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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Com resultados preocupantes, Bradesco tem a pior queda nas suas ações desde 1998

 Aumento da inadimplência e probabilidade de calote dos clientes, Bradesco divulga resultados preocupantes para todo o setor financeiro e tem queda histórica de mais de 17% em suas ações negociadas na B3.

Com a inadimplência avançando e as contas a receber dos clientes com alta probabilidade de calote aumentando, Bradesco apresentou prejuízo bilionário nas suas operações de crédito, conforme dados divulgados ao mercado pela própria empresa.

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Bradesco teve o pior retorno diário com suas ações desde 1998

Aliado aos fatores anteriormente citados, o cenário macroeconômico adverso fez com que as ações do Bradesco sofressem uma forte queda de aproximadamente 18%. Considerando os retornos diários da ação desde 1986, a ação só caiu mais forte do que isso em 4 ocasiões, quando caiu 21,43%, 20%, 27,77% e 19,49%, em 04/03/1986, 18/01/1989, 07/01/1992 e 10/09/1998, respectivamente, conforme dados extraídos da plataforma de dados financeiros Economatica.


O resultado do Bradesco acabou contagiando todo o setor financeiro, na minha opinião, porque o Brasil está com uma taxa de juros real muito alta, que cresceu muito rápido e forte. Isso pode afetar a inadimplência dos bancos brasileiros. 

Como o cenário macroeconômico está complexo e os bancos brasileiros estão negociando com múltiplos altos, qualquer sinal negativo um pouco mais forte tinha a capacidade de derrubar as ações de forma abrupta. O resultado do Bradesco acabou contagiando todo o setor financeiro, que caiu mais de 5%.

Eu ainda adiciono que entre os maiores bancos privados que operam no Brasil e têm ações listadas na B3, o Bradesco é o que tinha indicadores de risco de mercado mais elevados e apresentou uma forte expansão dos seus múltiplos de avaliação das ações na bolsa, o que faz com que essas notícias negativas acabem tendo um impacto muito forte derrubando as ações da empresa.


Perspectivas do Bradesco após o resultado do 3t22

Apesar de, no geral, o Bradesco que é um dos maiores bancos do Brasil, ter apresentado lucro contábil de R$ 19,3 bilhões, por outro lado o banco apresentou queda no lucro líquido recorrente – que exclui aqueles itens que não acontecem com frequência e não se repitam nos próximos trimestres.  

Carlos Viera, Analista-Chefe da casa de análise independente TC Matrix, diz que “o Bradesco apresentou lucro líquido recorrente de R$ 5,2 bilhões, uma forte queda de 25,8% quando comparado com o trimestre anterior, e de 22,8% quando comparado com o mesmo período do ano passado”.

Os principais fatores que afetaram esse resultado negativo foi o aumento da inadimplência e maiores despesas com pessoal, que “prejudicaram a rentabilidade do banco, levando a patamares alcançados durante a 1ª onda da Covid-19”. Este fato assustou os investidores dos demais bancos que têm o crédito como uma importante linha de receitas, eu complementaria.

Viera da TC Matrix adiciona que o preço-alvo de R$ 19,00, a priori, está mantido, com recomendação neutra de investimento no Banco Bradesco BBDC4.

 



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