plantada nele que ainda não foi encontrada pela análise quantitativa. #NãoExisteAlmoçoGrátis
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