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No dia 15/07/2016 eu postei aqui no blog sobre o impacto do lançamento do Pokémon Go no valor de mercado da Nintendo e naquele dia eu questionei se aquela reação do mercado seria ou não um exagero.
Como argumento (bem superficial, porque nunca avaliei a Nintendo de verdade) eu usei a quantidade de vendas de consoles e a receita pela venda de jogos. Nos primeiros dias, atuando em apenas 3 países, o jogo foi responsável, sozinho, pela metade da arrecadação de todos os jogos para celular (porém isso é muito?!).
O QUE NÓS SABÍAMOS NAQUELA ÉPOCA:
Estimava-se que até o dia 10/07/2016 o jogo tivesse arrecadado cerca de US$ 14 milhões e que pela primeira vez algumas pessoas estariam gastando com jogos para celular. Essa receita, pelo que pude entender, é proveniente das microtransações do jogo.
Todavia, sabemos que esses aplicativos podem gerar receitas de diversas outras formas, a exemplo da venda de propaganda dentro do jogo e quem sabe pela venda de informações sobre os usuários (veja aqui como eles podem usar as informações dos usuários que estão jogando - por isso é bom ler as "políticas de privacidade" dos apps que instalamos). O "jogo" saberá muito sobre nós ("nós" porque eu irei jogar, com toda a certeza que tenho nesta vida! kkk). Saberá onde estamos, pela geolocalização, em que horário etc.
Pausa pedagógica: por que será que o WhatsApp foi vendido por tanto dinheiro? Vejam aqui o motivo 3 que pode ter gerado o interesse pelo Facebook, além de reduzir as chances dos concorrentes.
Especialmente no caso do Pokémon Go, a Nintendo pode ganhar um bom dinheiro com parcerias com empresas, para que atraiam jogadores para os seus estabelecimentos, colocando mais Pokémons lá! Quem tem informações sobre geolocalização tem tudo.
Pausa pedagógica: por que será que o WhatsApp foi vendido por tanto dinheiro? Vejam aqui o motivo 3 que pode ter gerado o interesse pelo Facebook, além de reduzir as chances dos concorrentes.
Especialmente no caso do Pokémon Go, a Nintendo pode ganhar um bom dinheiro com parcerias com empresas, para que atraiam jogadores para os seus estabelecimentos, colocando mais Pokémons lá! Quem tem informações sobre geolocalização tem tudo.
Tendo como benchmark a compra do WhatsApp pelo Facebook, o hype todo pode ter sido gerado pelo avanço da Nintendo em mesclar uma "nova" tecnologia (realidade virtual aumentada e geolocalização) junto com um jogo muito famoso, podendo, assim, se antecipar e dar um passo à frente das suas principais concorrentes (Sony, Tencent, Microsoft, Activision, EA etc) no bilionário mercado de editores de jogos eletrônicos.
NOTÍCIAS:
Conversando com algumas pessoas sobre o jogo (principalmente pessoas de uma ou duas gerações anteriores à minha - que não tiveram muita "formação no vídeo game"), houve um consenso: preocupação com segurança e interação entre as pessoas.
Será que isso poderia ser um risco adicional à Nintendo? Processos em massa seriam possíveis?!
Do período do último post até hoje saíram várias notícias sobre acidentes causados por jogadores, pessoas parando o trânsito etc.
Na Thomson Reuters Eikon (que nós temos acesso na UFPB, na sala de estudos do PPGCC/UFPB), podemos ver algumas das últimas notícias relacionadas a esse tema:
BREVE OVERVIEW DA NINTENDO:
Segundo dados obtidos na Thomson Reuters Eikon, o ROA, ROE e ROIC no 1T16 foram, respectivamente, de 2,20%, 1,40% e 1,87%. O ROA e ROE pioraram significativamente, enquanto que o ROIC melhorou (foi -0,47% no mesmo período do ano passado). Lógico que temos que considerar o ambiente japonês, que não tem sido dos melhores do mundo. Contudo, apenas 28,74% das receitas da empresa são provenientes do Japão. O que traz dinheiro para a empresa é o mercado dos EUA, com 40,89% das receitas. A Europa é responsável por 26,92% das receitas, sendo o terceiro maior mercado para a Nintendo. O Japão não deve fazer tanta diferença assim.
Aqui ainda temos que considerar o custo do capital/risco e os concorrentes diretos, coisa que não estou fazendo. Essa é apenas uma visão geral da Nintendo.
Sobre os negócios que trazem mais receita, a empresa é bem diversificada. Basicamente cada negócio traz 20% da receita: console de mão (22,45%), jogos para consoles de mão (21,64%), console de mesa (20,30%) e jogos para consoles de mesa (18,31%).
O QUE OS ANALISTAS ESTÃO ACHANDO DISSO?
Houve uma melhora na avaliação principalmente devido à uma melhoria no Price Momentum e nos fundamentos (Thomson Reuters Eikon). As recomendações, considerando a opinião de 17 analistas é a seguinte:
Abaixo estão os componentes que os analistas levam em consideração para as recomendações. A avaliação relativa da empresa e o risco estão muito ruins, por exemplo. O que está salvando é o momentum, com nota 10. Os fundamentos eram negativos até pouco tempo atrás.
Com dados do dia 22/07/2016, os analistas estão esperando que a empresa atinja um preço médio de 21.600 por ação. Atualmente o preço está em 28.220. O maior preço estimado é de 40.300, enquanto que o menor é de 13.000. Assim, na média, espera-se uma redução no preço de -23,5% nos próximos 12 meses. #TheHypeIsOver Será?!
E DAÍ?
E daí que a Nintendo soltou uma notícia jogando um balde de água fria nos que estavam muito ansiosos com isso tudo - como eu já imaginava no post da semana passada.
O Presidente da companhia informou que eles nem sequer revisarão suas projeções para o trimestre, que foram feitas em 27/04. Será que ele falou isso só para não criar muitas expectativas e elevar o earnings surprise da empresa? Ou será que os resultados que serão divulgados em 27/07/2016 não virão tão bons, mesmo com o novo jogo?
Anotem na agenda. Teremos outras novidades em breve!
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