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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Revisando alguns conceitos iniciais de Finanças

A disciplina de Finanças divide-se, basicamente, no estudo das decisões que consideram investimentos, financiamentos e dividendos. Esse post tem o objetivo de trazer uma breve revisão de conceitos seminais sobre essa disciplina tão importante para a área de negócios.

O post está baseado, principalmente, em um estudo feito por Miller (1999). Com dito anteriormente, são apenas conceitos iniciais para estimular a curiosidade dos leitores de pesquisar sobre os assuntos que mais lhe interessem.


Miller diz que nos últimos 40 anos, as finanças foram divididas em dois grandes grupos, e isso não quer dizer os tão conhecidos, principalmente por nós de Contabilidade, segmento dos que se preocupam com a  “precificação de ativos” ou  daqueles que estudam e se importam mais com as “finanças corporativas”. Esses dois grupos são, na verdade, duas formas de abordagem das finanças: abordagem da escola de administração e abordagem do departamento de economia. Essa distinção é puramente teórica, porém, o autor mostra diferenças significativas durante o seu estudo.


A escola de administração trabalha de forma “mircro normativa”, ensinando como tomar melhores decisões. Já a escola de economia, atua de forma “macro normativa”, utilizando diversos “otimizadores” micro para entender como, na verdade, eles estão envolvidos ou como funcionam. A escola de administração é divulgada e pesquisada para ser algo mais específico, com casos bem pontuais, enquanto que a escola econômica é algo amplo e procura entender o funcionamento do mercado como um todo. Por exemplo, enquanto que a escola de administração se preocuparia com a precificação de ativos de um determinado setor ou empresa (mineração, por exemplo), a escola dos economistas preocupar-se-ia com a forma de precificação de um mercado como um todo, não considerando variáveis específicas de cada setor.

Durante o trabalho, o autor traz alguns conceitos importante, no âmbito das finanças. Os iniciais serão tratados aqui nesse post. Os conceitos analisados foram: (1) a Teoria da Seleção de Carteiras; (2) CAPM; (3) Hipótese de Mercado Eficiente; (4) Proposição de Modgliani-Miller; e (5) o caso das Opções.


Teoria da Seleção de Carteiras

O autor cita que a tensão entre a abordagem micro e macro teve início com o início das modernas finanças, em 1952, com o artigo de Markowitz. Nesse artigo, o autor definiu o, até então, vago conceito de “risco e retorno”. Rendimento/retorno foi definido como sendo o valor esperado ou a probabilidade ponderada da média dos possíveis resultados; e o risco associado a esse retorno é a variância dos resultados em torno da média. O modelo de média-variância de Markowitz é dito como um bom exemplo, por Miller, da aplicação da escola de administração.

 CAPM

O CAPM implica que a distribuição das taxas de retorno esperada de todos os ativos de risco são uma função linear de uma única variável, ou seja, a sensibilidade de cada ativo ou a covariância com a carteira de mercado, o famoso beta, que se torna a medida natural de risco de um título.

Opções

Porém, Miller, no final do artigo diz que, se fosse começar seus estudos e especializar-se em algo, especializar-se-ia em Opções. Apesar de o artigo ter sido divulgado em 1999, ainda hoje carecemos de pesquisa nessa área que é tão importante e "nebulosa". Inclusive, há pesquisas que mostram que existe forte relação entre o mercado de opções e o mercado principal, de ações. Com isso, estudando-se as opções, podemos ter uma ideia maior do comportamento do preço das ações, no mercado principal.

Para quem se interessar em ler o artigo citado, esta é a referência: MILLER, M. The history of finance. The journal of portfolio management, 1999.



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