Essa vai para todos os pesquisadores em treinamento (IC, mestrandos e doutorandos), inclusive eu, ou que já são graduados (doutores e pós-doutores):
Trecho do "O último teorema de Fermat". Veja mais aqui. |
SOBRE O FOCO E A VONTADE DE RESOLVER O PROBLEMA:
http://www.famousscientists.org/ |
Eu tirei várias ideias e tirei várias lições lendo esse livro e uma delas é sobre focar em minha pesquisa e esquecer o resto (eu já tenho feito isso um pouco, mas poderia fazer mais, deixando de postar aqui no blog kkk).
David Hilbert, por exemplo, uma vez falou sobre o porquê de nunca ter tentado resolver o problema de Fermat: antes de começar eu precisaria estudar por três anos e eu não tenho tanto tempo para gastar em um possível fracasso. Possivelmente ele estava focado em outros trabalhos. Ou não queria fazer o que muita gente já vinha tentando fazer há muitos anos.
https://en.wikipedia.org/wiki/Andrew_Wiles |
A imagem que anexei no início desse post mostra alguém com uma mentalidade totalmente diferente da de Hilbert. Andrew Wiles (quem efetivamente resolveu o Teorema) deixou de lado qualquer trabalho que não estivesse diretamente relacionado com a busca da solução para o problema de Fermat: deixou de participar de eventos, continuou apenas com suas atividades obrigatórias em Princeton, trabalhou muito em casa (eu costumo fazer isso, pois além de não ter estrutura na UFPB, sempre tem alguém para conversar) etc.
O que diferenciava Hilbert de Wiles? Wiles realmente queria resolver o "Último Teorema de Fermat". Eles buscava a solução para isso desde o início de sua juventude.
Além de foco, um bom pesquisador precisa fazer o que gosta e o que realmente quer (como em qualquer outra profissão). Não adianta querer fazer um trabalho apenas porque está na moda ou porque seus contatos trabalham com isso. Para ter sucesso em nossa pesquisa, precisamos fazer o que ninguém fez ainda, na verdade. É aí onde nos destacaremos... com foco, é claro.
DUAS QUALIDADES INCOMPATÍVEIS DO PESQUISADOR:
Complementando, em uma das passagens do livro, o autor falar que um pesquisador (na verdade um "expert problem solver", em suas palavras) deve ter duas qualidades incompatíveis: ter uma imaginação inquieta e ter uma teimosia paciente.
Realmente é um pouco difícil ter essas duas qualidades ao mesmo tempo. Se você tem uma imaginação inquieta, você buscará analisar diversas coisas de várias formas diferentes, porém um indivíduo teimoso e paciente não será tão inquieto a esse ponto, podendo reduzir a criatividade de seu trabalho. Todavia, podemos usar alguns conceitos de pesquisa operacional (programação linear, especificamente) para tentar maximizar as duas qualidades intrinsecamente (sem fazer contas).
Isso é semelhante à relação entre objetividade/comparabilidade/verificabilidade e relevância da informação contábil [veja mais na seção 3.3 de Paulo, Carvalho e Girão (2014)]: não dá para ter uma informação 100% relevante e 100% verificável e comparável. A informação relevante deve ser elaborada sob medida para cada usuário e muitas vezes não é "legal/burocraticamente" verificável.
CONCLUSÃO:
Então é isso. A lição de hoje é buscar ter mais foco e fazer o que gosta; além de ser inquieto, usando muito a criatividade, mas tendo um pouco de paciência (não venham reclamar da CAPES/Produtivismo... isso é matéria para outro post).
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