Esse artigo foi publicado na 2ª edição da Revista Balanço Contábil e representa bem algumas coisas que eu penso sobre a contabilidade e a atidude dos contadores.
A versão que saiu na revista está mais resumida. Essa é a versão inicial que passou pela mão do editor e teve que ser resumida - o editor e autor sou eu, diga-se de passagem.
O CONTADOR EMPREENDEDOR E A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
O objetivo da informação contábil é fornecer informações úteis para a tomada de decisões econômicas ou avaliações por parte dos diversos usuários dessa informação, segundo a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Isso os contadores, bancos, Estado, uma parte dos administradores de empresas e outros usuários da informação sabem, porém alguns deles parecem não concordar quanto à utilidade dessa informação para a tomada de decisões, de fato, conforme apresentado por diversas pesquisas que mostraram que, principalmente as micro, pequenas e médias empresas, especialmente as familiares, não utilizam a informação contábil para as decisões da empresa.
Essa perda de utilidade se dá por diversos fatores, dentre os quais podemos citar para o caso específico dos empreendimentos paraibanos os seguintes: (a) economia pouco desenvolvida; (b) grande número de empresas familiares, fazendo com que o gestor, por estar há muito tempo no negócio, entenda que já tem todas as informações disponíveis, não necessitando de auxílio dos relatórios contábeis; (c) informações que não são reconhecidas pela contabilidade, mas que podem fazer diferença na tomada de decisão. Um exemplo disso são as empresas em que há uma grande volatilidade no preço das mercadorias mantidas em estoque e que a utilização do custo histórico, pela contabilidade, impede que as entidades tenham um controle efetivo apenas pela contabilidade tradicional.
Outro fator importante que faz com que a relevância da informação contábil seja perdida é que o sistema contábil é muito vinculado às exigências fiscais, do Estado como um todo, e dos bancos. Essas exigências enviesam a informação contábil, aumentam a carga de trabalho dos contadores para esses fins, fazendo com que o empresário tenha a informação limitada e isso é um dos fatores principais para a perda de conteúdo informativo dos relatórios contábeis. Por esses motivos, é necessário que as Faculdades e empresários da Contabilidade estimulem o espírito empreendedor, nesse caso intraempreendedor, para que os preparadores da informação contábil visualizem as empresas para as quais eles prestam serviços como sendo usuárias, de fato, de suas informações, não apenas os bancos e o Estado.
Existem inúmeras informações que o contador, com formação empreendedora, pode fornecer aos seus usuários, que não o quantum de tributos que sua empresa haverá de pagar, ou sua folha de pagamento do mês. Um exemplo interessante e simples onde o contador observou uma oportunidade de reduzir custos na empresa, estudou a situação e forneceu o relatório para o gestor, foi no caso de uma escola que tinha muitos aparelhos antigos de condicionamento de ar que poderiam ser trocados por alguns novos, com a possibilidade de gerar maior conforto aos seus clientes e ainda reduzir custos operacionais. Esse tipo de informação não é comumente disponibilizada pelos contadores aos seus clientes, mas é um nicho de mercado que poderá começar a ser explorado como forma de aumentar o leque de serviços prestados.
Utilizando-se de ferramentas simples da matemática financeira, o contador mostrou aos seus clientes que eles teriam uma redução de aproximadamente R$ 700,00 por mês, o que dá quase R$ 8.400,00 por ano e que o investimento seria recuperado em menos de 3 anos, com equipamento de vida útil para empresa de 7 anos. Para um profissional que é visto apenas como “aquele que traz valores para a empresa pagar”, uma redução de custo mensal de R$ 700,00 é uma boa informação e relevante.
Outras informações podem ser fornecidas (análise de rentabilidade, liquidez, custos, giro dos estoques etc) por contadores criativos e empreendedores, mesmo que não haja cobrança para isso por parte dos usuários, por não ser do seu conhecimento a existência desse tipo de informação. As empresas de Contabilidade que fornecem esse tipo de informação, na Paraíba, são diferenciadas e conseguirão destaque no mercado, visto que é um ramo dificilmente explorado.
GIRÃO, Luiz Felide de Araújo Pontes. O contador empreendedor e qualidade da informação contábil. Revista Balanço Contábil, 2 ed., 2012.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Contadores e atitudes empreendedoras
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Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão
Doutor em Contabilidade.
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Olá,
ResponderExcluirAdorei o Blog e gostaria de fazer parceria se estiver entereçado o meu blog me manda um email.
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Que legal! Parabéns pela publicação. xD
ResponderExcluirObrigado, Isabel!!
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